sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

My inspiration's gone

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

My Turn / Minha vez

Queria escrever aqui em inglês desta vez, mesmo que erros eu cometesse. Estou farto de cometê-los, certamente. Mas o que mas está me fazendo aprender são os erros. Nem tantos os que faço, mas os que já fiz.
Julguei pessoas por relacionamentos que às vezes nada tinham a ver comigo. Na real, acho que não as julguei, só as deixei no gelo. Como se isso fizesse diferença.
Hoje eu vejo uma coisa, que em "Bilhete" Se não me engano, de Mário Quintana, eu devia ter me inspirado antes. Sempre quis tudo muito rápido, todos os resultados. Até o amor, digamos assim. Não houve falhas, para mim foi só uma fase de algo bem maior. Para mim, tudo vai voltar a ser como era antes, mas há de haver tempo, tenho que respirar e amadurecer. Talvez seja por isso que velhos falem que queriam ter a minha idade, mas com a experiência deles, porque jovens só querem viver intensamente e esquecem do viver em si. Querem ser felizes sem problemas, mas esquecem que a felicidade não é a ausência de problemas, mas o saber lidar com eles.
Esse FDS foi tudo para mim, talvez eu tenha machucado alguns, talvez sim, mas sendo egoísta eu tive a coisa que eu procurava há meses. E entre nós, eu não lembro. Lembro de gestos, de rostos e pouco de vozes, duas ou três coisinhas, só, nada mais. Mas que foram as que eu queria ouvir, estranho ouvir algo que você não concorda, mas que eram tudo, tudo o que você precisava. E lhe digo mais, Essa conversa foi a melhor, pois me libertou do que eu achava em mim chato. Mas não foi a única, conversei com uma menina que me encantou, não só por sua semelhança com uma grande amiga, conversei com um menino que vamos assim dizer, tem passado por situações que eu já passei quando eu vi que eu estava sozinho. De uma maneira, eu acho que eu vi o futuro, e, do fundo do coração, ele me agrada.
Acho que nós jovens, pensamos de mais, ao menos eu, sempre penso de mais, eu não sei como cheguei naquela escada, o que disse ou como sai de lá, mas foi libertador. E, li há pouco, que todos amam, até quem não sabe amar, irônico, porque alguém sempre acaba machucado. Mas dor é sinal de vida, e vida é o que mais importa. Amor é só um? Talvez eu e muitos outros descubram isso na velhice, mas caso seja, quero que as coisas aconteçam sem pressa agora, devagarinho, "porque a vida é breve, e o amor mais breve ainda." Não tenho mais pressa, nem pra amigos, nem família e nem amor.
Obsessão é uma coisa que não mais tenho, e só o que me resta é dar tempo ao tempo mais um vez, porque tudo, tudo, tudo se ajeita. Eu ainda creio que tudo se ajeita.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Paper and Pencil

I've been messing around, walking through theses streets and only thinking. I did not realise that Thinking is not enough, I need to make it come real, Make my dreams jump out of the paper. I need to be happy, to carry all my goals and make than come true. Easy, no, it's not. But Impossible is possible once you can draw you own ways. I've got mine to draw, and the paper and a pencil are on the table, just waiting for me. Let's go for it.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O Legado de Apolo

 Dionísio, o que você quer ser no futuro?  foi a pergunta da professora de religião, mas Dionísio não estava prestando atenção na aula e muito menos pensando em futuro.

 Não sei professora.  o garoto rico e rejeitado do colégio respondeu frustado. Ultimamente até seus professores mais chegados estavam se afastando daquele silêncio e pessimismo que estavam estampados na cara dele.

Dionísio tinha 14 anos e não pensava em nada que não estivesse relacionado às pessoas que ele invejava. Ele poderia ter tudo, mas não tinha amigos e não se preocupava com o futuro. Pra que preocupar-se com o futuro? Ele já está escrito, terminar a escola e fazer o curso de matemática na Universidade de Humboldt em Berlim na Alemanha, mas ele nunca falava sobre isso e quando perguntavam sobre seu futuro ele respondia que não sabia o que queria. Como eu disse, ele apenas se preocupava em invejar aquilo que não tinha.

 E você Pamela, o que ser na vida?  a professora perguntou para a garota mais inteligente da sala.

 Serei médica. Quero ser Pediatra. Adoro crianças!  Dionísio invejava a inteligência de Pamela.

A professora continuou a fazer as perguntas até que o sinal tocasse avisando que a aula ia terminar e os alunos poderiam ir para suas casas aproveitar a tarde da maneira que quisessem.

Depois de entrar no seu Meriva, com motorista particular, Dionísio refletiu sobre si, será que ele era mesmo um garoto estúpido e metido com todos e por isso não tinha amigos no colégio e quando, eventualmente, aparecia um, esse não durava uma semana.

 Gustavo?  este era o motorista de Dionísio, um pacato homem do campo que tinha uma longa experiência de vida e dava conselhos para Dionísio quando este pedia.

 Sim, senhor. No que posso ajudar?

 Eu sou um garoto metido?

 Senhor, por que está perguntando isso?

 É que não entendo a felicidade dos outros e eu acho que não sou feliz porque sou metido.

 A felicidade está em todas as pessoas, mas é preciso descobri-la.

 Não sei, às vezes você é feliz agora e amanhã já está com depressão, mas, às vezes você é infeliz pra sempre.

 Menino, não fale isso! Já estamos chegando, vai querer o que para o almoço?

 Nada, mas mande algo para o Teseu, ele deve estar com fome.

Teseu era o cachorro de Dionísio, um buldogue inglês que recebia todas as mordomias que um ser humano de alta qualidade de vida recebia.

Os porquês estavam enchendo a cabeça de Dionísio cada vez mais, ele pensava no Porquê de Pamela ser tão inteligente e ele não, pensava no porquê de Tales ser popular e bonito e ele não. O que ele poderia fazer para as pessoas também olharem para ele?

Sua casa num condomínio fechado possuía cinco quartos e três salas. Sua mãe morreu quando ele tinha três anos e seu pai sempre viaja e fica muito tempo fora, ou na Suíça ou na Alemanha por causa das negociações com sua empresa multinacional.

Seu quarto era ornamentado por vasos caros e antigos de seus avós e bisavós, Tinha uma coleção de DVD de filmes de diversos gêneros e ainda possuía um dos melhores computadores do mercado. Mas hoje ele não estava com cabeça para nada.

Ao entrar no seu quarto deixou a mochila de lado e foi direto para a sacada. Ele precisava respirar direito. Precisava pensar tudo o que nunca pensou, rever sua conduta até ali e mudar. Na frente de sua casa duas crianças brincavam felizes de pega-pega, ele nunca brincou disso.

Por dentro Dionísio gritava tão alto que sua pele branca começou a corar, seu sangue começou a latejar em suas veias e a raiva subia à sua cabeça na mesma velocidade que seu coração acelerava.

Ele correu para o quarto e começou a destruir tudo que via na sua frente, seu computador, seu espelho, seu travesseiro. Dionísio gritava e gritava de raiva, sem pensar atirou no chão, sem dó nem piedade um de seus vasos da família, mas qual não foi a surpresa de Dionísio quando de dentro do vaso uma corrente surgiu.

Dionísio esqueceu que estava com raiva e pegou aquilo que para ele era um tipo de amuleto nas mãos.

 É lindo!  exclamou.

A corrente com um símbolo de prata ao meio e um cordão emborrachado ao redor chamaria a atenção de qualquer um. O símbolo redondo era feito de prata, provavelmente pura.

 O que aconteceu por aqui?  era Gustavo na porta, mas Dionísio nem deu a mínima para ele.  Ah não, Dio! Você quebrou tudo. Vou chamar a empregada para arrumar essa bagunça, agora vê se dá uma saída pelo condomínio para deixar ela trabalhar em paz.

Dionísio não perdeu tempo para esconder aquela corrente e sair pelo condomínio para achar um lugar onde pudesse examinar melhor aquele objeto. Não demorou muito para encontrar uma árvore qualquer e observar cuidadosamente o círculo de prata.

 Isso deve ter sido de um de meus avós.  observou.  Deve ter sido importante para ele ter escondido. Vou usar, não sei o motivo, mas isso me deixa tranqüilo.

Mal sabia Dionísio o que aquele amuleto podia fazer.

O dia seguinte amanheceu escuro, com nuvens cinzas por todo o céu. Não chovia, mas estava frio. Dionísio não iria para a escola se não fosse a prova de Ciências que teria. Ele já amanheceu reclamando da vida e principalmente que seria impossível colar de Pamela ou Róger, já que sentariam ao lado do professor.

Quando chegou no colégio viu Luísa, a garota mais bela e mais cobiçada do Fundamental. Dionísio tinha uma queda imensa por ela. Ele estava com uma cara de chateado, a única coisa que o animava era a tal da corrente que ele levava no bolso transparente da mochila.

 Ei, o que é isso?  Tales perguntou para Dionísio apontando a corrente na mochila. Dionísio ficou surpreso, por que Tales queria saber aquilo? Ainda mais porque ele nunca falou com Tales. A resposta de Dio não foi das mais educadas.

 Não é da sua conta!  depois disso se virou e saiu. Tales o segurou pela mochila e pegou o amuleto no bolso da mochila.

 Ei, devolve isso.  Dionísio virou tão rápido e tomou o amuleto da mão de Tales que todos que estavam em volta pararam para olhar. Antes que Tales brigasse pelo objeto, Dio o colocou no pescoço. Qual não foi sua surpresa quando olhou dentro dos olhos de Tales e tudo pareceu parar.

Dionísio pensou ter mergulhado na imensidão dos negros olhos do garoto que ele invejava. Viu Tales num avião sobre a Torre de Belém, em Portugal. Viu Tales com uma linda mulher e duas crianças de olhos negros e viu Tales escrevendo algo que parecia ser um livro.

Da mesma forma que tudo isso surgiu, rapidamente, também desapareceu, e lá estava ele, Tales e todos os espectadores daquela cena que poderia tornar-se uma briga.

Tales ainda levantou a mão para Dio, mas de repente ficou pálido, virou-se e saiu. Mais pálido ainda, só Dionísio que saiu dali às pressas e ninguém entendeu o que aconteceu.



Dionísio sentou embaixo da primeira árvore que encontrou, apesar de não ter entendido muito do que aconteceu, gostou disso. Ele examinava com muito mais cuidado aquele objeto de prata em suas mãos e sabia que era algo diferente.

Sim! Era algo diferente, ele viu o futuro.

Dionísio não usou a corrente por uma semana, não por não ter gostado do que aconteceu, pois ele gostou, mas por medo de Tales suspeitar do que tinha acontecido, afinal de contas, Tales também ficou assustado com tudo. Mas, às vezes, o desejo de sentir prazer é mais forte do que o medo do perigo e ele levou o amuleto de volta para a escola, mas precisava de uma cobaia para testar o objeto. Seria Pamela. Mas como chegar perto de Pamela e falar diretamente com ela? Só havia uma maneira, usar do estudo para isso.

 Agora peguem seus livros de matemática e façam os exercícios 13 e 14 da página 121.  O professor falou.

 Pamela, eu poderia sentar com você? Eu esqueci meu livro em casa.  Dionísio pediu, não havia como Pamela dizer não.

Dionísio se abaixou pegou seu caderno e aproveitou para discretamente colocar a corrente que escondeu por baixo do uniforme. Sem um contato direto ele falou:

 Então você quer ser Arquiteta, não é mesmo?

 Não, mas vamos fazer a lição, não estou aqui para falar do meu futuro.  foi a resposta “amiga” de Pam.

 Não precisa ser ignorante.  Dio falou num tom de provocação.

 Eu não estou sendo ignorante!  Pamela falou num tom mais alto. Foi neste momento que Dio olhou diretamente nos olhos dela e aí você já sabe, ele se sentiu mergulhando naqueles olhos. Bom, Pamela seria mesmo uma médica, mas nunca casaria. Teria muitos amigos e colegas, mas nunca encontraria a felicidade que desejava.

Não precisa nem dizer que ele amou o amuleto cada vez mais e se acostumou a usá-lo. Sempre que podia via o futuro das pessoas. Helena seria mulher do Governador, Ricardo seria ator, Luísa seria bióloga e Rose seria garota de programa. Dionísio se divertia, mas toda vez que ele via o futuro de uma pessoa, mais ficava curioso com o seu e se perguntava porque ele não estava no futuro dos outros.

“Será que eu morri?” Era o que ele se perguntava. Dionísio temia que isso fosse verdade. Essa curiosidade foi crescendo cada vez mais, porém ele não sabia como poder ver seu próprio futuro com aquele objeto de seus descendentes. Até que teve uma idéia: o espelho.

Dionísio nunca parou para ter medo de seu futuro, mas daquela vez estava. Com seu cordão de prata no pescoço e apenas um shorts de praia ele parou de frente do espelho e olhou para seus próprios olhos. Aconteceu que quando ele “mergulhou” nos seus próprios olhos ele viu um homem diferente ali. Não era ele, pelo contrário era um homem alto, forte e belo, este estava com uma harpa na mão. Pela primeira vez Dio conseguiu falar durante suas visões e ele conversou com aquele homem.

 Q... Quem é você?  gaguejou Dionísio.

 Apolo e você?  o homem falou.

 Me chamo Dionísio.  Dio se beliscou para ver se era um sonho. Não era.

 E por que você procura saber o futuro?

 Como você sabe disso?  Dio perguntou.

 Nem sempre o futuro é bom, você quer saber o seu?  Dio estremeceu, será que iria morrer jovem mesmo ou aquilo era uma loucura ou um sonho.

 Me deixe em paz.  e foi assim que Dio voltou a si. Ele estava com muito medo de tudo e a primeira coisa que fez foi jogar o “maldito” amuleto pela janela do quarto. Quando se virou o amuleto estava em cima de sua cama. Isso parecia ser uma praga agora que Dio não estava mais gostando a idéia de futuro.

Algumas semanas passaram e Dio voltou a pensar em usar o amuleto. Ele falou para si: “Será a última vez”. Na escola, mais precisamente no pátio ele colocou a corrente e foi falar com Luísa. Ele estava com o coração batendo forte.

 Oi Dio, por que você faltou ontem?  algumas pessoas já estavam falando um pouco com Dio, umas delas era Luísa. Dio nem respondeu a pergunta e olhou diretamente nos olhos de Luísa, antes do tal “mergulho” alguém tocou no seu ombro, mas Dio já estava vendo uma cena. Luísa trabalhando num zoológico e sendo picada por um cobra, e ele viu o velório dela.

A pessoa que tocou Dio era Tales, Quando Dio olhou pra Tales viu ele levando um tiro na cabeça e caindo morto no chão. Dio estava amedrontado e aquilo não parava e agora não era mais necessário olhar dentro dos olhos de ninguém para ver ser futuro. Todos ali morriam, uns com facadas, outros com tiros, alguns tomando veneno outros sendo sufocados, tudo isso por um mesmo homem, o mesmo que soltou a jararaca que picou Luísa e deu o tiro em Tales e esfaqueou Pamela. Esse homem era Dionísio.

 NÃO!  exclamou Dio e saiu correndo e chorando para o banheiro que estava vazio. Olhou para o espelho e disse:  Me deixa em paz, eu só queria ser feliz, eu queria amigos, não vítimas de assassinatos que eu vou cometer, me livra disso.

Dio voltou a ver o homem com a harpa. Ele olhou para Dio e falou:

 Agora você pode ver o futuro Dio, você já sabe como vê-lo. Enterre isso e esqueça de tudo, você estará bem.

No mesmo dia Dionísio pediu para Gustavo levá-lo cemitério de sua mãe. Ali ele enterrou aquele amuleto e disse olhando para o túmulo de sua mãe:

 Mãe, talvez eu não tenha sido o filho que a senhora gostaria que eu fosse, mas agora eu serei o filho que você quer que eu seja, onde quer que você esteja, te amo.

Dionísio cresceu forte e maduro, fez amizades que durariam para o sempre, como Tales, Pamela e Luísa, com quem infelizmente nunca namorou, Dionísio viu que não há lado ruim na vida, nós é quem fazemos o lado bom parecer triste, pois só nós somos os responsáveis pelo nosso caráter que constrói a vida. E é claro que tudo que Dio viu com aquela corrente foi ilusão.

Dionísio aprendeu muito com tudo que aconteceu, o futuro não se constrói com memórias que ainda não vivemos, pois não há futuro, há somente o agora.













*Apolo é o deus grego do sol e da música, é o mais belo dos deuses e pode prever o futuro.