quarta-feira, 7 de julho de 2021

Entre o hospital e a cura

 Impressionante como chegar no ponto mais baixo da montanha-russa da vida, aquele momento do frio na barriga é. Eu cheguei no hospital depois de uma crise, senti meu corpo vibrar e pensei que ia morrer. A sensação foi horripilante. Ansiedade o médico falou. Meu corpo falhou, saiu do controle, não foi uma crise simples como outrora. Ao mesmo tempo conseguir um emprego pelo qual eu venho lutado nos últimos meses e receber um dinheiro na conta tem seu valor. Parece uma sensação de reconquista.

Não sei como vai ser daqui pra frente, mas sei que minha dedicação em querer resolver os problemas, se já era real, agora mais do que nunca, é gigantesca. Meu lado resolutivo é talvez meu maior ponto forte, ainda que minha reticência me atrapalhe. Eu busquei por muito tempo resolver coisas que não cabiam a mim, mas agora a história pode ser diferente. Ainda tenho que passar em alguns médicos, dentista, voltar a ter mais rotina no esporte e na alimentação, mas estou começando a ver uma saída e ser feliz na minha rotina lotada de coisas na qual eu sou o centro. 

Não é individualismo, e as pessoas erram em ver assim, é saber minha importância e meu lugar. Olhar pra trás, pra o ano da pandemia, 2020 e começo de 2021 e entender o quão ruim foram os momentos que passei, mas que com eles pude aprender a dar valor que não estava dando para minha família e meu amor e valorizá-los o máximo que eu possso. Tenho que aprender comigo. Reaprender a sorrir, a ser o maduro que eu preciso ser na idade que tenho, e ter a postura que eu mereço ter. Talvez Deus realmente exista e ele não dá uma cruz com peso maior do que posso carregar. Vou buscar os sorrisos que perdi nesse tempo.

Só um adendo, se me perguntarem um dos meus momentos favoritos do dia é andar com o Tino, no frio, na rua augusta x avenida São Luís enquanto falo ao telefone ou escuto música, ou mesmo converso com ele. Que momento lindo e que me recupera de muita coisa. #Nega que você esteja no céu dos cachorrinhos olhamdo por nós, e Tino, obrigado por estar aqui :) 

terça-feira, 8 de junho de 2021

Dizer não

 É impressionante como as coisas estão dando errado nos últimos meses. Minha paciência já acabou e a reiliência vem triunfando. Eu vou sair dessa, não sei como, mas vou sair, mais forte, com menos pessoas ao meu redor, mas mais forte.

Hoje me considero uma pessoa infeliz, frustrada. Isso há de mudar, vou focar no que preciso focar e vida que segue. Pelo menos se falar "não" para mim era mais fácil antes, hoje é fichinha.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Cadê meu brilho?

 Meu briho é falar, é fazer 20 projetos em um dia e considerar que estudar alemão é passatempo.

Meu cachorro é ouro pra mim brilha, é um dos únicos em que confio e que posso abraçar sem medo.

Meu jeito 220 volts, cada hora com um objetivo diferente, cada hora com uma história em detalhes na cabeça só refletem o amor que eu tive um dia pelo teatro e como ali eu conseguia tudo isso. Eu era um lindo mentiroso no teatro, ah se era, eu acreditava em tudo que eu construía. E na minha vida eu adoro criar histórias. Eu adoro.

Eu estou lutando contra qualquer coisa ruim, mas nessa luta eu já perdi muito de mim. É minha mãe que me ama muito, e justamente por isso não consegue viver sem interferir ou sem se incomodar com as escolhas que eu faço. É minha irmã que eu dou mão e ela pega o braço. São os amigos que agora eu já nem confio a ponto de me jogar, é o amor que se irrita com meu jeito doido de sonhar, é minha profissão que me humilhou quando eu queria mudar o mundo, é meu emprego dos sonhos no qual eu fui friamente injustiçado. Eu nunca me senti tão sozinho. Hoje eu quis um abraço e não tive, ou melhor, o Tino foi o único que na sua irracionalidade me entendeu e me permitiu um abraço.

É, pode ser verdade que eu seja assim, rápido demais, inconstante demais, mas esse é meu brilho, é o que me fez chegar aqui, eu não posso esquecer disso. Eu, lá da pqp do Embu, da comunidade, sem pais com estudo, ou melhor, sem pai, de uma mãe semi-analfabeta, que já passou fome. Foi isso que fez eu chegar até aqui, que fez eu conhecer o mundo, aprender idioma, ser dedicado, ser respeitoso, ser divertido, ter um humor inteligente, fazer conexões com pessoas no mundo todo, ter versatilidade, amar sem medo, ser resolutivo. Esse é meu brilho, e por que eu sinto ele indo embora?

O Facebook pode ter acabado comigo. O Gustavo pode ter acabado comigo. A História pode ter acabado comigo. O Brasil pode ter acabado comigo. Mas eu não posso deixar mais que as pessoas que eu sinceramente amei, do fundo do meu coração, como família, como amigos, como irmãos, como amores, acabem comigo. Eu não posso mais deixar isso acontecer. Eu não quero ser estorvo na vida de ninguém. Eu não quero forçar ninguém a sonhar meus sonhos, mas também não quero jamais ser tratado com frieza, com desdém, como segunda opção de ninguém.

Pois é, numa reflexão sobre individualidade eu vejo aqui uma última realidade. Eu estou sozinho. Mas mesmo com essa solidão eu não posso deixar meu brilho apagar.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Recaída

 Hoje tive uma nova recaída, não quero mais ficar assim, mas parece que só morrendo isso vai melhorar e vai ser melhor pra todo mundo. Não sei mais o que fazer, não sei, não sei. 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

After the edge

 Depois do limite da dor, não há mais dor. Eis que eu me encontrei em algum lugar desconhecido pela primeira vez. O sentimento era novo e não continha dor, mas os sorrisos estavam longe de ser alcançados. Eu não me reconheci, era apenas uma alma triste vagando pelos dias.

Depois do meu limite, Bruno, meu namorado, segurou minha mão. Ainda um pouco sem me entender completamente, e até palavras mais pesadas usou, mas segurou minha mão. Deu um tapa na minha alma para que ela pudesse reviver como pudesse, mas que se mexera. Que pudera trabalhar.

Ainda estou meio zonzo, meio sem rumo e sem saber o que há depois do limite. Mas sei que não há mais dor. Há talvez um recomeço. E eis que o universo sussura em meu ouvido "recomeço", "ter fé", "acreditar novamente".

Eu não sei aonde vou ou como estarei, mas seguirei tentando curtir o caminho enquanto tenho força nas pernas. Ninguém nunca me falou que amadurecimento requer dor. Aqui estou. Depois do limite.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Limite

 O céu já não parece o limite. Eu mesmo já desaprendi a gritar.

Mas parece tão fácil re-aprender. Eu estou farto, eu estou à beira de cisões irremediáveis.

Eu quero uma liberdade que não possuo e o pior é que vendo a situação, eu mesmo fui quem me colocou as algemas.

A esperanças se foram há um tempo. Vamos começar por namoro incoerente, rápido e vil que tive em 2018. Ridículo, presságio de um declinio. Talvez o declinio nem foi o namoro, foi a doença.

Eu deveria ter sido talvez mais sensitivo nessa época e usado ao meu favor. Nem que fosse nuam favela ou comunidade, que eu logo depois tivesse comprado meu lugar e diminuído meus custos, mas não.

Fui à Russia, à suiça, à puta que o pariu e decidi ser entregue ao momento.

Hoje eu me vejo reduzido às cinzas. Quase pedindo para arregar, para ir pra a rua, abanonar minha vida, meus amores. Eu não sou capaz de me fazer feliz, quem dirá fazer os outros felizzes Eu tento, eu juro que eu tento e que eu tentei. Tirar a minha vida eu não tenho coragem, mas quem sabe acabar com ela pouco a pouco assim como talvez metade da população mundial eu consiga.

O pior talvez é olhar profissionamente, é olhar a merda que eu fiz da minha vida sendo pobre e com a minima condição de sair daquela realidade. O estúpido que fui foi escolher história, teatro. O que adianta amar, quando a realidade só me apunhala? Quantos outros não estão na mesma situação?

Se eu pudesse escolher eu voltaria ao passado e teria feito muita coisa diferente. Outras dimensões estariam felizes comigo agora.

O que eu possa fazer hoje além de fingir que está tudo bem? Só Deus sabe. Acabar com minha vida eu não vou, mass acabar com o sofrimento é meu dever.

Quais os caminhos que eu devo percorrer? 2021 pode já ganhar de pior ano da minha vida até agora? Talvez, um talvez bem grande.

Meu amor, desculpa se você está lendo isso, nunca mo diga, já é sofrimento o suficiente. E se você quiser ir, quem sou eu pra impedir. O lixo que eu sou não merece amor igual ao seu. Eu to sobrevivendo dia a dia até as coisas melhorarem e eu sinceramente espero que melhore. Até lá, vou sorrir, vou viver, mandar currículos, receber meus 5 nãos por dia e fingir que tudo está bem, mas não está e não é culpa sua. Eu que sou um fraco.

Ah!!! aos "migos" que se diziam meus amigos e na hora que eu precisei não estavam lá. Já superei vocês, quero que vocês se fodam de vdd. Pelo menos me fizeram amadurecer para ver com os próprios olhos que ato é uma coisa e palavra é outra.

Família, perdoa por eu ser esse bosta, nem tenho o que falar, eu só juro que eu pensava que as coisas iriam ficar bem voltando a morar com mãe, mas eu errei.  Enfim, cansei de escrever, cansei de viver 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Retorno de Saturno

 Sem uso, desuso, desumano, corroi a alma

Doi a calma, jogando meu ego na lama.

Tirei sangue dos lábios sem sentir ardor.

O vermelho escorria nas pedras do arpoador,

e a dor se espalhava pelos cantos da minha cama.

As lágrimas são de querosene corroendo por dentro

A vontade é explodir e mandar a educação pro inferno,

Enquanto isso anoto comentários no meu caderno

Vivendo uma vida que odeio aqui no centro,

Fingindo amar cada segundo, cada momento.


Ao inferno com meus sorrisos, não quero viver

Aos sorrisos com mil infernos, não sei mais quem é você.

Os tapas, pode deixar que eu levo da vida,

Dentro de casa eu quero sarar a ferida

E não tirar casquinhas que sei que irão doer.

Meu ânimo agora é subzero, mel virou amargura

Que é tanta e me faz tentar evitar a loucura

Que no retorno de saturno veio me testar.

Pois que vão vocês à merda, antes que eu mesmo vá,

Antes que eu perpetue na terra essa minha alma insegura.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Onde está o elixir?

 Talvez o sinal que eu esteja adulto é cada vez querer compartilhar menos, no mundo digital, minhas emoções, meus sentimentos. Ainda que eu escreva aqui, aqui ninguém lê.

Tanto as coisas boas, quanto as ruins eu tento manter cada vez mais pra um grupo seleto de pessoas. Problemas do dia-a-dia, coisas bobas que me afetam. O lema é tentar cada dia mais ser uma pessoa melhor. Mas a prioridade está em ser melhor comigo mesmo.

Entre alegrias e frustrações eu entendo o valor do dinheiro, do status, das promessas para poucos que o capitalismo proporciona. Pergunto-me inúmeras vezes inúmeros "se".

Considero-me um cara dedicado, seguro em muitas partes, mas muito frágil (não diria sensível). Há alguns meses eu venho tendo crises de pânico ou ansiedade com algus gatilhos. O primeiro sem dúvida foi a experiência traumática que tive ao sair do Facebook. A busca de emprego se tornou um gatilho perigoso no meu dia-a-dia. Para combater os sintomas e buscar uma melhor qualidade de vida eu investi naquilo que eu realmente sempre sonhei em estudar: Teatro, ensino como área profissional e viagens e idiomas no lado pessoal.

Ora, vamos lá... Antes da pandemia, apesar do baque que foi o Facebook eu fi uma lista de viagens de um gap semester viajando em vários estados da nação e ainda havia o planejamento de ir para alguns países na Ásia e na América do Sul. Nisso veio a pandemia e com ela, dores de cabeça com essas viagens. Enquanto o primeiro caso de covid-19 foi confirmado em São Paulo, eu estava no sertão do Piauí, voltando pra SP, comecei a namorar, e o confinamento foi anunciado. Todos mudamos nossos hábitos, começamos a usar máscara todos os dias. Sair, era só para levar o Tino para fazer suas necessidades na praça e 1x na semana acabamos indo ao mercado. Amigos ficamos um tempo sem nos ver, mas eventualmente nos encontrávamos na casa de alguém (era uma maneira de furar a quarentena sim, mas garanto que salvou a cabeça de muita gente ali. Não me orgulho e realmente no inicio isso aconteceu poucas vezes). Enfim, no começo do ano eu havia investido em um book profissional, cursos e cursos de teatro (Fátima, CAL, etc) e tentei várias e várias agencias 1 trabalhinho que fosse. Sem sucesso. A indiferença que tive também de amigos nos Satyros (eu era doido pra fazer uma peça com eles), o fechamento dos teatros, etc etc etc, me trouxeram a leve depressão do  teatro, ou sua pesada realidade. 

Mas por que desanimar não é mesmo? Ingressei em uma pós em História da Arte e logo depois em uma sobre ensino bilíngue. Estudei muito, tentei me preparar para quem sabe logo menos ingressar em uma sala de aula de alguma escola particular. Esperei final do ano de 2020, começo de 2021 e nada. Mandei meu currículo para mais de 100 escolas e nenhuma sequer entrou em contato para uma entrevista. Meu coração quebrou. Desolou-se.

Dizem que com 28 anos há o retorno de saturno na astrologia, um momento de reflexão e de acontecimentos que nos obrigam a tentar responder questões sobre nossa realidade. Eis que esse momento tem me magoado muito. Com minha família geral já falo com poucos, com minha família próxima há problemas de convivência e rotina, com o namorado tenho algumas questões a resolver, com os amigos já nem sei mais quem é quem, profissionalmente eu estou praticamente abdicando daquilo que eu sonhei que seria interessante, religiosamente me sinto cada dia mais afastado de qualquer coisa divina, fisicamente me sinto feio e cheio de problemas de saúde para minha idade.

Enfim, eu sei que reclamar não deve ser o foco, mas eu estou fraco e não estou achando o elixir que pode me dar o gás que necessito para superar esse momento, transpassá-lo e voltar com mais força que antes. 

É como se, buscando a felicidade, eu a perdesse de vista por um segundo e na próxima esquina haver muitas opções de caminhos e eu não sei aonde ela foi. Algumas poucas coisas me trazer felicidade ultimamente, é nelas que preciso buscar refúgio? Ou será que gastando meu tempo nelas, eu também perco um precioso tempo que eu poderia estar me aventurando em busca de uma vida mais feliz?


domingo, 13 de setembro de 2020

Amor gelado

Enquanto meus olhos seguiam a luz
Os seus seguiam a minha silhueta
Enquanto colocava em ordem a minha meta
de sozinho carregar a minha cruz,
No caminho apareceu você, e nus
nos encontramos pela primeira vez.
Foi sensação de sentir sua tez,
foi sensação de evitar sentir,
pois foi rápido, e não quis investir
No incerto em menos de um mês.

Balde de água fria em mim jogado,
O que não sabiam era que do frio eu gosto,
Que quando tenho sentimento, mostro,
E quando me sinto apaixonado
Esqueço o medo, e o coloco ao lado,
E me jogo no mediterrâneo a nadar.
Você é meu mar gelado sem saber,
É meu lago suiço no verão a derreter,
E seja lá o que for, é uma delícia te amar,
E sem clichês, é no seu mar que eu vou entrar.

Maçã do conhecimento

 Mordi a maçã do conhecimento

Sem saber exatamente o que esperava,

Foi como subir vulcão em lava,

Foi como meter a mão no cimento,

Foi quebrar a onda do tempo e do momento

ou mesmo a noção de espaço e matéria.

Nessa viagem, me distanciei de gente séria

E entendi o outro sem da linguagem usar,

Tive ideia do que é morrer e se integrar

ao todo, ser pó de estrela, ser uma bactéria.


Não há explicação, pois nem conseguiria.

Não é sobre uma questão de capacidade

Não é sobre ser maior ou menor de idade,

Acho que nem tema de maturidade seria.

Quando olho no espelho escuto "quem diria?"

E me permito ver que já não sou mais eu,

que me arrisquei e o químico me surpreendeu

E que minha sensibilidade ao próximo está a mil

Quebrando fronteiras minhas e do Brasil

matando deuses, e criando um deus que também sou eu.



sexta-feira, 3 de julho de 2020

Devaneio

Eu tô com o medo do futuro. Não sei como vai ser, ninguém sabe, mas o não saber está me fazendo sofrer.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Não tá fácil

Pra ninguém. Mais de meia noite, jornal com recordes de mortes em COVID19 na tela. Linkedin e Catho abertas e lágrimas no olho. Incapaz. Imagens aparecem, como aquele sorriso de canto de quem com maldade e certo alívio de não ter de enfrentar um crescimento verdadeiro, me deu a mão que me colocou pra fora de uma empresa que eu acreditava. Não é fácil dormir nos dias que essas memórias vêm. Os livros, os pensamentos, são as únicas coisas que conseguem drenar o que é lágrima, mas eles não pagam as contas. Me sinto perdido.

terça-feira, 23 de junho de 2020

3 momentos para uma História

Eu finalmente me formei em História. Nossa sociedade prega que sem um diploma de ensino superior você não é nada. E após terminá-lo, em muitas situações, parece que ainda assim esse papel não vale muito. 
O período de pior momento da quarentena eu já vivi - claro que pode haver pior momento num futuro - mas atenho-me aos exatos 3 meses em casa.
Primeiro, parece que já faz muito mais tempo que estou em casa, ainda que as semanas passem rápido. Eu diria que em 3 meses, já vivi 100 semanas. Essa é a impressão de tempo que eu vivi.
Claro que há fatores, o namoro, o estar com cachorro, o viver com minha mãe e  o visitar vizinhos amigos contribuem para essa sensação. No período inicial, me vi em crise profunda.
Tive crise de choro, sono mal dormido, e me vendo obrigado a não sair de onde estou num período maior que 2 meses nos últimos 4 ou 5 anos, me questionei. Como eu me questionei.
Perguntei-me sobre vida, profissão, dinheiro, amor, ambições, e ainda em certo grau sigo com os questionamentos, fato.
Num desses devaneios julguei o curso que escolhi no período superior de estudos e descretditei o pouco que lhe havia dado. agora, passo por uma reconstrução desse significado que é ser licenciado em História. Como posso, tendo um pé mental em exatas, querer encaixar-me nas ciências humanas? Por dias quis jogar tudo pro alto e recomeçar, porém lembrei que eu amo estudar o que estudei e que não é jogando pro alto o que investi que meu caminho teria necessariamente uma guinada na rua da felicidade.
Briguei com a História, e os momentos só, às vezes com ajuda de algum entorpecente, falaram mais alto e viajei para momentos que me construíram um curioso da História. Remotamente meus livros favoritos eram sem sombra de dúvidas as sagas de Sherlock Holmes e como ele conseguia reconstruir histórias por pistas. Na faculdade, Guinsburg o cita como exemplo da busca de um paradigma indiciário para o saber histórico e eu o coloco (a Holmes) como um influenciador na minha tomada de decisão do curso da faculdade.
Em um segundo momento me lembro de Alencar, meu professor de história no fund II e ensino Médio. O professor que esteve comigo por 7 anos, mais que qualquer outro até hoje e como o via liberto, talvez porque desiludido como professor, dentro da história como matéria escolar. Eu o olhava como exemplo de professor, ainda que por muitas vezes o tempo era quase disperdiçado em competições de arremessos de bolinha de papel dentro da sala de aula.
O terceiro motivo eu o manipulei, mas ainda creio ser um influenciador. As viagens que desde muito cedo fui obrigado e depois me obriguei a fazer para conhecer a realidade dos outros e os locais mais interessantes que eu poderia conhecer.
Hoje me vejo remediando relações com a História e olhando para a minha formação baseada em deformações e ápices de uma boa época de estudos. Respiro fundo e sigo buscando um conhecimento através da vivência e leituras que em breve espero poder compartilhar com outros e contribuir de certa maneira para a espécie humana como sociedade que eu (não) acredito.

Pergunta

Será que eu o amo?
Se a pergunta vem
Ele em minhas mãos me tem,
Sou eu que aos céus clamo
E com paixão o chamo.
Se o amo não sabia bem,
Já tive paixão por mais de cem
Já tive experiências insanas
Entre mamões e bananas
Eu já me diverti sem desdém

E a pergunta que no fim fica
É o que ele consegue e cativa
Sendo na forma ativa ou passiva
Que meu pensamento viaja e implica
E contente lhe dá a ultima dica
Que sou eu que no fim do dia o ama
Meu corpo por ele arde em chama
E o segundo que com ele estou
É o segundo que me encontro como sou
E eternamente me vejo com ele em uma cama

sábado, 6 de junho de 2020

Tentativa e erro

Junho começou e com ele, mais claridade de pensamentos.
O mundo está um caos. Ligar a TV ou mesmo entrar em redes sociais é deprimente. Um governo omisso em pedaços, crimes por todos os lados e uma epidemia mundial. Dentro de mim, fico reflexivo, mas sem buscar respostas.
O dia hoje representa bem esse momento. Eu olho pro céu e apenas nuvens e nuvens, um dia que poderia talvez ser visto em sépia e, apesar do movimento na praça ali fora, parece sem vida. Eu brigo comigo mesmo para mudar essa realidade e é difícil.

2020 na atual circunstância pessoal de não estar trabalhando, me deu tanto tempo como eu jamais tive antes. Beber, perdeu um pouco da graça, só passo mal quando bebo. Meu corpo não me satisfaz, minha intelectualidade parece medíocre, meu desejo é recomeçar. Mas aí, eu me lembro que não tenho 18 anos, nem milhares de reais na conta que me permitam repensar, ou talvez mesmo, não tenho 18 anos com a experiência dos 27 anos depois de tanta tentativa e erro. Desejo por um momento que a vida fosse tal qual a série Dark e eu mesmo pudesse me aconselhar quando era mais novo e abrir minha cabeça para entender.

Não é assim. O café me desperta e me lembra que não é assim que as coisas funcionam e tudo bem.  A primeira pergunta pode ser "O que é necessário para que você fique feliz e por que você não está faendo isso?" outra "por que você gasta tanto tempo refletindo e planejando, mas a execução é pobre e descontínua?". O momento de tristeza não deve e nem pode ser uma constante. Pelo contrário, deve ser algo específico e dar vazão às ações que mudem minha realidade.

"Qual seu desejo e o que você está disposto a abrir mão por enquanto para alcançar esse desejo?" e enfim "O que te faz feliz?"

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Sei lá que dia da quarentena e da vida

Já perdi as contas. Minha cabeça tá fervendo e não é de dor de cabeça. Não dormi essa noite e não foi balada. Mil coisas na cabeça e quando olho no espelho só enxergo frustação. Eu grito por dentro que a culpa é da pandemia, da quarentena e que se minha cabeça está assim é por fatores exógenos.
Como nunca antes só os arrependimentos gritam dentro. O de não ter estudar e passadona USP, ou mesmo de não ter implorado para ir pra Pelotas estudar meteorologia. De não ter tomado a primeira bala antes. De não ter dado certo com quase 30. Será que eu dei certo?
Eu peço por dentro socorro, mas mesmo os que podem ouvir, não podem fazer muita coisa. Eu me frusto de não ser um ator, de não ter coragem de sair por aí, de não ter sido rebelde o suficiente nem corajoso o suficiente para poder ter arriscado mais. De não ter ido para a Argentina ao invés de Londrina em 2013. De ser sempre o certinho da escola ao invés de ser o visionário.
Sem emprego, agora em 2020, pois queria tanto ter o mínimo do tal ano sabático, corona me pegou de jeito e quebrou as minhas pernas. Eu grito e me vejo traumatizado pelo ambiente corporativo por injustiças depois de tanto acreditar e trabalhar por um objetivo de mudar o mundo. Eu me vejo acanhado no canto, querendo me excluir de redes sociais, de querer viajar o mundo e não postar fotos. De deletar meus perfis e estudar algo que não exija tão facilmente o contato com outros humanos, ou pelo menos não em empresas que se dizem diversas, mas contratam corjas no comando.
Eu me vejo triste por ser ais um dos milhares de atores que nem criativos mais se acham.

Eu paro na esquina de casa, me olho com responsabilidades que eu outrora nem queria, e olho pra mim dizendo que basta de sofrer, e o caminho para a felicidade eu já devo ter. Mas olho novamente e me vejo perdido. A única mão que me acolhe, tenho medo de a cansar, de a perder. Me vejo só novamente e perdido, apenas estudando e estudando e ficando com mais medo. Porra, cadê o Jeff? É isso depressão? É isso pandemia? O que é? Não,não, não. Nem quero saber. Quero acordar e me ver em 2009 com esse sonho longo sonho. E fazer minhas frustações mudarem. Paro, penso e quero 2020, por que porra menosprezo a experiência? Os amigos e amores desses 11 anos? Eu me entristeço, só queria um abraço.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

1 mês de meditação ativa

Entre 23 de Março e 29 de Abril
Quando todas as inseguranças querem te destruir

Não estou falando literalmente de meditação. Mas sim seriamente. Num período em que me coloquei em casa de modo intensivo, convivendo com mãe, namorado, cachorros, pandemia mundial, governo em crise, instabilidade profissional e financeira, todas as dúvidas vieram a tona. Todos os desnivelamentos também.
Foi tempo de amar e ser amado. De me questionar sobre onde cheguei e as frustações que tenho e por que as tenho. Foi um tempo de filosofar de modo intensivo, questionar algumas amizades e ter saudades, nostalgia de outras. Foi tempo de dar um tempo e aprender como nunca o que é parar, e o que o "parar" trás de bom para minha vida. Foi tempo de se descobrir ocioso numa rede e até de ter crise de choro, desregular o sono, a alimentação, a rotina. Foi um tempo de dizer um "NÃO" bem grande para correntes familiares do controle, de entender melhor meus limites e calcanhares de aquiles. De entender meu sexo, minhas limitações, minhas lutas a serem escolhidas. De entender que o mundo é sim injusto e o que eu quero fazer vai determinar muito essas lutas a escolher.

Fiquei muito agoniado em entender o futuro e ainda estou, estou em processo. Não entendo muita coisa e ainda sem respostas para outras coisas. Me questiono sobre a produtividade em quarentena, ou pelo menos, sobre as curiosidades que a quarentena tem me feito ter. O que quero seguir, o que estou disposto a lutar.

Certamente há objetivos que não abro mão, mas de muitas coisas vou ter sim que abrir mão para conseguir o equilíbro que tanto venero nos meus pensamentos. Sem pressa, sem perfeccionismos.

Se eu fosse resumir esse 1 mês de quarentena eu diria que foi um intensivo de filosofia. É isso, um intensivo de Filosofia.

Meus três primeiros meses sabáticos

Entre 12 de dezembro de 2019 e 23 de Março de 2020
Depois da saída do Facebook e antes da quarentena oficial do Governo

Com tanto tempo dentro de casa, muitos pensamentos, medo e algumas crises existenciais, eu me peguei frustrado, me xingando por não ter passado na USP lá atrás e por ter uma vida presa àlgumas coisas que eu mesmo busquei. Ora, ora, ora...

Pois não foi que agora, ao me perceber vivido 1/3 do ano, eu me perguntei, e o que eu fiz? E o que, eu, que julgo tanto, me saboto muitas vezes, posso dizer ter feito nesse período pré-pandemia, que posso também dizer como um período de meu governo espiritual provisório? Que caralho eu fiz em 3 meses que me provaram dar um step ahead na minha vida? Será que posso comemorar? (Espero que sim, pois comprei vinhos pela internet e se, eu concluir que posso ser meu Narciso, eu vou brindar essa porra)

No outro dia após minha saída nada convencional do Facebook Brasil, sem ainda entender direito o que aconteceu e vivendo o trauma eu peguei a chave do meu apartamento, sim, meu fucking apartamento, que como bom brasileiro financiei em mil vezes. O estar desempregado não me fez comemorar, não me deixou com o momento de êxtase, apenas preocupações que infelizmente seguem, mas ainda assim é uma puta conquista. Morar na Praça Roosevelt, justamente onde eu sonhava em morar sendo um morador de São Paulo, num apartamento que posso dizer meu, é a realização capitalista da propriedade privada que alcancei. Fiz a mudança às pressas, com muita raiva, mas porra, eu tenho um teto, eu tenho esse tipo de problema para se preocupar e isso é lindo demais.

Entre Fevereiro e Março fiz duas viagens que me levaram a 5 estados do Brasil, conheci histórias lindas, pessoas incríveis, paisagens que nunca vão sair da minha cabeça, como atravessar o Rio Tapajós, ou ver Arte Rupestre pela primeira vez. Visitei meu irmão e meus sobrinhos, fiz novos colegas de teatro e fui muitas vezes ao cinema. Assisti ao Oscar do começo ao fim pela primeira vez, torcendo. Porra, olha que linda essa oportunidade, olha quantas experiências e memórias eu construí em algumas viagens que para muitos é impossível ou muito difícil até de cogitar.

Fiz um curso intensivo de atuação para TV e cinema na CAL no Rio de Janeiro e outro de História da Arte Brasileira no MASP. WOW! Sem palavras! E eu realmente quis fazê-los, eu realmente prestei atenção, eu realmente estava presente lá, eu realmente estava feliz em estar estudando esses cursos. Conheci gente legal nesses lugares, tive bons momentos e aprendi muito. Caraca, 2 cursos! Sem contar que iniciei uma pós em História da Arte na FPA, um lugar que sempre quis estudar.

Minha mãe veio morar comigo, estamos reconstruíndo uma relação que há tempos não existia, a do dia-a-dia. Meu cachorro é um fofo e a nega ainda está aqui ao meu lado depois de 17 anos quase. Meu amigos cada vez mais claro quem são e não me preocupo mais em provar nada para eles. E ah! O amor! Hehehehe Me apaixonei por um cara incrível, que me ama e me trata bem e é o melhor namorado do mundo. WOW! Eu vou fucking abrir esse vinho, vou fucking abrir a janela e gritar pro mundo que o período de transição entre o Jeff até 2019 e o Jeff no período da Covid.  O que será? Não sei, não tenho noção. Mas eu tenho que parar com esse sabotador que está dentro de mim, gritando a todo instante. Todos podemos dentro de nossas possibilidades crescer o máximo, por mais que seja em períodos complicados. Na realidade, até melhor, a mudança só vem pelo caos.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Na Varanda

Meu primeiro eu, cercando a luz amarela
a poucos passos de uma da manhã
Faz pouco, na velocidade da luz de uma vela
Que pedi pra na sua vida entrar numa por uma brecha
Que decidi passar contigo o meu amanhã

Sentados esperando o mundo acabar a cada momento
Sinto por dentro uma lágrima de amor,
Sim, você apenas está no meu pensamento
Cantando samba na varanda ao vento
Que faz de cada segundo um doce sabor.

Onde estiver não me esqueço de ti,
A diferença entre você e o passado
É que para lembrar de qualquer amado
Eu tinha que fechar os olhos, e se
De ti me afasto, eu sonho contigo acordado.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Minha São Paulo Querida

Olhando publicações muito antigas, eestou revendo experiências em São Paulo que ainda quero ter por aqui e ainda não tive.

Passear de helicóptero num tour panorâmico +-500
Ir ao festival de sopas do Ceagesp no inverno +-100
Entrar de fato na biblioteca Mario de Andrade 0
Assistir um concerto na Sala SP +-100
Ir ao Parque da Cantareira/Pedra Grande +-50
Aproveitar de verdade o MAC +-30
Ver uma exposição no MIS +-30
Fazer a trillha do Pico do Jaraguá +-50
Comer a Coxinha do Veloso +-30
Pedalar no Minhocão 0
Assistir algo no Teatro Municipal +-50
Subir o Jardim da Prefeitura 0
Assistir o Coral na igreja São Bento 0
Fazer uma visita guiada SanFran 0
Ver uma corrida no autódromo +-200 (Stock Car)
Ver uma corrida de cavalos no jóckei clube ???
Ir a Casa de Vidro +-50
Visitar o Catavento cultural +-50
Ir ao Instuto Butantã +-50
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Punheta Acadêmica

Nesses dias de quarentena, ou melhor, em dezembro antes do dilúvio chegar, pensava que seguiria num mundo corporativo tech. Muito bem equilibrado diria - ainda que com PLEVA, diz-se por estresse - estaria cômodo. Grande ilusão, em menos de uma semana me via sem emprego, com burocracias para resolver e uma conta de milhares de reais para pagar tal como aluguel e mudando completamente de estilo de vida.

Dezembro, chorei mágoas e certamente afetei meu psicológico de modo tal que não sei ainda o quão bem estou recuperado da injustiça sofrida no Facebook, sendo golpeado por uma política interna suja de uma corja de profissionais milionários. Ainda penso que eu não quero muito, e que merecia ter ficado um pouco mais, para catalisar alguns sonhos e deixar as coisas mais estáveis, mas a vida gosta de me desafiar. Sempre, sempre gostou. Certa vez, um amigo, me explicando de minha intensidade, me lembrou que todo momento que eu canto paz, um golpe surge de algum lugar e me puxa de volta para a ação.

Eis que dezembro tomei algumas decisões que afetariam minha vida por completo. Primeiro, inscrevi-me numa especialização na FPA em História da Arte, crente que, defasado numa formação inicial em Licenciatura em História na UNISA (em fevereiro de 2020 foi a colação de grau), poderia estudar e beber de material junto a já especilistas em arte e pensar em objetos de pesquisa para um possível mestrado na área. O que seria de todo um grande desafio. Estou amando! É díficil a leitura, mas é algo novo e o treino da teoria, e como ela se aplica no dia-a-dia, me faz feliz.

Ainda peso a utilitariedade da teoria, pois em um momento de crise como esse que vivemos não são de historiadores da arte que precisam e isso, ainda que pouco, me pesa a conciência e me coloca mais perguntas, como o de por que não fiz medicina ou que fosse veterinária ou ser bombeiro que estaria para ajudar as pessoas. Talvez meu ajudar seja político? Como político se vejo muitas vezes meu objetivo como individualista e elitista tanto quanto muita gente que conheci no ambiente corporativo?

São novas perguntas de angustias não tão novas assim. Tudo é construção e desconstruir dói. Ir a uma festa e tomar algum psicoativo pode ser uma viagem deslumbrante e "foda" para alguns, para minha é uma aula intensiva sobre meu próprio eu, é como ressucitar platão, sócrates e aristóteles e apanhar deles, ou vê-los como armas atirando uns aos outros sem me ver no meio da batalha. Ao mesmo tempo é libertador, pois toda a teoria que lida 10 vezes não faz sentido, em um passe de mágica se faz sentir na prática e não há linguagem no mundo que defina o entendimento daquilo que nós, teóricos, em punhetas acadêmicas, seguimos tentando produzir por séculos.

Eis-me aqui, refletindo na madrugada, na esperança que meu enough chegue logo, mesmo com o espírito inquieto que reconheço ter.



quarta-feira, 1 de abril de 2020

Legião

De tarde quero levantar
Quero olhar pra praça e ver
Que a chuva ainda está forte e vai
Ser foda sair na rua, sei
Que faço isso para viver
Eu vejo o vírus por aí matar
E o vento vai espalhando tudo agora.

Uma pandemia global

É a primeira vez que a minha geração no Brasil vive algo assim. O coronavírus é um vírus que tem uma média atual de letalidade de 1,38% e já infetou mais que milhares de centenas pessoas ao redor do mundo. Temos um presidente que pouco faz caso da situação e uma quarentena quase que obrigatória, devendo ficar em casa o máximo possível, tentando sair o mínimo possível para sobrevivência apenas.

Parece que o mundo fechou suas relações, seus voos, as ruas ficam vazias e com tudo fechado é quase um crime sair. Até que desrepeitei a quarentena indo visitar o amigo vizinho, ou levando o cachorro para passear.

Ora pois, 1 ano sem escrever por aqui e visualizado os dados que eu posso coletar visualmente - é dizer, maior atividade em 2013, o ano em que me obriguei a amadurecer determinador aspectos da vida adulta -, eu posso dizer que estou feliz e fazendo o que eu quero, só não da maneira que eu gostaria de estar fazendo.

Se bem visualizar os posts mais antigos e comparar com os resultados parciais de 2020, para um menino que pouco tinha de grana e apoio familiar, consegui alcançar algumas coisas. através de uma herança, dei entrada num apartamento de 2 quartos bem na praça Franklin Roosevelt, talvez meu sonho de consumo e lugar que mais gostaria de morar em SP. Entre tantas conversas e discussões, a melhor decisao foi que minha mãe voltasse a morar comigo.

Em maio de 2019 comprei adotei o Valentino, um Collie que hoje é uma dos meus grandes companheiros. Estabilizei melhor minha relação com minha irmã, neutralizando um pouco a convivênia e escutando opiniões sobre minhas decisões mais passivamente, já discordando em discordar. Apaixonei-me algumas vezes, sobretudo nas viagens, já sabendo o próprio fim que seria daquela paixão e me enamorei de um carioca em São Paulo, novinho, pouco a pouco, de uma maneira que estou amando estar com ele. Estou namorando, mas ainda sem poemas de amor. Concluí a licenciatura em História, fiz alguns cursos relacionados, estou estudando uma especialização em História da Arte. Falo 5 idiomas bem e outros 2 meia boca. Viajei por 24 estados do Brasil e 20 países no mundo. E uma pandemia global se alastrando nesse ano de 2020.

Sou de falar pouco do que fiz hoje em dia, cada dia mais aprendo que não é preciso andar com megafone falando de suas conquistas (diferente do que fiz acima), mas como considero algo pessoal esse blog público, fiz desse momento uma necessidade para me lembrar das conquistas e me animar no caminho. Tem gente que não consegue conviver com isso, eu talvez não conseguiria se estivesse do outro lado.

Ficar em casa te obriga a te conhecer melhor e as prioridades dos seus sonhos, ou mesmo reconhecer os sacrificios que você faz para viver a vida. Não se pode entender muito bem ainda o que vai ser do futuro, e essa escuridão á frente te obriga a enxegar ou sentir o que é de fato muito perto.

Seres humanos, nós, nunca estamos satisfeitos. Eu me mantenho as mesmas perguntas de 2009, mas dessa vez com muito mais conteúdo para explorar. Não somos nada sozinhos.

terça-feira, 16 de abril de 2019

A preparação do ator

No SENAC - SP, os alunos passam mais de 1 ano e meio estudando matérias pertinentes a àrea de interpretação. Sendo que o "método" abordado é do Russo Konstantin Stanislawsky. Ele escreveu alguns livros sobre seu sistema que é famoso em todo o mundo, e Inclui-se o livro "A preparação do ator". Abaixo há um resumo por capítulos do livro com algumas citações tiradas da obra ou paráfrases e conclusões sobre alguns temas tratados.
Não queremos colocar o sistema que estudamos como regra, o próprio Constantin dita isso, mas para refrescarmos a memória é sempre bom ter algo em mãos. Bom proveito.

A Preparação do Ator
Constantin Stanislavsky

“Ele [o sistema] só tem utilidade quando se transforma numa segunda natureza do ator, quando este deixa de se preocupar com ele e quando seus efeitos começam a aparecer naturalmente em seu trabalho”.


Diretor Tórtsov junto ao seu assistente, Rakhmanov, dá aulas de arte dramática para Gricha Govorkov, Sônia Valiminova, Vânia Viuntsov, Paulo Chustov, Leão Puchcin, Maria Maloletkova, Nicolau Umnovik, Dacha Damcova e o narrador da história Kóstia Nazvanov

Capítulo 1 – A primeira prova

“É difícil despertar a vontade criadora; matá-la é facílimo”.
“O ator deve ser como um soldado e submeter-se a uma disciplina férrea”.

Dicas:
Evitar ansiedade
Ter objetivo em palco quando atuar
Evitar a mecanização de ações
Evitar a o início da criação pelo que é externo e não interno
Evitar Estrelismo
Olhar e escutar o outro em cena

Capítulo 2 – Quando atuar é uma arte

“A melhor coisa que pode acontecer é o ator deixar-se levar pela peça inteiramente”.
“A nossa arte nos ensina, antes de qualquer coisa, a criar conscientemente e certo, pois esse é o melhor meio de abrir caminho para o florescimento do inconsciente, que é a inspiração”.
“Representar verdadeiramente significa estar certo, ser lógico, coerente, pensar, lutar, sentir e agir em uníssono com o papel!”
“Infelizmente, no mundo, o mau gosto é muito mais comum do que o bom gosto”.
“Nunca se permita representar exteriormente algo que você não tenha experimentado intimamente e que nem ao menos lhe interessa”

O capítulo trata do “atuar consciente”, de como é importante a preparação física do ator e como é perigoso a simples imitação ou fixação de movimentos pra definir sentimentos, os carimbos os clichês e estereótipos que se tornam base do trabalho de alguns atores. O capítulo também cita a importância de viver o papel a cada instante que o representamos e em todas as vezes. Tortsóv deixa bem claro como o estrelismo tem que ser banido da vida de um ator.

A ser considerado para estudo de Circunstâncias Dadas podemos citar:

o   Época
o   Tempo
o   País
o   Condições de vida
o   Antecedentes
o   Literatura
o   Psicologia
o   Alma
o   Sistema de vida
o   Posição social
o   Aspectos exteriores
o   Caráter
o   Costumes
o   Modos
o   Movimentos
o   Voz
o   Dicção
o   Entonação

Capítulo 3 – Ação

“A imobilidade exterior de uma pessoa sentada em cena não implica passividade”.
“Muitas vezes a imobilidade física é resultado direto da intensidade interior e são essas atividades íntimas que tem muito mais importância artisticamente”.
“Não atuem de um modo geral, pela ação simplesmente, atuem sempre um objetivo”.
“Todo aquele que deveras é um artista, deseja criar em seu íntimo outra vida, mais profunda, mais interessante do que aquela que realmente o cerca”.
“No início esqueçam seus sentimentos. Quando as condições interiores estiverem preparadas e certas, os sentimentos virão à tona espontaneamente”.
O “se” que cria a possibilidade do mágico, impulsiona a imaginação e estimula o subconsciente.
Nós como atores devemos aprender saber os momentos ideais para dar risada e do que. Termos foco no trabalho é essencial e saber separar o que é o profissional do pessoal é essencial.

Capítulo 4 – Imaginação

A imaginação é essencial para os atores
“[o ator] terá de desenvolver a imaginação, ou então desistir do teatro”.
A minha imaginação tem iniciativa? Será questionável? Desenvolver-se-á espontaneamente? A imaginação tem que ser ativa além de passiva.
O Subtexto: Entender e acreditar no histórico da personagem, imaginando-a.
É necessário fazer-se perguntas a todo instante, criando imagens com a criatividade.
“Até mesmo um tema passivo pode produzir um estímulo interior e incitar-nos à ação”.
“Nossa arte requer que a natureza inteira do ator esteja envolvida, que ele se entregue ao papel, tanto de corpo como de espírito”.
“Se pronunciarem alguma fala ou fizerem alguma coisa mecanicamente, sem compreender plenamente quem são, de onde vieram, por quê, o que querem, para onde vão e que farão quando chegarem lá, estarão representando sem a imaginação”.

Capítulo 5 – Concentração da atenção

“Para fugir do auditório você tem de ficar, interessados em alguma coisa no palco”.
“O ator deve ter um ponto de atenção e esse ponto não deve estar no auditório”.
“Nada de perguntas desnecessárias, o ator deve ser bom de cálculo”.
“Nunca, por um segundo sequer, fiquem sem fazer nada”.
“O talento sem o trabalho nada mais é do que matéria-prima sem acabamento, no estado bruto”.
“O ator deve ser observador não só em cena, mas também na vida real”.
“Sou um artista, preciso de material capaz de tocas minhas emoções”.
Temas como “Solidão em público”, “Círculos de atenção”, “Atenção exterior e interior” e o “Recordar” (que é um trabalho prolongado e sistemático) são levados em conta nesse capítulo.

Capítulo 6 – Descontração dos Músculos

A rigidez muscular interfere com a experiência emocional interior. Nas pessoas nervosas de nossa geração essa tensão muscular é inevitável.
“Nos trechos de grande tensão é ‘particularmente necessário conseguir um libertação muscular total’”.
Esse hábito de relaxamento e descontração muscular deve ser feito dia-a-dia. Estudar ossos e partes do corpo seria interessante para a preparação do ator.
“O ator como a criancinha, tem de aprender tudo desde o começo, a olhar, a andar, a falar, etc. Nós todos sabemos fazer essas coisas na vida comum. Mas infelizmente em nossa grande maioria, fazemo-las mal. Um motivo é que qualquer defeito surge muito mais perceptível sob a plana luz da ribalta e outro é que o palco exerce uma influência no estado geral do ator”.

Capítulo 7 -  Unidades e Objetivos

“É tão impossível reduzir a uma só bocada um peru inteiro, quanto uma peça de cinco atos”.
“Quanto mais seco ficar o papel, mais ‘molho’ será necessário”.
“Lembrem-se que a divisão é provisória, nem o papel e nem peça podem ficar em pedaços”.
“Não decomponham uma peça mais do que o necessário, não usem detalhes como guia. Criem um canal delineado com divisões amplas, que tenham sido minuciosamente elaboradas e preenchidas até o último detalhe.”
Só na preparação do papel que usamos essas tais divisões de unidades.
Sempre repassar os pontos principais e se perguntar o que é essencial na peça?
 “O erro cometido pela maioria dos atores é o fato de pensar nos resultados, em vez de apenas na ação que deve preparar”.


Objetivos devem ser:

o   Dirigidos aos atores e não espectadores

o   Pessoais e Análogos aos da personagem

o   Artístico, verdadeiro, real, vivo e Humano.

o   Ser atraente, comovente e claro.

Às unidades é importante darmos nomes, esses com emprego de verbo de ação (querer, por exemplo)

Capítulo 8 – Fé e Sentimento de Verdade

“Há a verdade cênica, que é verdadeira, mas que tem a origem no plano de ficção imaginativa e artística”.
O sentimento é importante. Verdade no teatro é verdade cênica: “A verdade em cena é tudo aquilo em que podemos crer com sinceridade, tanto em nós mesmos como em nossos colegas”.
O processo de buscar começar pelo interior é chamado: “justificativa do papel”.
"Precisamos de verdade no teatro, até o ponto que podemos acreditar nela”.
“Procurem a falsidade ‘apenas até o ponto em que isto os ajude a encontrar a verdade’”.
“Os jovens, tão impacientes, procuram agarrar de uma vez toda a verdade interior de uma peça ou de um papel e acreditar nela”.
“A linha lógica de ações físicas não deve ser interrompida nem em cena, nem nos bastidores.”
“Cheguem à parte trágica do papel sem estremeções dos nervos, sem sufocações, nem violências e, sobretudo, não o façam de repente. Encaminhem-se para o que é gradual e lógico”,

Capítulo 9 – Memória das emoções

“Embora os nossos sentidos do olfato, paladar e tato, sejam úteis, e até mesmo importantes algumas vezes, o seu papel em nossa arte é simplesmente auxiliar, e tem por objetivos influenciar nossa memória das emoções”.
“O tempo é um esplêndido filtro para os nossos sentimentos evocados Além disso, é um grande artista. Ele não só purifica, mas também tresmuda em poesia até mesmo as lembranças dolorosamente realistas.”
“Dirija seus esforços no sentido de criar uma inspiração nova e fresca para o dia de hoje.”
Temos a semente de todos os sentimentos em nós.
O ambiente exerce grande influencia em nossos sentimentos.
O cenário tem a função de atrair a atenção do ator para o palco, fazê-lo mais concentrado e evocar e facilitar o despertar dos sentimentos do ator em cena.

Importante para que o ator construa uma personagem:

o   Criar condições para uso correto dos sentimentos

o   Unidades

o   Círculos de Atenção

o   Crença na ação física

o   Subtexto

o   Condições impostas (teatro, iluminação, etc.)


Capítulo 10 – Comunhão

“se os atores deveram querem prender a atenção de uma plateia, devem fazer todo o esforço possível, para manter, uns com os outros, uma incessante troca de sentimentos, pensamentos e ações”.
“O ator não deve ser mutilado, deve ter todos os seus órgãos”.
A energia do ator se expande e é compartilhada em forma de raios e irradiação.

Capítulo 11 – Adaptação

“Vocês devem aprender a se adaptarem às circunstâncias”
O fator da imprevisibilidade: “O elemento surpresa é tão curioso e eficaz que a gente se persuade de que essa nova forma é única interpretação possível para aquele trecho”

Capítulo 12 – Forças Motivas interiores

O ator deve sempre estar apto a fazer novas suposições quando fatigado de alguma cena ou peça.
As três forças motivas interiores: A mente, Os sentimentos e a Vontade.

Capítulo 13 – A linha contínua

O papel deve ter uma linha contínua
Quando dado o papel o ator deve sondar a alma do papel
“A atenção do ator está constantemente passando de um objetivo para outro. È essa constante mudança de focos que constitui a linha contínua, se um ator se apegasse a um objeto só, durante todo um ator ou uma peça, ele seria espiritualmente desequilibrado, vitima de uma ideia fixa”.

Capítulo 14 – O Estado interior de criação

O trabalho teatro em público sugere a verdade artística (desejável), mas geralmente vem da evitável artificialidade teatral.
A maioria dos atores lembra-se apenas da caracterização externa da personagem antes de subir aos palcos, por que não podem também preparar o interior antes das apresentações tal como fazem com o corpo?
Antes de subir em cena vale a pena perguntar-se sobre a segurança em determinados trechos, se sente ou não sentimento em determinadas ações, se é necessária alguma adaptação de algum detalhe imaginativo.

Salvini disse: “O ator vive, chora e ri em cena e, o tempo todo, está vigiando suas próprias lágrimas e sorrisos. É esta dupla função, este equilíbrio entre a vida  e a atuação que faz sua arte”

Capítulo 15 – O Superobjetivo

O tema principal deve estar firmemente plantado no cérebro do ator durante toda a representação. “Logo, os pequenos objetivos, as unidades, e a trama em si, deve-se encaminhar para esse superobjetivo”.

Capítulo 16 – No Limiar do Subconsciente

O capítulo trás muito sobre quando a atuação inconsciente, a inspiração, aparece no palco, e quando ela passa a ser de grande valia para o ator.
"O Objetivo principal da nossa psicotécnica é colocar-nos em um estado criador no qual o nosso subconsciente funcione naturalmente”
Em palco o ator vê-se alternando momentos de verossimilhança com de sinceridade, probabilidades com fé.
Os medos e dúvidas em relação à peça e ao autor atrapalham o trabalho do ator.
“O ator deve achar por si próprio o tema principal da peça [...], deve se colocar numa vida análoga à da personagem, caso precise, que faça suposições”.
“O que precisamos é de um superobjetivo que se harmonize com as intenções do autor e ao mesmo tempo desperte repercussão na alma dos atores. Isso significa que temos que procurá-lo não só na peça, mas, também, nos próprios atores”.
Algumas pessoas tem um Objetivo Supremo na Vida. Mas ninguém pode infringir as leis da Natureza.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Viagens 2019

Plano de Viagens 2019

Jan: RIO
Fev: FLORIPA
Mar: DOURADOS
Abr: MIAMI - SFO
Mai: PORTO VELHO
Jun: MS, MT, GO E BELEM
Jul: MARANHAO
Ago: VIX
Set: SFO-MONTREAL-NOVA YORK
Out: ASUNCIÓN
Nov: LISBOA, BUDAPESTE, VIENA, BRATISLAVA, BERLIM, MUNIQUE
Dez: JOAO PESSOA, FORTALEZA

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Lobos

E o que importa se o tempo parou se eu o mato?
Faz tanto tempo que não te encontro,
Cada monstro, cada lobo que eu afronto,
Lembrando que o seu o beijo foi o fato
E quando te vejo, é minha alma que maltrato?
Não sei em qual rua foi que eu caí,
Uma paixão de graça pra outra  não sorri,
Não me deixe sozinho e perdido,
Eu quero poder dizer que poderia ter acontecido
Quando tudo o que tivemos é apenas o aqui.

Me beija sem olhar os metrôs que passam
Fecha os olhos e entrega suas mãos ao meu corpo
Faz de cada detalhe, o seu trabalho e meu escopo,
E não há pessoas crueis que parar nos façam
Se os lobos que nos afrontam e nos caçam
São os mesmos que me fazem acreditar
Que correr é sentir vida, criar asas e voar
E voltar no tempo por opção própria
Vivendo idealismo de uma vida imprórpia
De uma paixão que nunca poderá vingar.