Tomei a liberdade de começar a ler a construção da personagem. Nem sei se vamos estudar o livro já que o tempo é pequeno no curso. Digo, na teoria, pois na prática temos feito tal sistema nas aulas de expressão corporal, vocal e interpretação. Mas é como se a cada 12 horas na semana déssemos uma pequena pincelada nos temas. Teatro é mais para ser vivido do que estudado. Digo isso, pois estamos na aula e temos um direcionamento, mas caso eu parasse para observar são poucos ou nenhum que enquanto respiram param para serem um pouco mais conscientes de sua técnica corporal e vocal por exemplo.
(from my Facebook)
Minha família sempre foi da opinião que teatro é uma coisa de ricos para ricos. Até certo ponto isso é verdade, pois caso quisesse dedicar-me 200% na arte dramática teria de sustentar-me com vento. Além de tentar promover uma saúde completa, dormindo bem, comendo e bebendo bem, teria de ter uma boa academia e alongamentos para tentar chegar no corpo ideal.
(1) Veja bem que disse corpo ideal e não perfeito. Uma coisa é diferente da outra. Muito inclusive. (2) Alguns atores tendem a se exibir em palco, gostam mais dele no papel do que o papel nele, o que é um erro gravíssimo.
Aulas de dança, tanto clássica como contemporânea teriam de estar no currículo, são aula que podem deixar o movimento plástico caso não haja objetivo e alma naquilo que se produz.
Tanto o canto como a retórica seriam de extrema importância. Saber impostar a voz e escolher seus meios de ressonância são demandas de um ator. A retórica entraria como convencimento, mas eu prefiro sua parte que trata de articulações e etc. É como se eu quisesse misturar o canto com a fala. Ao invés de cantar como eu falo eu estivesse em busca de falar como eu canto. É claro que depois de um canto bem treinado e não totalmente amador. Há que reconhecermos nossas estruturas e sabermos conscientemente dominá-las.O que é muito difícil.
Uma prova que o teatro é uma busca contínua é o trecho obtido do livro "A construção da personagem" no Capítulo 8. "As aulas de canto que damos a vocês, alunos, não são meros exercícios para colocar a voz durante aquela determinada hora. Em aula vocês tem de aprender as coisas que deverão ser praticadas, primeiros sob o controle de um treinador experiente e depois independentemente, em casa e em toda parte onde forem durante o dia." Isso serve a tudo, e como!
Bom, era isso que eu pretendia dizer por aqui em relação ao avanço de meus estudos no Senac. Isso não me foi pedido, essa pesquisa, essa busca, mas como disse Stanislavski:
Se você estiver em busca de alguma coisa, não vá sentar-se na praia à espera de que ela venha encontrá-lo. Você tem de procurar, procurar, procurar, com toda a sua obstinação! - Stanislavski
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A construção da personagem
O livro tem as mesmas caracteristicas de "A preparação do ator", mas é bem mais explicativo e voltado a tecnicas, o que nao diz não ter a ALMA como base e principio de qualquer ação voltada para essa técnica. Vou dar os tópicos abordados em cada capítulo que eu li até o momento.
Capítulo I - Para uma Caracterização Física
Há uma necessidade da forma exterior sim desde que haja alma e o exterior seja um complemento do interior. Isso adquire-se por vários meios como o da observação
Capítulo II - Vestir a personagem
É necessário haver consciência no que se faz, na atuação.
Capítulo III - Personagens e tipos
Ame o seu papel em você e não você no seu papel. Quando se tem medo de mudar sua personalidade completamente, alguns atores têm medo da caracterização.
"Assim, a caracterização é a máscara que esconde o individuo ator. Protegido por ela pode despir a a alma até o ultimo, o mais intimo detalhe. Esse é um importante atributo a traço da transformação"
Capítulo IV - Tornar Expressivo o corpo
Devemos procurar um corpo ideal para o teatro. Robusto e proporcional, nem muito forte ou muito fraco. E gestos não devem ser feitos pelo simples fato de serem gestos (O geste pelo gesto)
Capítulo V - Plasticidade do Movimento
O andar ideal. (já mencionado nesse blog) e a linha interior que desprende os movimentos deixando-os fluentes em cena.
Capítulo VI - Contenção e controle
Uso excessivo de gestos e gasto de energia neles acarreta em erros. Um exemplo interessante é um ator que pode passar expressividade pelo rosto pode ser bem prejudicado chamando sua atenção para gestos em demasia em uma cena.
Capítulo VII - A dicção e o canto
Muito necessário ao ator é um voz. ela pode alcançar muitas coisas quando bem desenvolvida, e o desenvolvimento nesse caso dá-se pelo seu domínio, domínio de sua extensão, articulação, impostação e etc. Faz-se muitas referencias a aula de canto que podem ajudar o ator em sua caminhada como atrapalhá-lo.
Capítulo VIII - Entonações e Pausas
Capítulo IX - Acentuação: A palavra Expressiva
Capítulo X - A perspectiva na Construção da Personagem
Capítulo XI - Tempo-Ritmos no movimento
Capítulo XII - O tempo-Ritmo no falar
Capítulo XIII - O Encanto Cênico
Capítulo XIV - Para uma Ética do Teatro
Capítulo XV - Padrões de Realização
Capítulo XVI - Algumas Conclusões sobre a Representação