domingo, 13 de setembro de 2020

Amor gelado

Enquanto meus olhos seguiam a luz
Os seus seguiam a minha silhueta
Enquanto colocava em ordem a minha meta
de sozinho carregar a minha cruz,
No caminho apareceu você, e nus
nos encontramos pela primeira vez.
Foi sensação de sentir sua tez,
foi sensação de evitar sentir,
pois foi rápido, e não quis investir
No incerto em menos de um mês.

Balde de água fria em mim jogado,
O que não sabiam era que do frio eu gosto,
Que quando tenho sentimento, mostro,
E quando me sinto apaixonado
Esqueço o medo, e o coloco ao lado,
E me jogo no mediterrâneo a nadar.
Você é meu mar gelado sem saber,
É meu lago suiço no verão a derreter,
E seja lá o que for, é uma delícia te amar,
E sem clichês, é no seu mar que eu vou entrar.

Maçã do conhecimento

 Mordi a maçã do conhecimento

Sem saber exatamente o que esperava,

Foi como subir vulcão em lava,

Foi como meter a mão no cimento,

Foi quebrar a onda do tempo e do momento

ou mesmo a noção de espaço e matéria.

Nessa viagem, me distanciei de gente séria

E entendi o outro sem da linguagem usar,

Tive ideia do que é morrer e se integrar

ao todo, ser pó de estrela, ser uma bactéria.


Não há explicação, pois nem conseguiria.

Não é sobre uma questão de capacidade

Não é sobre ser maior ou menor de idade,

Acho que nem tema de maturidade seria.

Quando olho no espelho escuto "quem diria?"

E me permito ver que já não sou mais eu,

que me arrisquei e o químico me surpreendeu

E que minha sensibilidade ao próximo está a mil

Quebrando fronteiras minhas e do Brasil

matando deuses, e criando um deus que também sou eu.