Como eu reclamo de boca cheia às vezes ou sempre. Mas sabe, não é o reclamar que incomoda. O que me incomoda um pouquinho na realidade é essa coisa que dizem que amadurecimento é. Tenho certeza que foi esse o motivo o qual levou J. M. Barrie escreveu Peter Pan ou Jesus disse que deveríamos ser como as crianças são. Outro exemplo foi Antoine de Saint-Exupéry dizendo que todo mundo cresce, mas alguns nem se lembram de como eram quando criança.
Será que para amadurecer eu tenho que cortar muitas coisas que tenho em mente? Se eu fosse rico ou tivesse bastante dinheiro, talvez não, mas pensando melhor não posso me basear nessas estratégias, visto que “amor ao dinheiro” é o pior pecado segundo a bíblia. Acredite você ou não em Deus, acho que deves concordar com isso, o dinheiro e o poder sempre geram piores erros.
Talvez por isso eu deva estar escrevendo e tentando cortar varias metas, para não cair nesse erro de amar só o material e assim gerar mais erros e cair em mais armadilhas. Eu tinha várias metas para alcançar, tudo materialmente falando. Depois, não muito mais, outro dia, já eram menos que cinco e agora... São menos que cinco e não mais que duas ou três. Na real, todos os objetivos que inicialmente estavam comigo ainda estão, mas bem mais contidos. Sabe o que eu estou achando mais engraçado nisso tudo? Esse meu comportamento. Antes eu era louco por esse tipo de conversa. Onde você quer estar em dez anos? Quais seus objetivos? Que faculdade você quer cursar? Fala idiomas? Gosta de arte? Enfim, amava tudo isso. Acho que ainda amo, mas eu mesmo evito esse tipo de conversa.
Estou começando a me dar valor, e tento me manter mais “maduro” e o mais importante é que eu quero manter essa energia positiva em mim, de ir para frente, por mais que apenas um passo de cada vez possa ser dado, antes eu preferia dar pulos. E falo em alegria também, porque não me lembro, infelizmente, a última vez que tive um momento muito bom mesmo. Na realidade me lembro sim, alguns poucos momentos. Acho que o momento mais feliz da minha vida até hoje foi numa “capela” de despedida do ensino médio. É como se fosse uma reunião aberta para toda a escola ver nossa despedida do 3º ano. Falei um monólogo e dei flores a todos, chorei de alegria e de tristeza, sentimento esse que vai ser difícil encontrar de novo. Isso foi ano passado.
Já peço desculpas pelo tanto que eu escrevi até agora, mas eu estou precisando disso. Escrever. Estou precisando de momentos assim de novo, não de choro, mas de risos. Por isso que apesar desses cortes eu estou tentando me achar feliz. Afinal, se só triste eu ficar vou afastar a felicidade de mim. Se eu for feliz no pouco, no muito eu também serei.
Tem uns amigos meus que precisam ser citados aqui, São mais do que amigos de verdade, não importa onde estejam ou se faz tempo já que não nos falamos. Acho melhor não citar nomes, porque eles saberão que são eles se um dia chegarem a lerem isso. São quatro. Perdoem-me os outros, mas esses quatro foram os que mais marcaram minha vida. Um garoto e uma garota que moram no Rio de Janeiro, o garoto só o conheço pela net, mas é um amigo que quero ter sempre. A garota ainda vai ser uma ótima promotora ou seja lá o que ela for, ela vai ser a melhor, estudou comigo no primeiro ano e nunca me deixou mesmo que longe. Meu amigo que mora perto da minha casa e passa horas conversando comigo ou falando de faculdade, estudos, garotas e violão e uma amiga minha que eu quero matar... De beijos e abraços. Todo mundo pensava que eu era apaixonado por ela no ensino médio e ela só sabia falar “cala a boca, Jeff”, mas nós éramos apaixonados sim, amigos apaixonados, pois amigos como a gente não tinham. Talvez ela não saiba tudo de mim e nem eu dela, mas nossas almas se apóiam mesmo que por ligação. Ela sumiu, faz mais de meses que não a vejo, não sei o porquê, mas a vida é assim, feita de escolhas e elas nos levam para caminhos diferentes.
Antes que me crucifiquem eu estou falando aqui de amigos, não de amor e nem de família, essas são outras partes de mim.
Esses cortes me deixaram um pouco sem horizonte, mas não vão me deixar sem chão. Hoje só penso em trabalhar, estudar e quem sabe fazer um curso de inglês de novo, por mais que eu volte um ou dois módulos, quero pegar o tal diploma TOEFL ou IELTS General Training, acho muito importante para minha carreira. Nessa semana decidi que com o último dinheiro que me resta vou comprar patins e tentar fazer disso um esporte e um hobbie, porque do jeito que eu estou mal fisicamente e sedentário se eu não fizer nada vou apodrecer. Depois de tudo isso eu penso em mais, vou conseguir comprar meu violão e meu notebook e se Deus quiser ir para mais um intercâmbio, dessa vez no Canadá ou mais uma vez na França. Foram essas as últimas coisas que exclui sem contar o curso de Francês para pegar o diploma DALF C1. Até lá vou ter que me virar e me acostumar com essa ideia, que como vêem não entrou direito em minha cabeça. Caso contrário não as citaria aqui.
Espero que compreendam essa frase: “Cortes sempre são feitos, mas só para embelezar a vestimenta. Os meus estão sendo feitos e o terno vai ficar ótimo” (risos).