domingo, 23 de outubro de 2011

O que eu quero é perfeito demais

Eu queria talvez
Que você fosse flor
E eu fosse colibri
Eu queria talvez
Ser o seu cobertor,
Seu lençol de cetim
Pra que quando chegasse o teu cio
Te beijasse como um beija-flor
Pra que quando chegasse o teu frio
Te agasalhasse com o meu calor.
Eu queria ser a poesia
E você o papel
E deitar em suas linhas
As rimas de um amor fiel
Na verdade o que eu quero é impossível
O que eu quero é perfeito demais
Não existe um amor tão sublime
Por entre os mortais.
Mas não se prenda amor, pode ir
E não se renda a meu jeito de amar
Te quero tanto
Que até tenho medo de te escravizar
O mesmo barco que o vento levou
Se um dia a praia quiser retornar
Terá meu corpo,
Minh'alma, um porto pra se abrigar..

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A liberdade aperta

Impressionante que em relação a faculdade sempre caio nos mesmo cursos depois de tanto vagar. Sempre em História, Arte, Teatro e Letras. Tenho que me formar em alguma dessas, isso é fato. Mas quando eu não tenho a minima ideia. O que mais desejo mesmo é conseguir um trabalho (de preferencia no teatro) que me dê a possibilidade de sair de casa. Não está dando mais aqui. Tenho mil vantagens, como comida na mesa, roupa lavada, não faço muita coisa, mas trocaria essas mordomia por um pouco mais de paz, mais silêncio e concentração, além é claro de um metrô perto na zona sul de SP. Posso estar sonhando muito, mas não é impossível. Por isso me inscrevi num curso de comissariado de bordo e logo depois desse caso seja possível estudarei o de agente de aeroporto. Se bobear antes mesmo do curso do Senac acabar eu já estou em congonhas ganhando o suficiente para me manter por ali perto do Jabaquara e região e sozinho. Dividir AP com amigos ou república é algo a se pensar, mas somente caso eu sozinho também consiga me manter. Bom, essa é  minha vida hoje. Sobre a faculdade só poderia estudar caso trabalhasse no chão e não no ar em alguma companhia aérea, e podendo escolher ficaria muito em duvida do que cursar, mas nada é impossível e até lá tem chão ainda.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nãos por sins

Tenho tentado encontrar tudo que por aí perdi
Já tentei e vi que não mais dá, só regredi.
Em verdade minto, pois sei que cresci
Lá no fundo somente amadureci.

Já vi que nem sempre a vida é feita de escolhas
Que ela gosta de fazer com que soframos
Cada lugar cria em mim bolhas
Bolhas que estouram quando mais amamos

Vejo na minha pele, enormes feridas
Vejo na minha alma uma cicatriz
Todas por causa de algumas pobres almas perdidas

Mas estou certo que alcancei o que queria
Não fossem os nãos ditos ao invés dos sins
E lá nos fins, O amor que para ti teria, só restou para mim.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tradução

Estou descobrindo que não são em palavras que sentimentos podem ser traduzidos. Estou há um tempo aqui hesitando, com os dedos no teclado, cabeça baixa e música aos ouvidos, mas nenhuma palavra com sentido quer sair. Tem pessoas que precisam de trabalho para viver, tem pessoas que precisam da arte para viver, há outras que se contentam em ajudar quem necessita, mas tem aqueles que precisam do sentimento que o homem insiste em nomear para viver. Poucas palavras ditas e sem sentido para outros já me fazem sentido, afinal não são em palavras que traduzo o que sinto.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Coração dói

Me sentindo sozinho. Coração dói.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Só mais uma opção

Depois de tanto pensar e procurar e decidir e tomar decisões que pareciam tão importantes apenas pelo fato de serem decisões eu tive que tomar mais uma. Não insensata, mas necessária. Que talvez me ajude ou me atrapalhe. Afinal a vida é matemática e imprevisível, isso porque a matemática é uma ciência exata.
No teatro continuo agora e sempre. Desanimei em relação a algumas coisas do curso, não por ele, mas por mim que falo demais, mais do que o necessário quase sempre. Mas continuarei no curso até o fim por diversos motivos. Um que ele já está pago, outra que me dá o DRT no seu término e que um dia talvez possa valer muito no meu caso. Como opção paralela dou aulas de inglês, gosto muito, mas não é algo que quero fazer por muito tempo. Estou pesquisando cursos que não durem tanto, que me agradem e me deem a possibilidade de fazer uma grana legal o suficiente para que eu possa me manter em São Paulo, comprar meu carro, viajar de vez em quando e divertir-me. O que vem por aí? Por enquanto só posso responder que a vida e minhas escolhas são matemáticas, porém imprevisíveis.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Na Igreja

No Sino da Igrejinha já se marcava três horas da tarde. Alguns costumam dizer que é a hora sagrada do dia. A igreja construída há 100 anos era bem destacada em meio aos prédios e a bagunça que a cidade ao seu redor inspirava. Era de tijolinhos de barro, um bem unido ao outro.
Foi nessa hora exata que um jovem, a passos curtos com cabeça baixa e olhos vidrados no chão entrou no salão e sentou-se no último banco. Uniu as mãos e continuou com a cabeça baixa.
Um grupo de senhoras estava em um grupo de oração. Acharam estranho nem o sinal da cruz o rapaz fazer ao entrar em uma igreja católica. Mas continuaram o que tinham para fazer apesar de algumas estarem mais prestando atenção ao menino do que na palestrante.
Uma mão do garoto cobriu os olhos enquanto a outra segurava seu casaco. Não era um rapaz pobre pelas vestes não, lembrava até alguns desses rapazes que você encontra no Shopping depois de uma sessão de cinema. De sua mão que cobria o rosto veio água que embebedou o casaco que estava na outra mão, o que se podia observar era o movimento continuo de seus lábios e um respiração curta.
O que ninguém sabe é o que ele estava pensando ou dizendo, mas era sincero em cada momento ali. Depois de um tempo que eu não sei responder qual era, o garoto levantou o rosto e limpou os olhos. Com o casaco nas mãos deixou o local e por ali nunca mais passou. O grupo de oração continuou ali.