quarta-feira, 7 de julho de 2021

Entre o hospital e a cura

 Impressionante como chegar no ponto mais baixo da montanha-russa da vida, aquele momento do frio na barriga é. Eu cheguei no hospital depois de uma crise, senti meu corpo vibrar e pensei que ia morrer. A sensação foi horripilante. Ansiedade o médico falou. Meu corpo falhou, saiu do controle, não foi uma crise simples como outrora. Ao mesmo tempo conseguir um emprego pelo qual eu venho lutado nos últimos meses e receber um dinheiro na conta tem seu valor. Parece uma sensação de reconquista.

Não sei como vai ser daqui pra frente, mas sei que minha dedicação em querer resolver os problemas, se já era real, agora mais do que nunca, é gigantesca. Meu lado resolutivo é talvez meu maior ponto forte, ainda que minha reticência me atrapalhe. Eu busquei por muito tempo resolver coisas que não cabiam a mim, mas agora a história pode ser diferente. Ainda tenho que passar em alguns médicos, dentista, voltar a ter mais rotina no esporte e na alimentação, mas estou começando a ver uma saída e ser feliz na minha rotina lotada de coisas na qual eu sou o centro. 

Não é individualismo, e as pessoas erram em ver assim, é saber minha importância e meu lugar. Olhar pra trás, pra o ano da pandemia, 2020 e começo de 2021 e entender o quão ruim foram os momentos que passei, mas que com eles pude aprender a dar valor que não estava dando para minha família e meu amor e valorizá-los o máximo que eu possso. Tenho que aprender comigo. Reaprender a sorrir, a ser o maduro que eu preciso ser na idade que tenho, e ter a postura que eu mereço ter. Talvez Deus realmente exista e ele não dá uma cruz com peso maior do que posso carregar. Vou buscar os sorrisos que perdi nesse tempo.

Só um adendo, se me perguntarem um dos meus momentos favoritos do dia é andar com o Tino, no frio, na rua augusta x avenida São Luís enquanto falo ao telefone ou escuto música, ou mesmo converso com ele. Que momento lindo e que me recupera de muita coisa. #Nega que você esteja no céu dos cachorrinhos olhamdo por nós, e Tino, obrigado por estar aqui :) 

terça-feira, 8 de junho de 2021

Dizer não

 É impressionante como as coisas estão dando errado nos últimos meses. Minha paciência já acabou e a reiliência vem triunfando. Eu vou sair dessa, não sei como, mas vou sair, mais forte, com menos pessoas ao meu redor, mas mais forte.

Hoje me considero uma pessoa infeliz, frustrada. Isso há de mudar, vou focar no que preciso focar e vida que segue. Pelo menos se falar "não" para mim era mais fácil antes, hoje é fichinha.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Cadê meu brilho?

 Meu briho é falar, é fazer 20 projetos em um dia e considerar que estudar alemão é passatempo.

Meu cachorro é ouro pra mim brilha, é um dos únicos em que confio e que posso abraçar sem medo.

Meu jeito 220 volts, cada hora com um objetivo diferente, cada hora com uma história em detalhes na cabeça só refletem o amor que eu tive um dia pelo teatro e como ali eu conseguia tudo isso. Eu era um lindo mentiroso no teatro, ah se era, eu acreditava em tudo que eu construía. E na minha vida eu adoro criar histórias. Eu adoro.

Eu estou lutando contra qualquer coisa ruim, mas nessa luta eu já perdi muito de mim. É minha mãe que me ama muito, e justamente por isso não consegue viver sem interferir ou sem se incomodar com as escolhas que eu faço. É minha irmã que eu dou mão e ela pega o braço. São os amigos que agora eu já nem confio a ponto de me jogar, é o amor que se irrita com meu jeito doido de sonhar, é minha profissão que me humilhou quando eu queria mudar o mundo, é meu emprego dos sonhos no qual eu fui friamente injustiçado. Eu nunca me senti tão sozinho. Hoje eu quis um abraço e não tive, ou melhor, o Tino foi o único que na sua irracionalidade me entendeu e me permitiu um abraço.

É, pode ser verdade que eu seja assim, rápido demais, inconstante demais, mas esse é meu brilho, é o que me fez chegar aqui, eu não posso esquecer disso. Eu, lá da pqp do Embu, da comunidade, sem pais com estudo, ou melhor, sem pai, de uma mãe semi-analfabeta, que já passou fome. Foi isso que fez eu chegar até aqui, que fez eu conhecer o mundo, aprender idioma, ser dedicado, ser respeitoso, ser divertido, ter um humor inteligente, fazer conexões com pessoas no mundo todo, ter versatilidade, amar sem medo, ser resolutivo. Esse é meu brilho, e por que eu sinto ele indo embora?

O Facebook pode ter acabado comigo. O Gustavo pode ter acabado comigo. A História pode ter acabado comigo. O Brasil pode ter acabado comigo. Mas eu não posso deixar mais que as pessoas que eu sinceramente amei, do fundo do meu coração, como família, como amigos, como irmãos, como amores, acabem comigo. Eu não posso mais deixar isso acontecer. Eu não quero ser estorvo na vida de ninguém. Eu não quero forçar ninguém a sonhar meus sonhos, mas também não quero jamais ser tratado com frieza, com desdém, como segunda opção de ninguém.

Pois é, numa reflexão sobre individualidade eu vejo aqui uma última realidade. Eu estou sozinho. Mas mesmo com essa solidão eu não posso deixar meu brilho apagar.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Recaída

 Hoje tive uma nova recaída, não quero mais ficar assim, mas parece que só morrendo isso vai melhorar e vai ser melhor pra todo mundo. Não sei mais o que fazer, não sei, não sei. 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

After the edge

 Depois do limite da dor, não há mais dor. Eis que eu me encontrei em algum lugar desconhecido pela primeira vez. O sentimento era novo e não continha dor, mas os sorrisos estavam longe de ser alcançados. Eu não me reconheci, era apenas uma alma triste vagando pelos dias.

Depois do meu limite, Bruno, meu namorado, segurou minha mão. Ainda um pouco sem me entender completamente, e até palavras mais pesadas usou, mas segurou minha mão. Deu um tapa na minha alma para que ela pudesse reviver como pudesse, mas que se mexera. Que pudera trabalhar.

Ainda estou meio zonzo, meio sem rumo e sem saber o que há depois do limite. Mas sei que não há mais dor. Há talvez um recomeço. E eis que o universo sussura em meu ouvido "recomeço", "ter fé", "acreditar novamente".

Eu não sei aonde vou ou como estarei, mas seguirei tentando curtir o caminho enquanto tenho força nas pernas. Ninguém nunca me falou que amadurecimento requer dor. Aqui estou. Depois do limite.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Limite

 O céu já não parece o limite. Eu mesmo já desaprendi a gritar.

Mas parece tão fácil re-aprender. Eu estou farto, eu estou à beira de cisões irremediáveis.

Eu quero uma liberdade que não possuo e o pior é que vendo a situação, eu mesmo fui quem me colocou as algemas.

A esperanças se foram há um tempo. Vamos começar por namoro incoerente, rápido e vil que tive em 2018. Ridículo, presságio de um declinio. Talvez o declinio nem foi o namoro, foi a doença.

Eu deveria ter sido talvez mais sensitivo nessa época e usado ao meu favor. Nem que fosse nuam favela ou comunidade, que eu logo depois tivesse comprado meu lugar e diminuído meus custos, mas não.

Fui à Russia, à suiça, à puta que o pariu e decidi ser entregue ao momento.

Hoje eu me vejo reduzido às cinzas. Quase pedindo para arregar, para ir pra a rua, abanonar minha vida, meus amores. Eu não sou capaz de me fazer feliz, quem dirá fazer os outros felizzes Eu tento, eu juro que eu tento e que eu tentei. Tirar a minha vida eu não tenho coragem, mas quem sabe acabar com ela pouco a pouco assim como talvez metade da população mundial eu consiga.

O pior talvez é olhar profissionamente, é olhar a merda que eu fiz da minha vida sendo pobre e com a minima condição de sair daquela realidade. O estúpido que fui foi escolher história, teatro. O que adianta amar, quando a realidade só me apunhala? Quantos outros não estão na mesma situação?

Se eu pudesse escolher eu voltaria ao passado e teria feito muita coisa diferente. Outras dimensões estariam felizes comigo agora.

O que eu possa fazer hoje além de fingir que está tudo bem? Só Deus sabe. Acabar com minha vida eu não vou, mass acabar com o sofrimento é meu dever.

Quais os caminhos que eu devo percorrer? 2021 pode já ganhar de pior ano da minha vida até agora? Talvez, um talvez bem grande.

Meu amor, desculpa se você está lendo isso, nunca mo diga, já é sofrimento o suficiente. E se você quiser ir, quem sou eu pra impedir. O lixo que eu sou não merece amor igual ao seu. Eu to sobrevivendo dia a dia até as coisas melhorarem e eu sinceramente espero que melhore. Até lá, vou sorrir, vou viver, mandar currículos, receber meus 5 nãos por dia e fingir que tudo está bem, mas não está e não é culpa sua. Eu que sou um fraco.

Ah!!! aos "migos" que se diziam meus amigos e na hora que eu precisei não estavam lá. Já superei vocês, quero que vocês se fodam de vdd. Pelo menos me fizeram amadurecer para ver com os próprios olhos que ato é uma coisa e palavra é outra.

Família, perdoa por eu ser esse bosta, nem tenho o que falar, eu só juro que eu pensava que as coisas iriam ficar bem voltando a morar com mãe, mas eu errei.  Enfim, cansei de escrever, cansei de viver 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Retorno de Saturno

 Sem uso, desuso, desumano, corroi a alma

Doi a calma, jogando meu ego na lama.

Tirei sangue dos lábios sem sentir ardor.

O vermelho escorria nas pedras do arpoador,

e a dor se espalhava pelos cantos da minha cama.

As lágrimas são de querosene corroendo por dentro

A vontade é explodir e mandar a educação pro inferno,

Enquanto isso anoto comentários no meu caderno

Vivendo uma vida que odeio aqui no centro,

Fingindo amar cada segundo, cada momento.


Ao inferno com meus sorrisos, não quero viver

Aos sorrisos com mil infernos, não sei mais quem é você.

Os tapas, pode deixar que eu levo da vida,

Dentro de casa eu quero sarar a ferida

E não tirar casquinhas que sei que irão doer.

Meu ânimo agora é subzero, mel virou amargura

Que é tanta e me faz tentar evitar a loucura

Que no retorno de saturno veio me testar.

Pois que vão vocês à merda, antes que eu mesmo vá,

Antes que eu perpetue na terra essa minha alma insegura.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Onde está o elixir?

 Talvez o sinal que eu esteja adulto é cada vez querer compartilhar menos, no mundo digital, minhas emoções, meus sentimentos. Ainda que eu escreva aqui, aqui ninguém lê.

Tanto as coisas boas, quanto as ruins eu tento manter cada vez mais pra um grupo seleto de pessoas. Problemas do dia-a-dia, coisas bobas que me afetam. O lema é tentar cada dia mais ser uma pessoa melhor. Mas a prioridade está em ser melhor comigo mesmo.

Entre alegrias e frustrações eu entendo o valor do dinheiro, do status, das promessas para poucos que o capitalismo proporciona. Pergunto-me inúmeras vezes inúmeros "se".

Considero-me um cara dedicado, seguro em muitas partes, mas muito frágil (não diria sensível). Há alguns meses eu venho tendo crises de pânico ou ansiedade com algus gatilhos. O primeiro sem dúvida foi a experiência traumática que tive ao sair do Facebook. A busca de emprego se tornou um gatilho perigoso no meu dia-a-dia. Para combater os sintomas e buscar uma melhor qualidade de vida eu investi naquilo que eu realmente sempre sonhei em estudar: Teatro, ensino como área profissional e viagens e idiomas no lado pessoal.

Ora, vamos lá... Antes da pandemia, apesar do baque que foi o Facebook eu fi uma lista de viagens de um gap semester viajando em vários estados da nação e ainda havia o planejamento de ir para alguns países na Ásia e na América do Sul. Nisso veio a pandemia e com ela, dores de cabeça com essas viagens. Enquanto o primeiro caso de covid-19 foi confirmado em São Paulo, eu estava no sertão do Piauí, voltando pra SP, comecei a namorar, e o confinamento foi anunciado. Todos mudamos nossos hábitos, começamos a usar máscara todos os dias. Sair, era só para levar o Tino para fazer suas necessidades na praça e 1x na semana acabamos indo ao mercado. Amigos ficamos um tempo sem nos ver, mas eventualmente nos encontrávamos na casa de alguém (era uma maneira de furar a quarentena sim, mas garanto que salvou a cabeça de muita gente ali. Não me orgulho e realmente no inicio isso aconteceu poucas vezes). Enfim, no começo do ano eu havia investido em um book profissional, cursos e cursos de teatro (Fátima, CAL, etc) e tentei várias e várias agencias 1 trabalhinho que fosse. Sem sucesso. A indiferença que tive também de amigos nos Satyros (eu era doido pra fazer uma peça com eles), o fechamento dos teatros, etc etc etc, me trouxeram a leve depressão do  teatro, ou sua pesada realidade. 

Mas por que desanimar não é mesmo? Ingressei em uma pós em História da Arte e logo depois em uma sobre ensino bilíngue. Estudei muito, tentei me preparar para quem sabe logo menos ingressar em uma sala de aula de alguma escola particular. Esperei final do ano de 2020, começo de 2021 e nada. Mandei meu currículo para mais de 100 escolas e nenhuma sequer entrou em contato para uma entrevista. Meu coração quebrou. Desolou-se.

Dizem que com 28 anos há o retorno de saturno na astrologia, um momento de reflexão e de acontecimentos que nos obrigam a tentar responder questões sobre nossa realidade. Eis que esse momento tem me magoado muito. Com minha família geral já falo com poucos, com minha família próxima há problemas de convivência e rotina, com o namorado tenho algumas questões a resolver, com os amigos já nem sei mais quem é quem, profissionalmente eu estou praticamente abdicando daquilo que eu sonhei que seria interessante, religiosamente me sinto cada dia mais afastado de qualquer coisa divina, fisicamente me sinto feio e cheio de problemas de saúde para minha idade.

Enfim, eu sei que reclamar não deve ser o foco, mas eu estou fraco e não estou achando o elixir que pode me dar o gás que necessito para superar esse momento, transpassá-lo e voltar com mais força que antes. 

É como se, buscando a felicidade, eu a perdesse de vista por um segundo e na próxima esquina haver muitas opções de caminhos e eu não sei aonde ela foi. Algumas poucas coisas me trazer felicidade ultimamente, é nelas que preciso buscar refúgio? Ou será que gastando meu tempo nelas, eu também perco um precioso tempo que eu poderia estar me aventurando em busca de uma vida mais feliz?