O mês está
em sua segunda parte de três e lá fora a chuva cai. Cada gota que desce do céu,
renova meu espírito. É magnífico quando paro e vejo o que produzi, como disse
Lima Duarte em uma entrevista, parece que tudo foi escrito por uma pessoa só e
foi perfeito.
Andando nas
ruas de SP à noite – ruas vazias que mais parecem cenários que o personagem que
sou, anda – vi minha história em fragmentos. E agora a pouco quando cheguei em
casa, vi como tenho vida dentro de mim. É lindo isso, muito lindo mesmo.
Emocionante.
Esse mês
não vai parecer nada em relação ao mês de março, por exemplo. Mas talvez tenha
tido maior significado num todo. Era visível que eu ia diminuir um pouco minha
produção, mas foi em prol da minha saúde mental que assim o fiz.
Em casa
assisti três filmes, todos em francês e sem legendas: “L’auberge espagnole”,
“Les poupées Russes”, “A fraternidade é vermelha (Rouge)”. Foi a primeira vez
que pude compreender quase cem por cento de um filme na língua de Napoleão sem
tantas dificuldades. E assim, nesse mês peguei meu ordenado e investi em uma
inscrição para o DELF B2 de língua francesa. O engraçado é que após a inscrição
parece que eu esqueci tudo o que eu sabia de francês, me sinto um aluno básico
e tremo em pensar na prova que enfrentarei em Junho. Em casa, também assisti ao
filme “Cazuza – O tempo não para”, Filma brasileiro sobre a vida do cantor. Ele
era um mimado, mas tinha personalidade e isso deixou seu talento florescer,
Impressionante a atuação dos atores no filme, realmente gostei. Para ajudar na
minha pesquisa para o trabalho da peça de Suassuna no SENAC, assisti ao filme
“O auto da compadecida” além de várias entrevistas do autor e de outras pessoas
envolvidas com teatro. Como faltei a duas aulas de gestão em que foram passados
filmes, eu assisti em casa: “Saneamento Básico”. Tentei alugar a “rede social”,
mas aluguei o filme “O palhaço” de Selton Melo e depois assisti “VIPS”, assim
como “A dama de Ferro” no último dia de Abril e entendi o porquê Meryl Streep
ganhou o Oscar e o Globo de Ouro como melhor atriz.
Livro li
apenas um, mas foi bem lido e me ajudou em algo, era sobre telenovelas:
Telenovela – História e Produção.
Li a peça “A vida é sonho” De Calderón de La Barca e
agora sou um fã incondicional do texto, que é magnífico. O mesmo digo das Obras
de Suassuna que li. “O Santo e a porca” e o "Casamento Suspeitoso".
Foi nesse mês que nossa sala
optou por seguir a linha do nordestino e levar aos palcos, tão doce e forte
cultura. Estou feliz com isso e farei o meu melhor.
Rever amigos não tem preço e ver a Maryana, a Sara, o
Igor, o Marcelo, a Ellen, entre outros, é tudo de bom. Sentar com eles seja
para tomar um açaí ou pra dar risadas e falar do passado, presente e futuro,
não tem preço mesmo. Isso que é amizade, um amor que não acaba, nem que o tempo
passe a distância persista.
Foi um alívio imenso ter terminado o CEAB e suas
provas. A ANAC me espera em Junho, mas só de ter terminado o CEAB solto fogos
de artifício de alegria em comemoração a esse fim. O curso foi um desafio e foi
maçante comigo. Gosto muito e respeito muito à área, mas meu amor é o teatro e
não dá pra voltar atrás. Aprendi muito e ganhei bons amigos nessa escola, mas
por enquanto isso é tudo. Se serei comissário ou não, isso o tempo responderá,
minha única certeza é que caso eu for, serei o melhor que puder, farei o melhor
trabalho para a empresa que botar confiança em mim e por aí vai.
Minha visão de mundo tem sido complementada a cada dia,
e quando fui na estreia do Centro Cultural do Santo Eduardo aqui do Embu, minha
mente se abriu um pouco mais. Moro num lugar bem humilde e acho que quase nunca
tinha percebido isso. Mas agora eu vejo as discrepâncias de São Paulo mais
claramente e meu papel na sociedade tem lá sua importância.
No outro dia fui à escola de
Teatro “Globe” e a realidade é totalmente diferente. Falando mais sobre o Globe
a escola ganhou meu respeito de vez. Não que não tivesse antes, só não tinha
uma visão formada sobre a escola. Mas muito bom o bate-papo que tive com
Ulysses Cruz e atores jovens da escola com renome na TV. Assisti apenas à uma
peça esse mês, nesse dia no Globe, Romeu e Julieta, e emocionei-me. Valeu muito
a pena prestigiar o trabalho deles. Lindo.
Quando eu
entrei no teatro, entrei por causa do cinema, e vejo que realmente hoje preciso
e quero os três meios para viver, o teatro a TV e o cinema. Vou correr atrás
disso como um obstinado, e como sempre fui um workaholic, vou fazer disso meus
parâmetros de vida, por mais que incomode muitos. Sei até onde posso ir, mas
quero me surpreender e ver que posso ir mais além quando se trata de teatro.
Tanto que esse mês, fui aceito pela agência Sagarana, a quem agradeço muito a
oportunidade e farei melhor ainda, quando mais oportunidades surgirem.
No cinema foi a vez de ver o documentário sobre a
obra de Pina Bausch que é bem tocante ou “Jogos Vorazes” que era pra ser
modinha, mas ninguém comenta sobre. Amei ambos os filmes e os indico para serem
assistidos.
Vi meu passado passar justamente do meu lado e
invoquei as piores sensações para mim e ri. Já é passado, não faz mal, só me
faz mal saber que estou andando solitário por aí. SO confuse. Ou quero ser frio
que nem a Miranda “de o diabo veste Prada”, ou um super romântico como Álvares
de Azevedo ou Romeu apaixonado. Não gosto de meios termos, nunca gostei. Sou de
Libra.
Abril foi
um mês louco pra mim. Renovei minha cabeça, estou sofrendo muito por isso e com
isso. Já chorei no ônibus voltando pra casa pelas pedras que tenho pisado para
alcançar os sonhos que sonho todos os dias. Mas como diria Campbell, “Primeiro
o Sacrifício, depois o prazer”.