Talvez esse seja o meu post mais longo e com menor essência. Digo isso pois nos foi dada a tarefa de, em trios, prepararmos um exercício baseando-se em uma cena ou realista ou naturalista com, em média, 5 minutos, para sexta-feira. É algo bem louco, e eu sem conhecer nada de autores e peças do tipo me vejo obrigado a conhece-los em poucas horas [ao menos o básico] de tudo. Meu trio é formado por mim, a Heloísa e o Rodrigo. Foi bom tê-los agora pois quase nunca pude trabalhar com eles e de acordo com o tempo quero tentar trabalhar com todos do grupos nessas aulas, acho construtivo tal interação.
Quem me salva? a Wikipedia! então com o auxílio dela de um livro sobre essências da história do teatro vos "apresento" o Teatro Realista:
REALISMO
O Realismo opunha-se ao idealismo do movimento Romântico, considerava que o mundo era independente da representação mental que o artista fizesse dela.
Pregava a atenção e fidelidade máxima ao real e trazia a reflexão sobre temas sociais.
Real era considerado apenas aquele que era percebido pelos sentidos, com observação e comprovação e sem abstrações.
a arte realista coincidiu com a predominância da mentalidade científica e a influencia positivista, sendo que muitas peças mais pareciam teses.
Características
- Ambiente localizado precisamente
- Descrição de costumes e fatos contemporâneos
- Gosto pelo detalhe mínimo
- Linguagem coloquial, familiar e regional
- Excessiva objetividade na descrição e na análise dos personagens
AUTORES IMPORTANTES
HENRIK IBSEN
Biografia
Ibsen teve uma ascendência mesclada por diversas nacionalidades. Seu pai, Knud Ibsen, foi um abastado comerciante de madeiras, casado com Maria-Cornélia Altenburg, que pertencia a uma família aristocrática alemã, fato que ofereceu ao escritor uma infância tranqüila até os oito anos de idade, quando seu pai abriu falência, e a família se viu obrigada a viver mais modestamente. Tal mudança influenciou definitivamente o comportamento de Ibsen que, já tímido por natureza, tornou-se mais isolado e taciturno. A atmosfera familiar também era difícil, pois o pai era um homem dominador e
alcoolista, e sua mãe uma mulher submissa, que buscava conforto na
religião. Suas maiores distrações na infância eram o desenho e a pintura, paixões que manteve, pois conservou sempre consigo uma coleção de quadros que adquirira.
Na adolescência, Ibsen apaixonou-se pela
teologia e se tornou grande leitor da
Bíblia, porém pouco pode se dedicar a tal estudo, pois aos dezesseis anos, mediante as precárias condições da família, teve que escolher uma profissão, mudando-se para a cidade de
Grimstad, onde passou a trabalhar como aprendiz do
farmacêutico Jens Reimann, aí permanecendo por cinco anos. Em 1846, nasce Hans Jacob Henriksen, filho ilegítimo de Ibsen e Else Sophie, uma das criadas de Reimann, que Ibsen assumiu e sustentou imbuído pelo senso do dever.
Ibsen pretendia, nessa época, estudar
medicina, mas foi reprovado nos exames de admissão à universidade, passando a se dedicar, então, apenas à
literatura. Sua primeira obra para teatro foi escrita ainda em
Grimstad, em 1849, Catilina, que na época foi rejeitada pelos editores. Sua segunda peça, Túmulo de gigantes, compõe-se de uma só ato e foi representada no teatro real de Christiania, atual
Oslo, em 1850. Produziu algumas sátiras, como
Norma, e a epopéia
Helze Hundingsbone, adquirindo alguma celebridade. Foi designado, então, para diretor de cena num pequeno teatro de Bergen, o Den Nationale Scene, onde escreveu quatro peças, entre elas Madame Inger em Ostraat, em 1855. A festa em Solhang, de 1856, foi seu primeiro sucesso popular, resultando no convite para uma festa na casa da escritora
Magdalene Thoresen, onde conheceu sua futura esposa, Suzannah Daae Thoresen, filha da escritora. Em 1858 casou com Suzannah e em 1859 nasceu o único filho do casal, Sigurd.
Ibsen voltou para Christiania
[1] e assumiu o Norwegian Theatre, em 1857, e após a falência desse teatro, assumiu a direção do Christiania Theatre, escrevendo então Os guerreiros em Helgoland em 1858, e a sátira A comédia do amor, em 1862, essa idealizada inicialmente em prosa, mas transformada depois em versos. Nesta obra inicia sua luta contra as mentiras sociais, no caso específico, a hipocrisia do amor.
Em 1861, descontente com suas dívidas, doenças e com a pouca valorização atribuída à sua literatura, chegou a pensar em suicídio. Mediante a falta de apoio da Noruega e Suécia em defesa da Dinamarca, por ocasião da guerra com a Prússia, foi para Roma, em 1864. Nessa época, iniciou uma verdadeira polêmica com o escritor democrata
Björnstjerne Björnson, através de correspondência.
Em 1866 escreveu Brand, e em 1867, Peer Gynt. Em 1868 mudou-se com a família para
Dresden, onde viveu por sete anos. Começou então sua fase de dramas modernos, destacando-se Casa de bonecas, em 1879, onde se mostrou um defensor da causa feminista e alcançou prestígio internacional, e Os espectros, em 1881. Escreveu em 1882 uma de suas obras de maior destaque, talvez a mais polêmica, O Inimigo do Povo, onde o autor expõs a miséria moral da sociedade através do conflito entre o interesse público e a verdade. Defensor da verdade acima de tudo, em 1884, porém, através de O pato selvagem, acabou admitindo, no final da peça, a necessidade de certas mentiras.
Em 1889, Ibsen conheceu Emilie Bardach, uma jovem da alta sociedade canadense, com a qual passou a trocar correspondência, e especula-se um possível relacionamento amoroso entre eles. Sua cartas foram publicadas após a morte de Ibsen. Vieram então Rosmersholm, A dama do mar e, em 1890, Hedda Gabler. Nessa tragicomédia, através da discussão do papel da mulher na sociedade o autor leva o espectador a refletir sobre a própria existência humana..
[2]Após ter viajado por toda a
Escandinávia,
Itália e
Alemanha, Ibsen se fixou em
Munique, em 1885, só voltando à Noruega em 1891. Em 1892 seu filho Sigurd casou com Bergliot, e em 1893 nasceu o neto, Tancred. Em 1894, escreveu O Pequeno Eyolf, onde criticou o papel social da família do
século XIX. No drama escrito por Ibsen, a tragédia da morte do filho Eyolf traz à tona o relacionamento do casal, com as dificuldades do compromisso social do casamento. Mediante a não realização individual, o casal deposita seus sonhos e expectativas na vida do frágil Eyolf que, numa atitude de libertação, segue a
Senhora dos Ratos, personificação da morte na mitologia norueguesa.
E finalmente, em 1899, Ibsen escreveu sua última obra: Quando despertarmos de entre os mortos. Em março de 1900, Ibsen contraiu uma forte gripe, e em poucas semanas teve o primeiro derrame, e em 1901 o segundo. Em 1902 foi indicado para o
Prêmio Nobel de Literatura. Em 1903, após um terceiro derrame, perdeu a capacidade manual de escrever, e morreu em 23 de maio de 1906, sendo sepultado em primeiro de junho com honras de Estado no cemitério Var Freisers.
Histórico
Durante quatro séculos a Noruega fora administrada pelos dinamarqueses. Em 1814, separa-se da
Dinamarca e integra-se à monarquia da
Suécia, passando a ter sua própria
Constituição, em
17 de maio, considerada uma das mais liberais da Europa. O
poder executivo, porém, era constituído por civis indicados e o
poder legislativoeleito indiretamente pelo povo. Os noruegueses não conseguiam impedir completamente as interferências suecas, que feriam seu orgulho nacional e serviam como incentivo ao
nacionalismo.
Ao longo da dominação, duas classes haviam se formado: os camponeses e os funcionários. A classe dos funcionários era constituída por toda uma variedade de participantes, desde
funcionários públicos, magistrados, pastores da
Igreja Luterana, advogados, médicos, universitários em geral, até comerciantes e armadores, representando a civilização ocidental do país, a classe dirigente, sob a influência dinamarquesa que os formara e a fidelidade à coroa sueca. Já a classe dos camponeses, representada também pelos pescadores, pelos pobres, era politicamente democrática e ortodoxamente religiosa, odiava o
Estado, que a excluía pela falta de formação universitária. As duas classes eram incompatíveis, inclusive falavam línguas diferentes: os funcionários falavam e escreviam o
Riksmaal, língua dinamarquesa comum, e os camponeses falavam o
Landsmaall, antiga
língua medieval, próxima do
islandês e do
nórdico primitivo.
A
literatura norueguesa era mais precisamente um ramo da
literatura dinamarquesa. A literatura norueguesa moderna, identificada como literatura independente, inicia com
Henrik Wergeland, chefe dos revolucionários nacionalistas e
Johan Sebastian Welhaven, chefe dos conservadores. Por volta de 1850, iniciam-se as transições sociais, que vão servir de impulso para as revoluções literárias. O jovem Ibsen era, portanto, um daqueles estudantes pobres, que buscava vencer à custa de várias privações. O escritor entra num grupo de estudantes
socialistas, os primeiros da Noruega, e começa a colaborar num jornal operário criado por
Thrane. A prisão de Thrane e seus assistentes convence Ibsen a abandonar as manifestações políticas, mas as idéias socialistas intensificam sua revolta contra as autoridades e contribuem para a formação de sua visão de liberdade individual.
Em 1864, porém, contrariado pelo fato de a Noruega conservar-se neutra na guerra da Dinamarca contra a brutalidade prussiana, deixa a pátria e vai para a Itália, e em 1875, muda-se para Munique, então uma das capitais artísticas da Europa. Por volta de 1885, Ibsen já é o dramaturgo mais representado e festejado no mundo inteiro. Volta esporadicamente para a Noruega, porém já a acha pequena demais, e só vai reconciliar-se totalmente com a pátria em 1891, quando volta de forma definitiva para Kristiania.
Características Literárias
Acredita-se que a obra de Ibsen foi influenciada pelo poeta dinamarquês
Adam Gottlob Oehenschlager, que enaltecia a era viking, e pelo dramaturgo francês
Eugene Scribe, autor de mais de quatrocentas peças, muitas delas produzidas por Ibsen na época em que era diretor de teatro.
Costuma-se dividir sua obra em três períodos: romântico, entre 1850 e 1873, realista, entre 1877 e 1890, e simbolista, de 1892 a 1899.
Suas peças mais famosas retratam de forma realista a vida contemporânea, e seu tema central é o dever do indivíduo para consigo mesmo, onde os conflitos psicológicos predominam sobre as situações. Seu individualismo anarquista influenciou as gerações posteriores mas, em sua vida pessoal, Ibsen era conservador.
Suas peças causaram escândalo na sociedade da época, no enfrentamento dos valores morais vitorianos da família e da propriedade, então ainda predominantes. Ibsen defendia a liberdade espiritual, que nada teme, e não se submetia a nenhuma disciplina partidária, apenas à verdade.
OSCAR WILDE
Biografia
Wilde saiu de Oxford em
1878. Um pouco antes havia ganhado o prêmio "Newdigate" com o poema "Ravenna" .
Passou a morar em
Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes.
Foi convidado para ir aos
Estados Unidos a fim de dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um
dandi.
Em
1883, vai para
Paris e entra para o mundo literário local, o que o leva a abandonar seu movimento estético. Volta para a
Inglaterra e casa-se comConstance Lloyd, filha de um rico advogado de
Dublin, indo morar em
Chelsea, um bairro de artistas londrinos. Com Constance teve dois filhos, Cyril, em
1885e Vyvyan, em
1886. O melhor período intelectual de
Oscar Wilde
é o que vai de
1887 a
1895.
O sucesso
Publica contos como
O Príncipe Feliz e
O Rouxinol e a Rosa, que escrevera para os seus filhos, e
O crime de Lord Artur Saville
A situação financeira de Wilde começou a melhorar cada vez mais, e, com ela, conquista uma fama cada vez maior. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida cada vez mais mundana. As atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas
[4].
Os julgamentos e prisão
Em
Maio de
1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes".
[5] Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado
Bosie, publicada no livro
De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde
Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie, o
Marquês de Queensberry, que levou Oscar Wilde ao tribunal. No terrível período da prisão, Wilde redigiu uma longa carta a Douglas.
[3]A imaginação como fruto do amor é uma das armas que Wilde utiliza para conseguir sobreviver nas condições terríveis da prisão. Apesar das críticas severas a Douglas, ele ainda alimenta o amor dentro de si como estratégia de sobrevivência. A imaginação, a beleza e a
arte estão presentes na obra de Wilde
[4].
Após a condenação a vida mudou radicalmente e o talentoso
escritor viu, no cárcere, serem consumidas a saúde e a reputação. No presídio, o autor de
Salomé
(1893) produziu, entre outros escritos,
De Profundis, o clássico anarquista,
A alma do homem sob o socialismo
e a célebre
Balada do cárcere de Reading'
Os últimos anos
Foi libertado em 19 de maio de
1897. Poucos amigos o esperavam na saída, entre eles o maior,
Robert Ross.
Passou a morar em
Paris e a usar o pseudônimo Sebastian Melmoth. As roupas tornaram-se mais simples, e o escritor morava em um lugar humilde, de apenas dois quartos. A produtividade literária é pequena
[4].
O fato histórico de seu sucesso ter sido arruinado pelo Lord Alfred Douglas (Bosie) tornou-lhe ainda mais culto e filosófico, sempre defendendo o amor que não ousa dizer o nome, definição sobre a homossexualidade, como forma de mais perfeita afeição e amor
Em seu leito de morte Oscar Wilde foi aceito pela Igreja Católica Romana e Robert Ross, em sua carta para More Adey (datada de 14 de Dezembro de 1900), disse: Ele estava consciente de que havia pessoas presentes, e levantou sua mão quando pedi, mostrando entendimento. Ele apertou nossas mãos. Eu então fui enviado em busca de um padre, e depois de grande dificuldade encontrei o Padre Cuthbert Dunne, que foi comigo e administrou o Batismo e a Extrema Unção - Oscar não pode tomar a Eucaristia
Wilde foi enterrado no Cemitério de Bagneux fora de Paris, porém mais tarde foi movido para o Cemitério de Père Lachaise em Paris. Sua tumba em Père Lachaise foi feita pelo escultor Sir Jacob Epstein, a requisição de Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos. Seus restos foram transferidos para a tumba em 1950
A obra
Em seu único
romance,
O Retrato de Dorian Gray, considerado por críticos como obra-prima da literatura inglesa, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas.
Em seus contos infantis preocupou-se em deixar lições de moral através do uso de linguagem simples. O Filho da Estrela (ver em Ligações Externas), é exemplo disso
No teatro, escreveu nove dramas, muitos ainda encenados até hoje
Wilde destacou-se como poeta, principalmente na juventude. Rosa Mystica, Flores de Ouro são alguns trabalhos conhecidos nesse campo.
Wilde foi um mestre em criar frases, marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo.
GEORGE BERNARD SHAW
Filho de uma tradicional mas empobrecida família
protestante, foi de início instruído por um tio, mas rejeitou a educação escolar e aos 16 anos empregou-se em um escritório. Adquiriu amplo conhecimento artístico graças à mãe, Lucinda Elizabeth Gurly Shaw, e às freqüentes visitas à
National Gallery da Irlanda. Decidido a se tornar escritor, foi morar em
Londres em
1876, porém por mais de dez anos seus romances foram recusados por todos os editores da cidade, assim como a maior parte dos artigos enviados à imprensa. Tornou-se
vegetariano,
socialista, orador brilhante, polemista e fez as primeiras tentativas como dramaturgo.
Em
1885 conseguiu um trabalho fixo na imprensa e, durante quase uma década, escreveu resenhas literárias, críticas de arte e brilhantes colunas musicais. Sua atividade literária, em especial a produção teatral, foi uma seqüência de sucessos; destacou-se também na crítica literário, teatral e musical, na defesa do
socialismo, criação de panfletos, ensaios sobre assuntos políticos, econômicos e sociais, sendo ainda um prolífico epistológrafo. Como crítico de teatro da
Saturday Review (
1895), atacou insistentemente a pobreza qualitativa e artística da produção teatral
vitoriana.
Durante a
Primeira Guerra Mundial, interrompeu sua produção teatral e publicou um polêmico panfleto,
Common Sense About the War, no qual considerava o
Reino Unido, os aliados e os alemães igualmente culpados e reivindicava negociações de paz.
Recusou o
Nobel de Literatura de 1925 e, em suas últimas peças, intensificou as pesquisas com a linguagem não-realista, simbolista e tragicômica. Por cinco anos deixou de escrever para o teatro e dedicou-se ao preparo e publicação da edição de suas obras escolhidas (1930-1938), e ao tratado político
The Intelligent Woman's Guide to Socialism and Capitalism
(
1928). A sua correspondência também foi publicada, destacando-se a troca de cartas com o escritor
H. G. Wells.
Polêmicas
Em the Soviet Story
, do documentarista Edvins Snore, Shaw aparece defendendo os nazistas e o extermínio de todos os "parasitas sociais" em vídeo, pessoas não adaptadas e inúteis para a sociedade, segundo seus conceitos. Ele também foi conhecido pela clara apologia ao
Socialismo, mesmo no período mais negro da Revolução Russa, como durante o genocídio ucraniano
Holodomor.
No mesmo documentário ele é acusado de apelar no jornal Londrino
Listener em 1933, para que os químicos da época desenvolvessem um gás letal com a finalidade de matar seres humanos "inadequados".
NIKOLAI GOGOL
Apesar de muitos de seus trabalhos terem sido influenciados pela tradição ucraniana, Gogol escreveu em russo e sua obra é considerada herança da literatura russa. Toda a sua obra é fundada no
realismo, mas um realismo muito próprio com rasgos do que viria a ser um surrealismo. Apesar da crítica fulminante, a obra é hoje apontada como
absolutamente
russa.
Biografia
Com vinte anos (
1829), o jovem Gogol vai para
São Petersburgo, onde conhece
Alexandre Púchkin, o maior escritor de então, que lhe inspira devota amizade e fervorosa empatia, ideias novas para obras que ainda não tinham vindo à luz do dia, nomeadamente
Noites na Herdade de Dikanka, sua obra de estreia, tendo sido publicada em
1831, obtendo Gogol o seu primeiro
êxito.
Mas desde cedo revela uma personalidade complexa.
Amante fervoroso da verdade, Gogol é um homem repleto de preocupações místicas, religiosas e patrióticas. A sua obra reflecte o lado moralista das questões que dizem respeito à condição humana, trágica e inapelavelmente priosioneira na sua jaula; mas a crítica efusiva censurava com amiúde suas tentativas de fazer vingar o poder instituído e aparentemente inabalável.
Gogol não fora político, não possuía um programa de acção contra o regime, que fazia da Rússia da época um país «metade caserna, metade prisão». No entanto, a crítica não revelaria sendo o bastante para caricaturar o jovem e proeminente escritor.
Seu pai, antigo oficial
cossaco, desenvolveu seu gosto pela literatura, e apesar do seu modo do género temerário, nunca fora o amparo na infância de Nikolai, ainda que o jovem nutrisse por seu progenitor verdadeira amizade. Sua mãe transmitiu-lhe a fé religiosa, que veio a desencadear em um misticismo doentio. Seus progenitores seriam portanto uma quota parte da influência em toda a sua obra.
Depois de estudos medíocres, este jovem de fisionomia austera deixa a Ucrânia e encontra um modesto emprego de escritório ministerial em São Petersburgo. A distância de seu país natal e a nostalgia que dela resulta inspiraram alguns dos seus escritos.
A panóplia de obras e romances do então
funcionário para sempre enclausurado
avivaram a sua carreira como autor, e após haver conhecido pessoalmente o
românticoAlexandre Púchkin, sua obra despoletaria em um realismo próprio - não diremos insuflado, mas uma fonte riquíssima em artifícios paradoxais, tal como
Dostoiévski havia traçado em sua obra. Prova desse realismo típico veio a ser a novela
O Capote, cujo herói se tornara arquétipo do pequeno funcionário russo.
De facto, sua intervenção não é outra senão denunciar os vícios e abusos no interior da alma humana, humilhada e atravancada de emoções contraditórias. Em pleno desarranjo emocional, Gogól foge e recomeça viajando pela Europa.
A morte de Púchkin no ano de
1837, em um desinteressante duelo, abala profundamente Gogol. «Agora tenho a obrigação de concluir a obra cuja ideia fora do meu amigo». Referia-se, naturalmente, ao alentado texto de
Almas Mortas.
Tenta publicar a obra em Moscovo em 1841, mas o Comité Moscovita de Censura recusa. Não é senão após uma intervenção dos amigos do autor que o livro é publicado, em
1842. O romance é uma descrição em detalhe das preocupações do homem russo em uma Rússia profunda; uma sátira, às vezes
impiedosa, que porém guarda subjacente o profundo e natural amor de Gogol pelo país.
De 1837 a
1843 vive em
Roma. Regressa à Rússia, doente. Um misticismo religioso acentuado indu-lo a abandonar as antigas ideias liberais (como se aí residisse o que é de absolutamente condicionante) para se tornar um defensor da autocracia. Essa fase mística virá a exacerbar-se após a sua viagem à Palestina, em
1849.
As tribulações recomeçam: Itália, França, Alemanha etc. Em
1848, faz uma peregrinação em Jerusalém. A pouco e pouco, sua saúde se degrada, e ainda mais devido à sua irritável hipocondria que em nada o recompõe; seu sentimento religioso se exalta. Gógol se torna cada vez mais místico, impelido em ir buscar, pelo sentimento religioso, a salvação da alma.
De volta a Moscovo, redige a segunda parte de Almas Mortas. Mas seu estado físico se degrada incessante, mercê do sonho que o acompanha desde jovem: mesmo homem absolutamente sadio e regrado, sua ânsia por uma nova ordem das coisas o martiriza. No início de Fevereiro de 1852, num momento de delírio, segundo dizem, ele queima na lareira de seu quarto todos os manuscritos inéditos - inclusive o fim da segunda parte de Almas Mortas.
O romance é uma belíssima e irónica ficção sobre a corrupção de uma classe decadente que domina o povo ignorante e escravo do Estado. Mas nunca fora concluída.
São-lhe concedidas cerimónias e reconhecimento únicos: seu corpo embalsamado segue insepulto por mais de um dia carregado pelos estudantes, que oferecem homenagens
LIEV TOLSTÓI
Além de sua fama como escritor, Tolstoi ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza.
Junto a Fiódor Dostoiévski, Gorki e Tchecov, Tolstói foi um dos grandes da literatura russa do século XIX. Suas obras mais famosas são Guerra e Paz, sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e Anna Karenina, onde denuncia o ambiente hipócrita da época e realiza um dos retratos femininos mais profundos e sugestivos da Literatura. Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples.
Biografia
Infância e juventude
Com a morte prematura dos pais, foi educado por preceptores. Em 1851, na juventude, o sentimento de vazio existencial levou-o a alistar-se no exército da Rússia. Tal experiência colaboraria para que, mais tarde, se tornasse pacifista.
Durante esta época de sua juventude, Tolstoi bebia muito, perdia muito dinheiro no jogo e dedicava muitas noites a ter encontros com prostitutas. Mais tarde, o velho escritor repudiaria esta fase de sua vida.
Vida adulta
No final da década de 1850, preocupado com a precariedade da educação no meio rural, Tolstoi criou em Iasnaia Poliana uma escola, para filhos de camponeses. O escritor mesmo escreveu grande parte do material didático e, ao contrário da pedagogia da época, deixava os alunos livres, sem excessivas regras e sem punições.
Em 1862, casou-se com Sônia Andreievna Bers, com quem teve 13 filhos. Durante 15 anos, dedicou-se intensamente à vida familiar. Porém, o casamento com Sônia seria repleto de distúrbios e brigas. Foi nessa época que Tolstoi produziu os romances que o celebrizaram - "Voina i mir" (Guerra e Paz - 1865/1869) e Anna Karenina. O primeiro, que consumiu sete anos de trabalho, é considerado uma das maiores obras da literatura mundial.
Embora extremamente bem-sucedido como escritor e famoso mundialmente, Tolstoi atormentava-se com questões sobre o sentido da vida e, após desistir de encontrar respostas na filosofia, na teologia e na ciência, deixou-se guiar pelo exemplo da vida simples dos camponeses, a qual ele considerou ideal. A partir daí, teve início o período que ele chamou de sua "conversão".
Conversão
Seguindo ao pé da letra a sua interpretação dos ensinamentos cristãos, Tolstói encontrou o que procurava, cristalizando-se então os princípios que norteariam sua vida a partir daquele momento. O cristianismo do escritor recusou a autoridade de qualquer governo organizado e de qualquer igreja. Criticou também o direito à propriedade privada e os tribunais e pregou o conceito de não-violência. Para difundir suas ideias Tolstoi dedicou-se, em panfletos, ensaios e peças teatrais, a criticar a sociedade e o intelectualismo estéril. Tais ideias postas tão explicitamente causaram confusão nos fãs do famoso escritor e influenciariam um importante admirador: Gandhi, nesta época ainda na África do Sul. Após sua "conversão", Tolstói deixou de beber e fumar, tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como camponês. Jaime de Magalhães Lima que visitou e correspondeu-se com Tolstoi escreveu: “Leão Tolstoi foi um adepto e um apóstolo do vegetarismo. E não é pouco nem insignificante que um tal espírito e tão sublimado coração perfilhasse e praticasse essa doutrina, que a inércia moral e o poder do vício desprezam ou escarnecem na cegueira própria da sua particular estreiteza.”[1] Convencido de que ninguém deve depender do trabalho alheio passou a limpar seus aposentos, lavrar o campo e produzir as próprias roupas e botas. Suas idéias atraíram um séquito de seguidores, que se denominavam "tolstoianos". Decidiu abrir mão de receber os direitos autorais dos livros que viria a escrever, só voltou a querer utilizar este dinheiro quando precisou angariar fundos para transportar para o Canadá uma comunidade de camponeses perseguidos pelo governo. Tolstoi chegou a ser vigiado pela polícia do czar. Devido a suas idéias e textos, foi excomungado pela Igreja Ortodoxa russa, em 1901. Alguns de seus amigos e seguidores foram também exilados. Tolstoi somente não foi preso porque era adorado em todo o mundo como um dos maiores nomes da arte de seu tempo.
Tolstoi, porém, não conseguia alcançar a simplicidade em que acreditava. Sua família, especialmente a mulher Sônia, cobrava-lhe os luxos e riquezas aos quais estavam acostumados. Os filhos davam razão a mãe, a quem Tolstói amava e que ameaçava se matar quando o escritor fazia menção de abandonar a casa.
Sônia, que havia lhe dedicado a vida, cobrava que o escritor deixasse para ela, em testamento, os direitos autorais das obras que fez na fase final de sua vida. Tolstoi, por sua vez, elaborou um testamento secreto, no qual passaria todos os direitos autorais a um tolstoiano de nome Chertkov, que tornaria sua obra pública.
Aos 82 anos de idade, Tolstoi decide, enfim, fugir de casa e abandonar a família para largar aquela vida na qual ele não mais acreditava.
Morte
Durante alguns dias a fuga foi um sucesso. Nos trens e nas estações por que passava, Tolstoi era reconhecido por todos, já que era o homem mais famoso da Rússia. Porém, devido a sua preferência em viajar em vagões de terceira classe, onde havia frio e fumaça, o já debilitado escritor contraiu uma pneumonia, que foi agravando rapidamente. No dia 20 de novembro de 1910, o velho escritor morreu durante a fuga, de pneumonia, na estação ferroviária de Astapovo, província de Riazan.
O trem funerário que trazia seu corpo foi recebido por camponeses e operários que viviam próximos à propriedade dos Tolstoi. Seu caixão foi carregado seguido por uma multidão de 3 a 4 mil pessoas. O número teria sido ainda maior se o governo de São Petesburgo não tivesse proibido a vinda de trens especiais de Moscou para o enterro do escritor. Sua morte foi noticiada nos principais jornais do mundo.
Ideais
Proximidade com o anarquismo
Para Tolstoi, os Estados, as igrejas, os tribunais e os dogmas eram apenas ferramentas de dominação de uns poucos homens sobre outros, porém repudiava a classificação de seus ideais como sendo anarquistas. Foi citado pelo escritor anarquista russo Piotr Kropotkin no artigo Anarquismo da Enciclopédia Britânica de 1911 e alguns pensadores o consideram como um dos nomes do Anarquismo cristão. Outra aproximação com o anarquismo se deu em 1862, quando Tolstói, em viagem pela Europa, visitou o autor anarquista Proudhon. Este estava a escrever um texto chamado "La guerre et la paix", cujo título Tolstói propositalmente utilizou em seu maior romance. O escritor não se auto-encaixava no anarquismo e não acreditava em guerras e revoluções violentas como solução para quaisquer problemas, mas sim em revoluções morais individuais que levariam às verdadeiras mudanças. Afirmava que suas teses se baseavam na vida simples e próxima à natureza dos camponeses e no evangelho e não nas teorias sociais de seu tempo.
A busca pelo natural
Apesar de afirmar ter-se convertido no último período de sua vida e de renegar seus trabalhos mais famosos, encontram-se nestes mesmos textos diversas referências sobre a busca do autor por uma vida simples e próxima à natureza. Segundo o escritor George Woodcock em "A História das ideias e movimentos anarquistas", em todos os romances que Tolstoi escreveu quando mais novo, ele "considera a vida tanto mais verdadeira quanto mais próxima da natureza".
Vários foram os personagens criados nesta época que representavam o ideal de vida simples e natural. Em "Os Cossacos" são os camponeses meio selvagens de uma área remota do Cáucaso; Em Guerra e Paz é o personagem Platão que é descrito no livro como a personificação da verdade e da simplicidade: "Suas palavras e ações brotam dele com a mesma espontaneidade que o aroma brota da flor". Em Anna Karenina outro camponês, também chamado Platão, é o símbolo desta aspiração de Tolstói. Ainda antes, na infância, Tolstói alimentava, junto aos irmãos, um sonho de fraternidade total. Eles acreditavam que o círculo fraterno que formavam poderia ser expandido e englobar a humanidade inteira, eliminando todos os problemas. O local onde esta utopia foi idealizada, sob a sombra de uma árvore em um bosque da Rússia, é o local onde foi enterrado Tolstói, conforme ele pedira, e também mais um seu irmão.
Pacifismo
Tolstoi ficou famoso por ser um pacifista. Nas palavras de Mahatma Gandhi, com quem Tolstói trocou correspondência, o escritor foi o maior "apóstolo da não-violência". No livro "O Reino de Deus está em vós", Tolstoi baseia-se no Sermão da Montanha para afirmar que não se deve resistir ao mal utilizando-se do próprio mal. No mesmo livro, continuando seu raciocínio pacifista, o escritor afirma ser contrário ao serviço militar obrigatório (e ao militarismo como um todo). Ele também defende e exalta povos como os Quakers, que buscam a simplicidade, a autonomia e não utilizam de violência. Religiosidade sem dogmas
Foi excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa, religião dominante no seu país, depois de tanto critica-la. O escritor entendia como dogmas irracionais, que serviam para dominar o povo, alguns dos conceitos mais caros à Igreja. Considerava e seguia a doutrina de Jesus, mas achava impossível, por exemplo, que Jesus pudesse ser um homem e Deus, ao mesmo tempo. Para Tolstoi, Deus estava nas próprias pessoas e em suas ações e Jesus teria sido, para ele, o homem que melhor soube exprimir uma conduta moral que gerasse justiça, felicidade e elevasse espiritualmente a todos os homens. Seu cristianismo exacerbado, no fim de sua vida, assemelhava-se ao cristianismo primitivo. Em alguns trabalhos publicados, seus textos foram muito mais longe que suas atitudes pessoais, como em "Sonata a Kreutzer", que mostra uma tendência a exaltar o celibato, porém o escritor ainda teve filhos depois desta obra. Pouco antes de sua morte, seus amigos o aconselharam a se retratar com a Igreja, este porém, recusou-se.
ÉMILE AUGIER
Émile Augier fut plusieurs fois candidat à l'Académie, il se retira devant Ernest Legouvé et Ponsard ; habitué du salon de la princesse Mathilde et soutenu par le parti libéral, Thiers, Rémusat, Mérimée, Sainte-Beuve, il fut battu par de Falloux, candidat des ducs et du parti religieux, et obtint 15 voix littéraires contre 19 politiques données à son concurrent. Il fut élu le 31 mars 1857, par 19 voix contre 18 à Victor de Laprade, soutenu par Victor Cousin, Montalembert, etc. Ce fut la voix de Musset qui assura l'élection d’Émile Augier.
Il remplaça le comte de Salvandy et fut reçu le 28 janvier 1858 par P.-A. Lebrun, qui, dans sa réponse au récipiendaire, parla contre la collaboration. Ils firent tous les deux, dans leurs discours, allusion à l'attentat d'Orsini qui s'était produit quinze jours auparavant. Il devait recevoir M. Émile Ollivier en 1874, mais le discours de ce dernier ne fut pas accepté par l'Académie et la réception n'eut pas lieu ; par suite d'une indiscrétion dont l'auteur est resté inconnu, les deux discours furent livrés à la publicité. Émile Augier fut nommé sénateur à la fin de l'Empire ; il était Grand-Officier de la Légion d'honneur.
Mort le 25 octobre 1889.