sábado, 30 de abril de 2011

Luto

Minha avó faleceu ontem. Fui bem objetivo nessa afirmação, mas dessa vez eu sofri muito.
Era minha única vó viva e apesar do pouco contato, foi a única com quem tive algum contato real. Parei para pensar e lembrar quando e como recebi as informações das mortes desses pais dos meus pais até agora.
A primeira foi a mãe de minha mãe, Ernestina Bezerra, em dezembro de 2001 (por volta do dia 10). Eu era uma criança com nove anos e tinha acabado de mudar e casa e ganahr um vídeo game. Sabia que a morte existia e tinha medo dela, mas nunca tinha provado essa coisa de "alguém morreu" de verdade. Estudava a tarde e ia de perua escolar pra a prova. A cena eu lembro bem até, as palavras exatas mais ou menos. Sei que desci da perua escolar e na garagem ainda nem rebocada estava minha mãe e minha tia sentadas, bem tristes. "Jé, a sua vó lá da Bahia  morreu" Foram com palavras mais delicadas, mas com essa ideia que me deram a notícia. Tive um choque, mas nada de mais, eu nem sabia direito que tinha uma avó. Nunca tinha convivido com ela e então pedi para jogar video game, mas eu era uma criança esperta. Estava um pouco triste sim, mas criança é criança e com um jogo de cintura, falando que era para eu ficar feliz pedi o video game e fui jogar com meu primo.
Em 24 de Abril de 2004 eu estava no meu quarto quando minha mãe depois de minha irmã ter recebido a notícia, veio me falar que meu avó, pai do meu pai, Florisbaldo Corrêa, tinha morrido em MS. Minha irmã estava fazendo de tudo para ir no enterro e lá foi ela na correria, não lembro muito bem da situação em geral, mas esse meu avô já estava bem debilitado e sofrendo, descansou. Não lembro quase nada dele, a não ser uma cena que nunca sairá de minha cabeça. Doeu um pouco, queria ter tido mais convívio com ele. Chorei, em silêncio.

Era pequeno e danado, meu avô sentado numa cadeira no pequeno jardim quadrado de minha avó, me olhava enquanto eu ameaça colocar os pés num formigueiro. O jardim tinha uma roseira no meio e dois degraus em azuleijo quebrado no centro (até hoje foi assim). Ele disse com sua voz meio rouca "Não pise aí guri, elas vão te morder" Eu disse "Não vão não" e enfiei o pé no formigueiro. Nunca mais pisei em um formigueiro no minha vida.

Em 2009 viajei para a Europa e ganhei passagens para RO, na real tentei dá-las apra minha mãe visitar seu pai na BA, mas ela não quis. Conheci meu Avô, Apolinário Ribeiro, em 2005, eu era uma criança em formação, e o meu avô, um gaitista inigualável, um homem já delibitado pela perna que nunca sarava. Em RO recebi a notícia num quarto de hotel em Vilhena, ao lado do meu irmão. Quem ma deu foi minha irmã através do MSN, Não digo que sofri muito por mim, mas sofri pela minha mãe, que depois que venho apra São Paulo em 76 demorou muito tempo para falar com o pai e o perde assim, sem muito convivio também.

Mas ontem, ontem eu sofri, e estou sofrendo até agora. Ao passo que escrevo aqui, minha avô, 
Maria Rosa, está sendo sepultada lá em MS. Não quero acreditar, para mim que é mentira, que no fim do ano vou apra lá comer da sopa paraguaia conversando com ela na varanda daquela casinha de madeira na divisa com o Paraguai. Essa semana eu não sei porque, mas queria muito ter ligado para minha vó e conversado algo, estava com saudades, mas fiquei an minha e não liguei, não sei porquê. Vergonha, timidez talvez.
Estava no banho quando escuto os soluços de minha irmã e ecuto coisas relativas a MS. Saquei na hora, parei, e perguntei para minha mãe enquanto eu ainda estava de toalha no corredor "A vó morreu, né?" Doeu muito, chorei muito. Choro muito, a minha avó era um elo na minha família. Minha família é muito grande e a sua amtriarca era um elo que unia a todos, parece que isso arrebentou agora. Minha irmã foi para MS mais uma vez e volta a amanhã, meu irmão de RO também. Se eu estou sofrendo, imagine eles que tiveram mais que o dobro de contato com ela?
Há várias coisas que aliviam minha dor, o fato dela não ter sofrido e ter me falado uma vez no finalzinho do ano passado, enquanto estávamos sentados na varando de sua casinha de madeira pintada de amarela.

"Sabe Jefferson, Quando seu avô morreu em 2004 eu pensei que eu não ia chegar tão longe, veja já estamos em... qual é o ano mesmo? 2011, mas de 6 anos que seu avô morreu e eu aqui ainda. A idade chegou, até ano passado eu era mais ativa, agora tenho alguns problemas, mas estou aqui"

Minha avó teve seis filhos biológicos e uma filha de criação. Desses, apenas meu pai em 23 de abril de 1993, faleceu em um acidente de carro. 18 anos depois Deus decidiu tirá-la do nosso meio e deixá-la na nossa lembrança. Minha avó costumava falar que sofria pela morte de meu pai e também sentia falta de meu avô. Minha mãe me diz que estão os três juntos agora segundo sua crença, e eu espero muito que sua crença esteja certa.

Qual a única certeza que temos na vida? A morte, mas por que evitamos tanto falar nela? Não devemos nos preparar? Bom, por mais que conversemos não estaremos preparados nunca.
E que Deus proteja essa Família CORRÊA que veio do Interior do Rio Grande do Sul para Ponta Porã e de Ponta Porã se espalhou pelo Brasil. Perdemos aquela que possibilitou o nascimento de mais de 60 Correas até a data de sua morte e que agora descansa em paz.

Menino de Rua

Foi dentro da sala de aula que meus olhos se abrirão ainda mais para o teatro. Pensei que ia levar aquelas críticas que causam desconforto, mas não, na realidade levei críticas que deixaram feliz até.
Pode ter acontecido falhas em todas as cenas realistas, mas no geral percebemos que procuramos o cômodo para nós mesmo. É como se para mim fosse menos complicado saber correr atrás de uma personagem clássica, europeia, medieval, mas fosse bem complicado interpretar um menino de rua, um moleque do povo. Missão é achar o texto "Cala a boca já morreu" e estudar um pouco dele, assim sendo irei procura-lo agora mesmo.

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Não mencionei da primeira parte da sala, que foi uma discussão e um exercício de imaginação. Imaginar é essencial para o ator, sem imaginação não há arte.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Acrobacia

Sobre a aula de corpo de ontem, após alongamento (re) aprendemos a dar cambalhota pra frente, para trás, dar estrelinha e plantar bananeira. Melhoramos o equilíbrio do corpo e com objetos. Foi uma aula de acrobacia que até a professora saiu cansada. Mas foi bem divertida.

Seres Pensante

Seres pensantes, aqueles que realmente pensam. Usam a cabeça para análises, aprofundamentos, busca por razões. Tais como sábios, cientistas, estudiosos ou qualquer um que se atreva, são os que mais sofrem pois sabem raciocinar.
Ontem tive uma conversa bem demorada com uma amiga e assim... Se fosse outro eu e ela teríamos dito demais um para o outro, mas não. Confio. E estou cada vez podendo fazer análises de mim mesmo e me conhecer.
Sou do tipo que confia, usei uma analogia simples, é como se eu jogasse meu corpo do penhasco sabendo que não iria me machucar pois alguém estaria lá em baixo para me pegar. Pelo que me parece eu tenho esse tipo de confiança. Já tive mais, mas ele ainda existe.
É meio babaca da minha parte ser assim nessa São Paulo de 2011, mas é uma característica fixa em mim. Eu me jogo para as coisas, ultimamente tenho dado minha cara a tapa para ver o que acontece. Isso é bom, mas perigoso.
Tenho importando-me tanto com a causa de uns amigos e amigas, poucos, mas sim, tenho feito isso. Não acho errado, posso não acreditar 100% em amor, mas acredito em amizade e compaixão. Quando digo amizade refiro-me até mesmo a minha família. A família é mais importante? Sim, é. Mas na situação em que me encontro a diferença entre um e outro é o que se refere À base que tenho. Pois é a família que realmente conversa comigo, mas não todos os amigos que o fazem.
Achei engraçado por poder re-afirmar essa minha posição intelectual, não é me gabando não pois não tem nada de orgulho aí: Não sou engraçado, nunca fui, mas por vezes sei ser bem humorado, o resto é seriedade, mas isso é tema para outro post.
Pensar muito sempre doeu muito nesse mundo. Hoje contamos com mais liberdade, mas isso não significa plenitude de alma.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Wissen Sie:

Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht Das weiß ich nicht . ALSO JA, Ich weiß das!

Base para um exercício

Talvez esse seja o meu post mais longo e com menor essência. Digo isso pois nos foi dada a tarefa de, em trios, prepararmos um exercício baseando-se em uma cena ou realista ou naturalista com, em média, 5 minutos, para sexta-feira. É algo bem louco, e eu sem conhecer nada de autores e peças do tipo me vejo obrigado a conhece-los em poucas horas [ao menos o básico] de tudo. Meu trio é formado por mim, a Heloísa e o Rodrigo. Foi bom tê-los agora pois quase nunca pude trabalhar com eles e de acordo com o tempo quero tentar trabalhar com todos do grupos nessas aulas, acho construtivo tal interação.
Quem me salva? a Wikipedia! então com o auxílio dela de um livro sobre essências da história do teatro vos "apresento" o Teatro Realista:

REALISMO

O Realismo opunha-se ao idealismo do movimento Romântico, considerava que o mundo era independente da representação mental que o artista fizesse dela.
Pregava a atenção e fidelidade máxima ao real e trazia a reflexão sobre temas sociais.
Real era considerado apenas aquele que era percebido pelos sentidos, com observação e comprovação e sem abstrações.
a arte realista coincidiu com a predominância da mentalidade científica e a influencia positivista, sendo que muitas peças mais pareciam teses.


Características

  • Ambiente localizado precisamente
  • Descrição de costumes e fatos contemporâneos
  • Gosto pelo detalhe mínimo
  • Linguagem coloquial, familiar e regional
  • Excessiva objetividade na descrição e na análise dos personagens 

AUTORES IMPORTANTES


HENRIK IBSEN



Henrik Johan Ibsen (Skien, 20 de Março de 1828  Kristiania, 23 de Maio de 1906) foi um dramaturgo norueguês, considerado um dos criadores do teatrorealista moderno.

Biografia
Ibsen teve uma ascendência mesclada por diversas nacionalidades. Seu pai, Knud Ibsen, foi um abastado comerciante de madeiras, casado com Maria-Cornélia Altenburg, que pertencia a uma família aristocrática alemã, fato que ofereceu ao escritor uma infância tranqüila até os oito anos de idade, quando seu pai abriu falência, e a família se viu obrigada a viver mais modestamente. Tal mudança influenciou definitivamente o comportamento de Ibsen que, já tímido por natureza, tornou-se mais isolado e taciturno. A atmosfera familiar também era difícil, pois o pai era um homem dominador e alcoolista, e sua mãe uma mulher submissa, que buscava conforto na religião. Suas maiores distrações na infância eram o desenho e a pintura, paixões que manteve, pois conservou sempre consigo uma coleção de quadros que adquirira.
Na adolescência, Ibsen apaixonou-se pela teologia e se tornou grande leitor da Bíblia, porém pouco pode se dedicar a tal estudo, pois aos dezesseis anos, mediante as precárias condições da família, teve que escolher uma profissão, mudando-se para a cidade de Grimstad, onde passou a trabalhar como aprendiz do farmacêutico Jens Reimann, aí permanecendo por cinco anos. Em 1846, nasce Hans Jacob Henriksen, filho ilegítimo de Ibsen e Else Sophie, uma das criadas de Reimann, que Ibsen assumiu e sustentou imbuído pelo senso do dever.
Ibsen pretendia, nessa época, estudar medicina, mas foi reprovado nos exames de admissão à universidade, passando a se dedicar, então, apenas àliteratura. Sua primeira obra para teatro foi escrita ainda em Grimstad, em 1849, Catilina, que na época foi rejeitada pelos editores. Sua segunda peça, Túmulo de gigantes, compõe-se de uma só ato e foi representada no teatro real de Christiania, atual Oslo, em 1850. Produziu algumas sátiras, como Norma, e a epopéia Helze Hundingsbone, adquirindo alguma celebridade. Foi designado, então, para diretor de cena num pequeno teatro de Bergen, o Den Nationale Scene, onde escreveu quatro peças, entre elas Madame Inger em Ostraat, em 1855. A festa em Solhang, de 1856, foi seu primeiro sucesso popular, resultando no convite para uma festa na casa da escritora Magdalene Thoresen, onde conheceu sua futura esposa, Suzannah Daae Thoresen, filha da escritora. Em 1858 casou com Suzannah e em 1859 nasceu o único filho do casal, Sigurd.
Ibsen voltou para Christiania[1] e assumiu o Norwegian Theatre, em 1857, e após a falência desse teatro, assumiu a direção do Christiania Theatre, escrevendo então Os guerreiros em Helgoland em 1858, e a sátira A comédia do amor, em 1862, essa idealizada inicialmente em prosa, mas transformada depois em versos. Nesta obra inicia sua luta contra as mentiras sociais, no caso específico, a hipocrisia do amor.
Em 1861, descontente com suas dívidas, doenças e com a pouca valorização atribuída à sua literatura, chegou a pensar em suicídio. Mediante a falta de apoio da Noruega e Suécia em defesa da Dinamarca, por ocasião da guerra com a Prússia, foi para Roma, em 1864. Nessa época, iniciou uma verdadeira polêmica com o escritor democrata Björnstjerne Björnson, através de correspondência.
Em 1866 escreveu Brand, e em 1867, Peer Gynt. Em 1868 mudou-se com a família para Dresden, onde viveu por sete anos. Começou então sua fase de dramas modernos, destacando-se Casa de bonecas, em 1879, onde se mostrou um defensor da causa feminista e alcançou prestígio internacional, e Os espectros, em 1881. Escreveu em 1882 uma de suas obras de maior destaque, talvez a mais polêmica, O Inimigo do Povo, onde o autor expõs a miséria moral da sociedade através do conflito entre o interesse público e a verdade. Defensor da verdade acima de tudo, em 1884, porém, através de O pato selvagem, acabou admitindo, no final da peça, a necessidade de certas mentiras.
Em 1889, Ibsen conheceu Emilie Bardach, uma jovem da alta sociedade canadense, com a qual passou a trocar correspondência, e especula-se um possível relacionamento amoroso entre eles. Sua cartas foram publicadas após a morte de Ibsen. Vieram então Rosmersholm, A dama do mar e, em 1890, Hedda Gabler. Nessa tragicomédia, através da discussão do papel da mulher na sociedade o autor leva o espectador a refletir sobre a própria existência humana..[2]
Após ter viajado por toda a EscandináviaItália e Alemanha, Ibsen se fixou em Munique, em 1885, só voltando à Noruega em 1891. Em 1892 seu filho Sigurd casou com Bergliot, e em 1893 nasceu o neto, Tancred. Em 1894, escreveu O Pequeno Eyolf, onde criticou o papel social da família do século XIX. No drama escrito por Ibsen, a tragédia da morte do filho Eyolf traz à tona o relacionamento do casal, com as dificuldades do compromisso social do casamento. Mediante a não realização individual, o casal deposita seus sonhos e expectativas na vida do frágil Eyolf que, numa atitude de libertação, segue a Senhora dos Ratos, personificação da morte na mitologia norueguesa.
E finalmente, em 1899, Ibsen escreveu sua última obra: Quando despertarmos de entre os mortos. Em março de 1900, Ibsen contraiu uma forte gripe, e em poucas semanas teve o primeiro derrame, e em 1901 o segundo. Em 1902 foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura. Em 1903, após um terceiro derrame, perdeu a capacidade manual de escrever, e morreu em 23 de maio de 1906, sendo sepultado em primeiro de junho com honras de Estado no cemitério Var Freisers.

Histórico
Durante quatro séculos a Noruega fora administrada pelos dinamarqueses. Em 1814, separa-se da Dinamarca e integra-se à monarquia da Suécia, passando a ter sua própria Constituição, em 17 de maio, considerada uma das mais liberais da Europa. O poder executivo, porém, era constituído por civis indicados e o poder legislativoeleito indiretamente pelo povo. Os noruegueses não conseguiam impedir completamente as interferências suecas, que feriam seu orgulho nacional e serviam como incentivo ao nacionalismo.
Ao longo da dominação, duas classes haviam se formado: os camponeses e os funcionários. A classe dos funcionários era constituída por toda uma variedade de participantes, desde funcionários públicos, magistrados, pastores da Igreja Luterana, advogados, médicos, universitários em geral, até comerciantes e armadores, representando a civilização ocidental do país, a classe dirigente, sob a influência dinamarquesa que os formara e a fidelidade à coroa sueca. Já a classe dos camponeses, representada também pelos pescadores, pelos pobres, era politicamente democrática e ortodoxamente religiosa, odiava o Estado, que a excluía pela falta de formação universitária. As duas classes eram incompatíveis, inclusive falavam línguas diferentes: os funcionários falavam e escreviam o Riksmaal, língua dinamarquesa comum, e os camponeses falavam o Landsmaall, antiga língua medieval, próxima do islandês e do nórdico primitivo.
literatura norueguesa era mais precisamente um ramo da literatura dinamarquesa. A literatura norueguesa moderna, identificada como literatura independente, inicia com Henrik Wergeland, chefe dos revolucionários nacionalistas e Johan Sebastian Welhaven, chefe dos conservadores. Por volta de 1850, iniciam-se as transições sociais, que vão servir de impulso para as revoluções literárias. O jovem Ibsen era, portanto, um daqueles estudantes pobres, que buscava vencer à custa de várias privações. O escritor entra num grupo de estudantes socialistas, os primeiros da Noruega, e começa a colaborar num jornal operário criado por Thrane. A prisão de Thrane e seus assistentes convence Ibsen a abandonar as manifestações políticas, mas as idéias socialistas intensificam sua revolta contra as autoridades e contribuem para a formação de sua visão de liberdade individual.
Em 1864, porém, contrariado pelo fato de a Noruega conservar-se neutra na guerra da Dinamarca contra a brutalidade prussiana, deixa a pátria e vai para a Itália, e em 1875, muda-se para Munique, então uma das capitais artísticas da Europa. Por volta de 1885, Ibsen já é o dramaturgo mais representado e festejado no mundo inteiro. Volta esporadicamente para a Noruega, porém já a acha pequena demais, e só vai reconciliar-se totalmente com a pátria em 1891, quando volta de forma definitiva para Kristiania.

Características Literárias
Acredita-se que a obra de Ibsen foi influenciada pelo poeta dinamarquês Adam Gottlob Oehenschlager, que enaltecia a era viking, e pelo dramaturgo francês Eugene Scribe, autor de mais de quatrocentas peças, muitas delas produzidas por Ibsen na época em que era diretor de teatro.
Costuma-se dividir sua obra em três períodos: romântico, entre 1850 e 1873, realista, entre 1877 e 1890, e simbolista, de 1892 a 1899.
Suas peças mais famosas retratam de forma realista a vida contemporânea, e seu tema central é o dever do indivíduo para consigo mesmo, onde os conflitos psicológicos predominam sobre as situações. Seu individualismo anarquista influenciou as gerações posteriores mas, em sua vida pessoal, Ibsen era conservador.
Suas peças causaram escândalo na sociedade da época, no enfrentamento dos valores morais vitorianos da família e da propriedade, então ainda predominantes. Ibsen defendia a liberdade espiritual, que nada teme, e não se submetia a nenhuma disciplina partidária, apenas à verdade.

OSCAR WILDE 


Biografia
Criado numa família protestante(convertendo-se a Igreja Católica depois), estudou na Portora Royal School de Enniskillen e no Trinity College de Dublin, onde sobressaiu como latinista e helenista. Ganhou depois uma bolsa de estudos para o Magdalen College de Oxford .
Wilde saiu de Oxford em 1878. Um pouco antes havia ganhado o prêmio "Newdigate" com o poema "Ravenna" .
Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes.
Foi convidado para ir aos Estados Unidos a fim de dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dandi.
Em 1883, vai para Paris e entra para o mundo literário local, o que o leva a abandonar seu movimento estético. Volta para a Inglaterra e casa-se comConstance Lloyd, filha de um rico advogado de Dublin, indo morar em Chelsea, um bairro de artistas londrinos. Com Constance teve dois filhos, Cyril, em 1885e Vyvyan, em 1886. O melhor período intelectual de Oscar Wilde é o que vai de 1887 a 1895. 

O sucesso
Em 1892, começa uma série de bem sucedidas histórias, hoje clássicos da dramaturgia britânica: O leque de Lady Windermere (1892), Uma mulher sem importância(1893), Um marido ideal e A importância de ser fervoroso (ambas de 1895). Nesta última, o ar cômico começa pelo título ambíguo: Earnest, "fervoroso" em inglês, tem o mesmo som de Ernest, nome próprio 
Publica contos como O Príncipe Feliz e O Rouxinol e a Rosa, que escrevera para os seus filhos, e O crime de Lord Artur Saville
O seu único romance foi O retrato de Dorian Gray
A situação financeira de Wilde começou a melhorar cada vez mais, e, com ela, conquista uma fama cada vez maior. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida cada vez mais mundana. As atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas[4].

Os julgamentos e prisão
Em Maio de 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes".[5] Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie, o Marquês de Queensberry, que levou Oscar Wilde ao tribunal. No terrível período da prisão, Wilde redigiu uma longa carta a Douglas. [3]
A imaginação como fruto do amor é uma das armas que Wilde utiliza para conseguir sobreviver nas condições terríveis da prisão. Apesar das críticas severas a Douglas, ele ainda alimenta o amor dentro de si como estratégia de sobrevivência. A imaginação, a beleza e a arte estão presentes na obra de Wilde[4].
Após a condenação a vida mudou radicalmente e o talentoso escritor viu, no cárcere, serem consumidas a saúde e a reputação. No presídio, o autor de Salomé (1893) produziu, entre outros escritos, De Profundis, o clássico anarquista, A alma do homem sob o socialismo e a célebre Balada do cárcere de Reading'

Os últimos anos
Foi libertado em 19 de maio de 1897. Poucos amigos o esperavam na saída, entre eles o maior, Robert Ross.
Passou a morar em Paris e a usar o pseudônimo Sebastian Melmoth. As roupas tornaram-se mais simples, e o escritor morava em um lugar humilde, de apenas dois quartos. A produtividade literária é pequena[4].
O fato histórico de seu sucesso ter sido arruinado pelo Lord Alfred Douglas (Bosie) tornou-lhe ainda mais culto e filosófico, sempre defendendo o amor que não ousa dizer o nome, definição sobre a homossexualidade, como forma de mais perfeita afeição e amor
Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite (agravado pelo álcool e pela sífilis) às 9h50min do dia 30 de novembro de 1900 
Em seu leito de morte Oscar Wilde foi aceito pela Igreja Católica Romana e Robert Ross, em sua carta para More Adey (datada de 14 de Dezembro de 1900), disse: Ele estava consciente de que havia pessoas presentes, e levantou sua mão quando pedi, mostrando entendimento. Ele apertou nossas mãos. Eu então fui enviado em busca de um padre, e depois de grande dificuldade encontrei o Padre Cuthbert Dunne, que foi comigo e administrou o Batismo e a Extrema Unção - Oscar não pode tomar a Eucaristia
Wilde foi enterrado no Cemitério de Bagneux fora de Paris, porém mais tarde foi movido para o Cemitério de Père Lachaise em Paris. Sua tumba em Père Lachaise foi feita pelo escultor Sir Jacob Epstein, a requisição de Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos. Seus restos foram transferidos para a tumba em 1950

A obra
Em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray, considerado por críticos como obra-prima da literatura inglesa, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas. 
Já em várias de suas novelas como, por exemplo, O Fantasma de Canterville, Wilde critica o patriotismo da sociedade.
Em seus contos infantis preocupou-se em deixar lições de moral através do uso de linguagem simples. O Filho da Estrela (ver em Ligações Externas), é exemplo disso
No teatro, escreveu nove dramas, muitos ainda encenados até hoje
Wilde destacou-se como poeta, principalmente na juventude. Rosa Mystica, Flores de Ouro são alguns trabalhos conhecidos nesse campo.
Wilde foi um mestre em criar frases, marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo.


GEORGE BERNARD SHAW



George Bernard Shaw (Dublin, 26 de julho de 1856  Ayot Saint Lawrence, 2 de novembro de 1950) foi um dramaturgo, romancista, contista, ensaísta ejornalista irlandês. É autor de comédias satíricas que o tornaram espírito irreverente e inconformista.
Filho de uma tradicional mas empobrecida família protestante, foi de início instruído por um tio, mas rejeitou a educação escolar e aos 16 anos empregou-se em um escritório. Adquiriu amplo conhecimento artístico graças à mãe, Lucinda Elizabeth Gurly Shaw, e às freqüentes visitas à National Gallery da Irlanda. Decidido a se tornar escritor, foi morar em Londres em 1876, porém por mais de dez anos seus romances foram recusados por todos os editores da cidade, assim como a maior parte dos artigos enviados à imprensa. Tornou-se vegetariano, socialista, orador brilhante, polemista e fez as primeiras tentativas como dramaturgo.
Em 1885 conseguiu um trabalho fixo na imprensa e, durante quase uma década, escreveu resenhas literárias, críticas de arte e brilhantes colunas musicais. Sua atividade literária, em especial a produção teatral, foi uma seqüência de sucessos; destacou-se também na crítica literário, teatral e musical, na defesa dosocialismo, criação de panfletos, ensaios sobre assuntos políticos, econômicos e sociais, sendo ainda um prolífico epistológrafo. Como crítico de teatro daSaturday Review (1895), atacou insistentemente a pobreza qualitativa e artística da produção teatral vitoriana.
Durante a Primeira Guerra Mundial, interrompeu sua produção teatral e publicou um polêmico panfleto, Common Sense About the War, no qual considerava oReino Unido, os aliados e os alemães igualmente culpados e reivindicava negociações de paz.
Recusou o Nobel de Literatura de 1925 e, em suas últimas peças, intensificou as pesquisas com a linguagem não-realista, simbolista e tragicômica. Por cinco anos deixou de escrever para o teatro e dedicou-se ao preparo e publicação da edição de suas obras escolhidas (1930-1938), e ao tratado político The Intelligent Woman's Guide to Socialism and Capitalism (1928). A sua correspondência também foi publicada, destacando-se a troca de cartas com o escritor H. G. Wells.
Polêmicas
Em the Soviet Story , do documentarista Edvins Snore, Shaw aparece defendendo os nazistas e o extermínio de todos os "parasitas sociais" em vídeo, pessoas não adaptadas e inúteis para a sociedade, segundo seus conceitos. Ele também foi conhecido pela clara apologia ao Socialismo, mesmo no período mais negro da Revolução Russa, como durante o genocídio ucraniano Holodomor.
No mesmo documentário ele é acusado de apelar no jornal Londrino Listener em 1933, para que os químicos da época desenvolvessem um gás letal com a finalidade de matar seres humanos "inadequados".

NIKOLAI GOGOL



Nikolai Vasilievich Gogol (em russo: Николай Васильевич Гоголь; em ucraniano: Микола Васильович Гоголь, transliteração: Mykola Vassyliovytch Hohol,Poltava, Ucrânia, 20 de Março de 1809 - Moscovo, 21 de Fevereiro de 1852), foi um proeminente escritor russo de origem ucraniana.
Apesar de muitos de seus trabalhos terem sido influenciados pela tradição ucraniana, Gogol escreveu em russo e sua obra é considerada herança da literatura russa. Toda a sua obra é fundada no realismo, mas um realismo muito próprio com rasgos do que viria a ser um surrealismo. Apesar da crítica fulminante, a obra é hoje apontada como absolutamente russa.
Biografia
Com vinte anos (1829), o jovem Gogol vai para São Petersburgo, onde conhece Alexandre Púchkin, o maior escritor de então, que lhe inspira devota amizade e fervorosa empatia, ideias novas para obras que ainda não tinham vindo à luz do dia, nomeadamente Noites na Herdade de Dikanka, sua obra de estreia, tendo sido publicada em 1831, obtendo Gogol o seu primeiro êxito.
Mas desde cedo revela uma personalidade complexa.
Amante fervoroso da verdade, Gogol é um homem repleto de preocupações místicas, religiosas e patrióticas. A sua obra reflecte o lado moralista das questões que dizem respeito à condição humana, trágica e inapelavelmente priosioneira na sua jaula; mas a crítica efusiva censurava com amiúde suas tentativas de fazer vingar o poder instituído e aparentemente inabalável.
Gogol não fora político, não possuía um programa de acção contra o regime, que fazia da Rússia da época um país «metade caserna, metade prisão». No entanto, a crítica não revelaria sendo o bastante para caricaturar o jovem e proeminente escritor.
Seu pai, antigo oficial cossaco, desenvolveu seu gosto pela literatura, e apesar do seu modo do género temerário, nunca fora o amparo na infância de Nikolai, ainda que o jovem nutrisse por seu progenitor verdadeira amizade. Sua mãe transmitiu-lhe a fé religiosa, que veio a desencadear em um misticismo doentio. Seus progenitores seriam portanto uma quota parte da influência em toda a sua obra.
Depois de estudos medíocres, este jovem de fisionomia austera deixa a Ucrânia e encontra um modesto emprego de escritório ministerial em São Petersburgo. A distância de seu país natal e a nostalgia que dela resulta inspiraram alguns dos seus escritos.
A panóplia de obras e romances do então funcionário para sempre enclausurado avivaram a sua carreira como autor, e após haver conhecido pessoalmente o românticoAlexandre Púchkin, sua obra despoletaria em um realismo próprio - não diremos insuflado, mas uma fonte riquíssima em artifícios paradoxais, tal como Dostoiévski havia traçado em sua obra. Prova desse realismo típico veio a ser a novela O Capote, cujo herói se tornara arquétipo do pequeno funcionário russo.
De facto, sua intervenção não é outra senão denunciar os vícios e abusos no interior da alma humana, humilhada e atravancada de emoções contraditórias. Em pleno desarranjo emocional, Gogól foge e recomeça viajando pela Europa.
A morte de Púchkin no ano de 1837, em um desinteressante duelo, abala profundamente Gogol. «Agora tenho a obrigação de concluir a obra cuja ideia fora do meu amigo». Referia-se, naturalmente, ao alentado texto de Almas Mortas.
Tenta publicar a obra em Moscovo em 1841, mas o Comité Moscovita de Censura recusa. Não é senão após uma intervenção dos amigos do autor que o livro é publicado, em 1842. O romance é uma descrição em detalhe das preocupações do homem russo em uma Rússia profunda; uma sátira, às vezes impiedosa, que porém guarda subjacente o profundo e natural amor de Gogol pelo país.
De 1837 a 1843 vive em Roma. Regressa à Rússia, doente. Um misticismo religioso acentuado indu-lo a abandonar as antigas ideias liberais (como se aí residisse o que é de absolutamente condicionante) para se tornar um defensor da autocracia. Essa fase mística virá a exacerbar-se após a sua viagem à Palestina, em 1849.
As tribulações recomeçam: Itália, França, Alemanha etc. Em 1848, faz uma peregrinação em Jerusalém. A pouco e pouco, sua saúde se degrada, e ainda mais devido à sua irritável hipocondria que em nada o recompõe; seu sentimento religioso se exalta. Gógol se torna cada vez mais místico, impelido em ir buscar, pelo sentimento religioso, a salvação da alma.
De volta a Moscovo, redige a segunda parte de Almas Mortas. Mas seu estado físico se degrada incessante, mercê do sonho que o acompanha desde jovem: mesmo homem absolutamente sadio e regrado, sua ânsia por uma nova ordem das coisas o martiriza. No início de Fevereiro de 1852, num momento de delírio, segundo dizem, ele queima na lareira de seu quarto todos os manuscritos inéditos - inclusive o fim da segunda parte de Almas Mortas.
O romance é uma belíssima e irónica ficção sobre a corrupção de uma classe decadente que domina o povo ignorante e escravo do Estado. Mas nunca fora concluída.
A 21 de Fevereiro de 1852 Nicolau Vasilievich Gógol morre.
São-lhe concedidas cerimónias e reconhecimento únicos: seu corpo embalsamado segue insepulto por mais de um dia carregado pelos estudantes, que oferecem homenagens 


LIEV TOLSTÓI




 Liev Tolstói, também conhecido como Léon Tolstói ou Leão Tolstoi ou Leo Tolstoy, Lev Nikoláievich Tolstói (Yasnaya Polyana, 9 de setembro de 1828 Astapovo, 20 de novembro de 1910) é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos.
Além de sua fama como escritor, Tolstoi ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza.
Junto a Fiódor Dostoiévski, Gorki e Tchecov, Tolstói foi um dos grandes da literatura russa do século XIX. Suas obras mais famosas são Guerra e Paz, sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e Anna Karenina, onde denuncia o ambiente hipócrita da época e realiza um dos retratos femininos mais profundos e sugestivos da Literatura.
 Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples.
Biografia
Infância e juventude
Com a morte prematura dos pais, foi educado por preceptores. Em 1851, na juventude, o sentimento de vazio existencial levou-o a alistar-se no exército da Rússia. Tal experiência colaboraria para que, mais tarde, se tornasse pacifista.
Durante esta época de sua juventude, Tolstoi bebia muito, perdia muito dinheiro no jogo e dedicava muitas noites a ter encontros com prostitutas. Mais tarde, o velho escritor repudiaria esta fase de sua vida.
Vida adulta
No final da década de 1850, preocupado com a precariedade da educação no meio rural, Tolstoi criou em Iasnaia Poliana uma escola, para filhos de camponeses. O escritor mesmo escreveu grande parte do material didático e, ao contrário da pedagogia da época, deixava os alunos livres, sem excessivas regras e sem punições.
 Em 1862, casou-se com Sônia Andreievna Bers, com quem teve 13 filhos. Durante 15 anos, dedicou-se intensamente à vida familiar. Porém, o casamento com Sônia seria repleto de distúrbios e brigas. Foi nessa época que Tolstoi produziu os romances que o celebrizaram - "Voina i mir" (Guerra e Paz - 1865/1869) e Anna Karenina. O primeiro, que consumiu sete anos de trabalho, é considerado uma das maiores obras da literatura mundial.
Embora extremamente bem-sucedido como escritor e famoso mundialmente, Tolstoi atormentava-se com questões sobre o sentido da vida e, após desistir de encontrar respostas na filosofia, na teologia e na ciência, deixou-se guiar pelo exemplo da vida simples dos camponeses, a qual ele considerou ideal. A partir daí, teve início o período que ele chamou de sua "conversão".

Conversão
Seguindo ao pé da letra a sua interpretação dos ensinamentos cristãos, Tolstói encontrou o que procurava, cristalizando-se então os princípios que norteariam sua vida a partir daquele momento.
O cristianismo do escritor recusou a autoridade de qualquer governo organizado e de qualquer igreja. Criticou também o direito à propriedade privada e os tribunais e pregou o conceito de não-violência. Para difundir suas ideias Tolstoi dedicou-se, em panfletos, ensaios e peças teatrais, a criticar a sociedade e o intelectualismo estéril. Tais ideias postas tão explicitamente causaram confusão nos fãs do famoso escritor e influenciariam um importante admirador: Gandhi, nesta época ainda na África do Sul.
Após sua "conversão", Tolstói deixou de beber e fumar, tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como camponês. Jaime de Magalhães Lima que visitou e correspondeu-se com Tolstoi escreveu: “Leão Tolstoi foi um adepto e um apóstolo do vegetarismo. E não é pouco nem insignificante que um tal espírito e tão sublimado coração perfilhasse e praticasse essa doutrina, que a inércia moral e o poder do vício desprezam ou escarnecem na cegueira própria da sua particular estreiteza.”[1] Convencido de que ninguém deve depender do trabalho alheio passou a limpar seus aposentos, lavrar o campo e produzir as próprias roupas e botas. Suas idéias atraíram um séquito de seguidores, que se denominavam "tolstoianos". Decidiu abrir mão de receber os direitos autorais dos livros que viria a escrever, só voltou a querer utilizar este dinheiro quando precisou angariar fundos para transportar para o Canadá uma comunidade de camponeses perseguidos pelo governo.
Tolstoi chegou a ser vigiado pela polícia do czar. Devido a suas idéias e textos, foi excomungado pela Igreja Ortodoxa russa, em 1901. Alguns de seus amigos e seguidores foram também exilados. Tolstoi somente não foi preso porque era adorado em todo o mundo como um dos maiores nomes da arte de seu tempo.
Tolstoi, porém, não conseguia alcançar a simplicidade em que acreditava. Sua família, especialmente a mulher Sônia, cobrava-lhe os luxos e riquezas aos quais estavam acostumados. Os filhos davam razão a mãe, a quem Tolstói amava e que ameaçava se matar quando o escritor fazia menção de abandonar a casa.
Sônia, que havia lhe dedicado a vida, cobrava que o escritor deixasse para ela, em testamento, os direitos autorais das obras que fez na fase final de sua vida. Tolstoi, por sua vez, elaborou um testamento secreto, no qual passaria todos os direitos autorais a um tolstoiano de nome Chertkov, que tornaria sua obra pública.
Aos 82 anos de idade, Tolstoi decide, enfim, fugir de casa e abandonar a família para largar aquela vida na qual ele não mais acreditava.
Morte
Durante alguns dias a fuga foi um sucesso. Nos trens e nas estações por que passava, Tolstoi era reconhecido por todos, já que era o homem mais famoso da Rússia. Porém, devido a sua preferência em viajar em vagões de terceira classe, onde havia frio e fumaça, o já debilitado escritor contraiu uma pneumonia, que foi agravando rapidamente. No dia 20 de novembro de 1910, o velho escritor morreu durante a fuga, de pneumonia, na estação ferroviária de Astapovo, província de Riazan.
O trem funerário que trazia seu corpo foi recebido por camponeses e operários que viviam próximos à propriedade dos Tolstoi. Seu caixão foi carregado seguido por uma multidão de 3 a 4 mil pessoas. O número teria sido ainda maior se o governo de São Petesburgo não tivesse proibido a vinda de trens especiais de Moscou para o enterro do escritor. Sua morte foi noticiada nos principais jornais do mundo.
Ideais
Proximidade com o anarquismo
Para Tolstoi, os Estados, as igrejas, os tribunais e os dogmas eram apenas ferramentas de dominação de uns poucos homens sobre outros, porém repudiava a classificação de seus ideais como sendo anarquistas. Foi citado pelo escritor anarquista russo Piotr Kropotkin no artigo Anarquismo da Enciclopédia Britânica de 1911 e alguns pensadores o consideram como um dos nomes do Anarquismo cristão. Outra aproximação com o anarquismo se deu em 1862, quando Tolstói, em viagem pela Europa, visitou o autor anarquista Proudhon. Este estava a escrever um texto chamado "La guerre et la paix", cujo título Tolstói propositalmente utilizou em seu maior romance.
O escritor não se auto-encaixava no anarquismo e não acreditava em guerras e revoluções violentas como solução para quaisquer problemas, mas sim em revoluções morais individuais que levariam às verdadeiras mudanças. Afirmava que suas teses se baseavam na vida simples e próxima à natureza dos camponeses e no evangelho e não nas teorias sociais de seu tempo.
 A busca pelo natural
 Apesar de afirmar ter-se convertido no último período de sua vida e de renegar seus trabalhos mais famosos, encontram-se nestes mesmos textos diversas referências sobre a busca do autor por uma vida simples e próxima à natureza. Segundo o escritor George Woodcock em "A História das ideias e movimentos anarquistas", em todos os romances que Tolstoi escreveu quando mais novo, ele "considera a vida tanto mais verdadeira quanto mais próxima da natureza".
Vários foram os personagens criados nesta época que representavam o ideal de vida simples e natural. Em "Os Cossacos" são os camponeses meio selvagens de uma área remota do Cáucaso; Em Guerra e Paz é o personagem Platão que é descrito no livro como a personificação da verdade e da simplicidade: "Suas palavras e ações brotam dele com a mesma espontaneidade que o aroma brota da flor". Em Anna Karenina outro camponês, também chamado Platão, é o símbolo desta aspiração de Tolstói.
Ainda antes, na infância, Tolstói alimentava, junto aos irmãos, um sonho de fraternidade total. Eles acreditavam que o círculo fraterno que formavam poderia ser expandido e englobar a humanidade inteira, eliminando todos os problemas. O local onde esta utopia foi idealizada, sob a sombra de uma árvore em um bosque da Rússia, é o local onde foi enterrado Tolstói, conforme ele pedira, e também mais um seu irmão.
Pacifismo
Tolstoi ficou famoso por ser um pacifista. Nas palavras de Mahatma Gandhi, com quem Tolstói trocou correspondência, o escritor foi o maior "apóstolo da não-violência". No livro "O Reino de Deus está em vós", Tolstoi baseia-se no Sermão da Montanha para afirmar que não se deve resistir ao mal utilizando-se do próprio mal.
No mesmo livro, continuando seu raciocínio pacifista, o escritor afirma ser contrário ao serviço militar obrigatório (e ao militarismo como um todo). Ele também defende e exalta povos como os Quakers, que buscam a simplicidade, a autonomia e não utilizam de violência.
Religiosidade sem dogmas
Foi excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa, religião dominante no seu país, depois de tanto critica-la. O escritor entendia como dogmas irracionais, que serviam para dominar o povo, alguns dos conceitos mais caros à Igreja. Considerava e seguia a doutrina de Jesus, mas achava impossível, por exemplo, que Jesus pudesse ser um homem e Deus, ao mesmo tempo. Para Tolstoi, Deus estava nas próprias pessoas e em suas ações e Jesus teria sido, para ele, o homem que melhor soube exprimir uma conduta moral que gerasse justiça, felicidade e elevasse espiritualmente a todos os homens.
Seu cristianismo exacerbado, no fim de sua vida, assemelhava-se ao cristianismo primitivo. Em alguns trabalhos publicados, seus textos foram muito mais longe que suas atitudes pessoais, como em "Sonata a Kreutzer", que mostra uma tendência a exaltar o celibato, porém o escritor ainda teve filhos depois desta obra. Pouco antes de sua morte, seus amigos o aconselharam a se retratar com a Igreja, este porém, recusou-se.





 
ÉMILE AUGIER





Émile Augier fut plusieurs fois candidat à l'Académie, il se retira devant Ernest Legouvé et Ponsard ; habitué du salon de la princesse Mathilde et soutenu par le parti libéral, Thiers, Rémusat, Mérimée, Sainte-Beuve, il fut battu par de Falloux, candidat des ducs et du parti religieux, et obtint 15 voix littéraires contre 19 politiques données à son concurrent. Il fut élu le 31 mars 1857, par 19 voix contre 18 à Victor de Laprade, soutenu par Victor Cousin, Montalembert, etc. Ce fut la voix de Musset qui assura l'élection d’Émile Augier. 

Il remplaça le comte de Salvandy et fut reçu le 28 janvier 1858 par P.-A. Lebrun, qui, dans sa réponse au récipiendaire, parla contre la collaboration. Ils firent tous les deux, dans leurs discours, allusion à l'attentat d'Orsini qui s'était produit quinze jours auparavant. Il devait recevoir M. Émile Ollivier en 1874, mais le discours de ce dernier ne fut pas accepté par l'Académie et la réception n'eut pas lieu ; par suite d'une indiscrétion dont l'auteur est resté inconnu, les deux discours furent livrés à la publicité. Émile Augier fut nommé sénateur à la fin de l'Empire ; il était Grand-Officier de la Légion d'honneur. 
Mort le 25 octobre 1889.