Essa coisa de Blog pode ser um diário virtual. E assim quero considerá-lo. Um diário que só eu leio e mais ninguém. E hoje, mais um dia se passa e eu volto a escrever aqui.
Às vezes me pergunto se é tão errado sonhar. Pode não ser, mas de acordo com alguns que conheço eu sonho alto de mais. Será que é sonhar alto de mais, ter meu quarto com vista pro mato, um quarto com chão de madeira, cama macia e um pouco de chuva lá fora num domingo de manhã com a pessoa que eu gosto do meu lado e nada mais?
Será que é sonhar alto poder subir em um palco e representar um Orfeu, um Romeu ou mesmo um Judeu? Receber aplausos e sorrisos de pessoas que talvez tenham tido um dia difícil e queriam algo para sorrir?
Será que errei tanto para não receber aprovação da minha mãe e da minha irmã para isso? Se eu menciono a palavra "ARTE" em casa, choram, me crucificam ou algo do tipo. Mal sabem o quanto eu que odeio chorar, choro por isso. Talvez uma palavra "VAI", me faria dar saltos até a lua. Mas para quê?
Pensam que tenho que ganhar dez mil por mês, viajar o mundo quando só me importo com meu quarto com chão de madeira e ir para Paris só mais uma vez.
Dos amigos não tenho o que reclamar, eles me dão o ombro quando eu pedir e não digo esses amigos da Paulista, dos quais poucos se salvam. Digo amigos que me têm desde que os conheci, digo o Uedson, a Mary, a Ná, a Thata, o Will e a Thaís por exemplo. Eu é que as vezes não os valorizo do jeito que teria que ser.
Meu coração? Isso é o que mais me dói. Pensei que estava tudo certo e teria alguém para me escutar de um jeito diferente, mas amar é armadilha. Amor é um piso fofo de pele de cordeiro com uma armadilha no meio, se você pisa você já era. Eu pisei. Também não sei o motivo. Ficar remoendo e remoendo corrói o pouco que sobrou e me dá medo de poder arrumar uma garota que preste.
Será que sonhei alto de mais mesmo?
Ver-me na estaca zero de novo me dá tanto ganas de continuar como parar e repensar se sou um fracasso. O garoto que teve mais apostas para o futuro se fudendo desse jeito. Eu queria que com as lágrimas as dores fossem embora, mas não vão.
Não tô mais remoendo o passado, nem me preocupando tanto com o futuro, um certo alguém me ensinou isso depois de eu tanto orar. Se hoje fosse meu último dia, eu até que agradeceria a Deus, entretanto o mais importante agora e limpar do rosto as lágrimas e seguir meus caminhos sem que nada mude.
Vou continuar sonhando com minha cama fofa, chão de madeira e vista pro mato, mesmo que acorde sem ninguém do lado e tendo que enfrentar jornadas de trabalho só para manter aparencias, afinal de contas, é isso que todos esperam de mim e já que não tenho mais tantas forças para sorrir e fazer os outros apreciarem a rte em cima de um palco, apesar dos apenas dezoitos anos, vou ser.