Em 30 de setembro de 1992, às 8:10 da manhã, no bairro de Santo Amaro, no antigo hospital e maternidade Santa Marta, nasci! Nasci de uma cesária, segundo filho de Maria José Avelino Ribeiro, e quarto filho de Pedro Rodrigues Correa. Eu Jefferson Ribeiro Correa.Uma criança saudável e com um futuro pela frente. Foi uma pena que logo depois de 7 meses, essa criança perde o pai num acidente de carro perto de casa. O menino agora tinha uma mãe que fazia papel de dois e que por ele ia batalhar todos os próximos anos.
Num ato não tão pensado, minha mãe mudou-se para Ponta Porã, na divisa com Paraguai, cidade de meu pai. Por lá fiquei um ano apenas, e depois de volta a São Paulo, moramos até meus 9 anos de aluguel na zona sul de Sampa, no Santo Eduardo, onde joguei muito vídeo game, estudei bastante, assisti muito a Pokémon e cresci com minha mãe e minha irmã, que sempre batalhou pelo bem da família.
Estudo significa tudo para a família, estudo é o único meio de melhorar de vida. Assim minha mãe bateu de escola em escola até conseguir um bom desconto na escola adventista da Alvorada, onde me formei no ensino fundamental. Com as pessoas da sala na época eu não me dava tão bem, mas a culpa era minha, chato que só. Já com os professores a relação era a melhor possível. Foi nessa época que comecei a estudar inglês em escolas de idiomas assim como a fazer natação. Como eu gostava! E nessa época em 2001 mudamos para nossa casa em Embu das Artes.
No Ensino Médio fui para oura escola adventista, a de Itapecerica da Serra. Lá as relações eram bem melhores, a escola toda sabia quem eu era, me destacava e me dava bem com todo mundo. Claro que um ou outro probleminha, mas nada fora do normal que eu me lembre.
Em 2008, meu primeiro contato com o teatro, fruto de juntar moedinhas, acabei fazendo um curso básico de teatro na escola macunaíma no shopping Eldorado em Sampa. No mesmo ano, comecei a aprender Francês em escola e espanhol por conta.
Antes de terminar o ensino médio fui presenteado com dois grandes marcos da minha vida, talvez os primeiros de outros que aconteceriam. Uma viagem internacional entre França e Inglaterra, que com certeza marcou a vida de todos os alunos que estiveram por lá. E conheci o que era gostar de uma pessoa, amar uma pessoa. Por mais simples que fosse, esse amor de primavera só me fez amadurecer e crescer. Hoje por ela tenho amor de amigo e um grande respeito, por mais que contato seja o mínimo.
Conheci de fato meu irmão nessa época. Ele mora em Rondônia, pena que não mais perto. Pena que o contato é pouco assim como a intimidade de irmão. Mas o admiro tanto quanto admiro minha irmã.
Formado no Ensino médio as coisas começam a mudar e minha Idade Média ou Idade das trevas começa a chegar. O que fazer? Primeiro todo o apoio que teria da família que teria para estudar R.I. ou Hotelaria cai por chão quando falo que quero estudar teatro. Sem apoio acabo escolhendo fonoaudiologia e não dura 1 semestre na faculdade particular e começo a trabalhar em um hotel. Não! Não era o que queria na época então decidi começar a andar mais só, tomar decisões mais minhas.
Nessa época perdi minha avó, minha última avó. O contato com a mesma havia sido pequeno, mas o suficiente para ser outro marco na minha vida. Amava muito ela, e a considero até hoje como o último grande elo dos Correa em Ponta Porã e pra onde eles foram. Ela que conheceu seus tataranetos. Não creio muito no sobrenatural, mas vontade de falar com ela na semana de sua morte era grande. Quando chegou a notícia a família toda caiu em prantos. Nosso grande Elo havia partido.

Comecei a dar aulas de inglês em uma escola de inglês e vi que levava jeito para coisa. Amei a experiência e continuei a dar aulas enquanto fazia um curso técnico no SENAC em Arte Dramática. Comecei a de fato sair mais culturalmente e conhecer a cidade que eu nasci. Concomitante a isso, minha mãe me ajudou a pagar um curso de comissário de voo, que até hoje não usei, mas que acho digno de ainda ser usado. Foram dois bons anos, aprendendo muito, se virando bem, e entrando numa pequena crise financeira da qual no começo de 2013 sai. Mas foram anos onde conheci gente, amadureci, me conheci, e só posso agradecer por isso.
Essa foto tirada no Rio de Janeiro em uma balada em Copacabana em 20 de Outubro de 2012 resume bem um dos fatos mais importantes desse triênio. Minha vida de balada! Sai e me descobri nessas festas, nessas pegações, nessa coisa de conhecer uma pessoa aqui e outra ali. Entre o meio de 2010 e final de 2012 tive a maior desilusão que podia ter. Não sei porque amei tanto, esse foi meu erro, amar muito, certo está Berlucci em "Os sonhadores" ao dirigir uma cena onde a personagem fala "Não me ame muito, me ame o suficiente". Aprendi a dura lição da rejeição e a pior, da ilusão. Deixei-me iludir e vi que amar muito não é tendência nessa década. Essa vida de festa, de fazer o que eu quisesse sem que me importassem os os comentários. De ter os amigos que eu quisesse, as aventuras que eu quisesse, estudar e trabalhar no que eu quisesse... Isso me custou muito, mas muito caro.
Primeiro perdi a confiança de minha irmã e mãe. Depois a amizade e o respeito que tinha com as duas. Brigas quase todo dia. Não era e nunca fui santo, mas sofri muito com a vista grossa que minha família fez comigo durantes meses e anos. Quando comecei a andar com minhas pernas e ajuda de minha mãe novamente, minha relação com ela melhorou muito. Hoje podemos brigar o que for, mas logo depois é como se nada tivesse ocorrido. Tento entender sua realidade e porquê é assim. vejo que minha mãe SEMPRE foi do jeito que é, uma batalhadora que só quer ver os filhos unidos. Pena que isso é o mais difícil. Minha relação com minha irmã acontece, mas não é das melhores, se eu abrisse minha boca em relação ao teatro ou minha vida pessoal (no que muito se resume minha vida) é discussão na certa. Dei muitas mancadas com ela também, e sempre tentamos nos entender. Mas chega uma hora que não se pode dividir o mesmo teto e o melhor a fazer é separar para unir. Já perdi muito contato com família devido a essas discussões e agora eu estou disposto a resgatar o que tem de bom em mim e agir para que as coisas venham a melhorar. Quero mesmo mudar, sem contar Sampa, que tem me estressado muito, tenho demorado duas horas para chegar em qualquer lugar por aqui! Não quero essa vida por enquanto não.
Sinceramente não quero que minha irmã ou mãe tenham a sensação "nostalgica" que só era bom quando meu pai era vivo, que nem tem. Saudades dele todos tem, mas comparar a vida de hoje com a dos anos 80 ou 90 quando ele era vivo e podia participar já não é mais possível. Eu quero fazer da minha vida ao menos a melhor possível a cada ano e que eu chegue aos 100 anos falando que é com 100 anos que a vida está maravilhosa, no máximo "nostalgear" quando assistia a Pokémon ou minha primeira viagem à França.
Por isso agora é Londrina. Agora é uma nova fase na vida, com foco e maturidade para continuar a crescer e alcançar-se os objetivos que se tem. Esse sou eu, Jefferson Ribeiro Correa, com 20 anos, colocando mais um marco em minha vida. É ser devoto ao teatro e à atuação, falar inglês, francês, espanhol, alemão, italiano e russo, entender de aviação e tentar a independência.
Ao passo que esse artigo é postado, meu ônibus sai da rodoviária da Barra Funda com destino ao meu futuro. Deixo muita coisa pra trás, mas apenas simbolicamente, pois tudo e todos eu levo comigo nessa nova etapa que se inicia! Cada um, cada viagem, cada experiência! Nada me separa deles. Em Sampa deixo também a nega e a gata nas mãos da minha família e delas também sentirei falta, assim como sinto dos outros pets que já tive!
Em londrina espero encontrar uma nova paz e é claro re-encontrar o amor, afinal já namoro por lá desde março a melhor pessoa do mundo!
Agora, vamos parar de análise e vamos rumo ao que realmente importa.
AÇÃO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário