Mordi a maçã do conhecimento
Sem saber exatamente o que esperava,
Foi como subir vulcão em lava,
Foi como meter a mão no cimento,
Foi quebrar a onda do tempo e do momento
ou mesmo a noção de espaço e matéria.
Nessa viagem, me distanciei de gente séria
E entendi o outro sem da linguagem usar,
Tive ideia do que é morrer e se integrar
ao todo, ser pó de estrela, ser uma bactéria.
Não há explicação, pois nem conseguiria.
Não é sobre uma questão de capacidade
Não é sobre ser maior ou menor de idade,
Acho que nem tema de maturidade seria.
Quando olho no espelho escuto "quem diria?"
E me permito ver que já não sou mais eu,
que me arrisquei e o químico me surpreendeu
E que minha sensibilidade ao próximo está a mil
Quebrando fronteiras minhas e do Brasil
matando deuses, e criando um deus que também sou eu.
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