terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Retorno de Saturno

 Sem uso, desuso, desumano, corroi a alma

Doi a calma, jogando meu ego na lama.

Tirei sangue dos lábios sem sentir ardor.

O vermelho escorria nas pedras do arpoador,

e a dor se espalhava pelos cantos da minha cama.

As lágrimas são de querosene corroendo por dentro

A vontade é explodir e mandar a educação pro inferno,

Enquanto isso anoto comentários no meu caderno

Vivendo uma vida que odeio aqui no centro,

Fingindo amar cada segundo, cada momento.


Ao inferno com meus sorrisos, não quero viver

Aos sorrisos com mil infernos, não sei mais quem é você.

Os tapas, pode deixar que eu levo da vida,

Dentro de casa eu quero sarar a ferida

E não tirar casquinhas que sei que irão doer.

Meu ânimo agora é subzero, mel virou amargura

Que é tanta e me faz tentar evitar a loucura

Que no retorno de saturno veio me testar.

Pois que vão vocês à merda, antes que eu mesmo vá,

Antes que eu perpetue na terra essa minha alma insegura.

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