domingo, 15 de julho de 2012

Coca-Cola

É quando você para no balcão da balada e pede uma coca-cola sem ter ingerido alcool que você percebe que amadureceu um pouquinho mais. Mesmo que isso seja só em um dia especifico.
O barman te traz a bebida, você fica de costas para a pista de dança e olha para a parede que não para de piscar com o jogo de luzes. Daí você lembra das situações mais diversas e bebe muito devagar o refrigerante.
Desenha as letras da embalagem com os dedos. Escuta a música alta e se sente sozinho num lugar onde não consegue nem andar muito bem. Pessoas bêbadas dançando fervorosamente e você com um sorriso de canto no lado da boca para concordar que aquilo não é ruim.
Daí, você lembra aquela época de dois anos atrás, como se você já fosse um velho. Sabe que coisas do tipo nunca mais acontecerão, mas não reclama, não era pra ser e não fazia questão que fosse, só que o tratamento fosse o mesmo.
Com a coca-cola entre os dedos decide que o mundo de fora não é nem um pouco interessante, mas que os mundos paralelos que criou dentro da sua cabeça teriam valido a pena viver.
Quando você consegue mergulhar dentro dos próprios olhos e já está em êxtase com as mentiras que você mesmo criou, alguém te abraça e por um segundo você acha que tudo é real.
Aí você se desaponta e que não era ninguém a não ser um de seus amigos de amigos. Você decide voltar para a mesa, onde a companhia é agradável, só você que está chato naquele dia, tomando Coca-Cola porque não pode tomar tequila.

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