domingo, 22 de julho de 2012

Dentro da minha cabeça

Meu último porre por muito tempo foi o de ontem e foi ótimo. Estar com os amigos por perto é sempre bom e sempre válido, sempre. Agora o meu foco é minha vida sem esquecer pelas pedras que pisei.

Nós humanos somos muito caricatos. Lendo um pedaço de um livro com cartas de amor de Edith Piaf, cada linha transparecia uma paixão ardente, que queima mais do que qualquer chama. Lendo frases de Oscar Wilde enxerguei a solidão de um homem que não podia viver com seus desejos mais intensos. Já Frida Kahlo tomava o amor e a solidão como se tudo girasse ao redor de Diego.

Um dia ainda sei que vão ler minhas linhas e tentar decifrar quais sentimentos transbordavam dentro de mim. Se eu fosse fazer uma analogia e fosse possível entrar na minha mente e ver desenhos, formas e lugares, eu diria que antes mesmo da imagem aparecer, a melodia da música "Le ciel dans une chambre", só a melodia de fundo seria escutada.

Logo menos, um lago sob um céu cinza apareceriam. Não haveria folhas no chão, e todo o mato seria muito verde. Sob uma árvore haveria alguém sentado, com roupas pretas de frio e luvas cinzas. Uma boina na cabeça e um olhar baixo. Lendo um livro. Naquela calmaria infinita e efemera, aquela mulher aqui sentada estaria, em seu silencio, em um turbilhão de sentimentos, de ações. Estaria em um mergulho naquelas páginas, de um livro que não se poderia enxergar o título. E caso alguém conseguisse se aproximar, ela simplesmente não repararia e com olhos bem treinados seria possível perceber que as páginas do livro seriam amarelas e sem nada escrito. Mas ela continuaria ali, envolvida com o enredo.



As vezes não são de histórias completas e já conhecidas que precisamos. As vezes, num silêncio, numa pausa, no "não sentir", haja muito mais coisa do que qualquer outra história que tentamos tirar dos livros e relaizar na prática. Meu mundo é muito mais atrativo dentro da minha cabeça. Muito mais.

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