segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pedreira

Não estou com paciência de escrever à mão. Tampouco abrir-me com um amigo ou amiga, acho que eles já estão fartos e não quero ser eu a dar-lhes mais uma cruz pra dividir. Sinto falta de alguém comigo, dividindo de fato os caminhos, os objetivos, as vontades... Eu não nasci para ficar ficando. Mas é simples, três pedras foram jogadas nesses 21 anos, talvez alguns cascalhos também. Uma pedra foi na neve e virou uma avalanche, destruiu tudo no caminho e ainda parece não ter parado, mas parece estar em seu final. Até eu me considero obsessivo com essa avalanche, parece mais questão de honra do que de amor. Se essa avalanche simplesmente tomasse uma atitude de gente e pedisse perdão e falasse que não quer destruir mais nada, colocasse um ponto final...
A segunda pedra caiu em um lago, foi delicada até o fundo mas antes que chegasse ao fundo eu mesmo a peguei e a joguei pra longe. Foi sensato. Mas a pedra pesou, fez ondas, chamou atenção, e quando jogada já estava surrada, machucando outros mil. Hoje no máximo posso vê-la para brincar com ela e não guardá-la com cuidado, distante das outras.
Uma pedrinha eu só vi, eu estava de passagem, mas a pedra era preciosa, era a única que se destacou diante de outras milhares. Brilhou tal como olhos verdes. Mas até hoje não sei se a pedra era preciosa mesmo ou foi a avalanche e o lago que mexeram com meu cérebro e criaram miragem, o que é bem possível.
Agora o que mais me parece é que estou em uma pedreira, onde o sol evita avalanches, faz os lagos secarem e diamantes se esconderem.

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