segunda-feira, 28 de abril de 2014

A Vigo

Eu queria sentir o gosto da boca, o desejo
Entre paredes ou sob o céu azul que faria de teto
Sentir o fogo da paixão arder, talvez amar quieto.
Vivo em selva de pedra, nesse rio não existe ensejo
Existem mil coisas boas, mas outras mil nulas prevejo.
Ai, sabe os amigos?  É o amor que me assegura
Desse amor é que tiro minha grande aventura
De ser um só, só em meio aos amores alheios
de outrem que não eu, sem fim e sem meios
Ao menos nos cafés eu tomo minha frescura.

Não reclamo, não agradeço, não vivo de nãos
Não vivo de sins, não agradeço senão a mim
ou a mim culpo de um fado sem fim, sem sim.
Uma contra-mão, juntando o pó e os grãos
As sementes da distância de pares de mãos.
Para se chegar ao topo é necessário por o pé
Onde ninguém quis, onde até se perde a fé.
Se junto eu quero estar é necessário viver o sozinho.
Para chegar a Vigo passa-se pelo Minho
E para analisar-se, olha-se o rosto, olha-se o pé. 





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