terça-feira, 4 de setembro de 2012

Platônico e Servil

Que se dane o estar aqui a sós,
Que eu tenha que reconstruir
todos os nossos dias por vir!
Que exista ambiguidade entre nós
numa balança, contras e prós.
Que eu nunca veja seu rosto,
você que nunca deixa seu posto.
Monossilábico, platônico e vil.
Amorzinho "lontano", servil.
Desses que nunca se sente o gosto.
 
Ter tal dor gostosa que machuca
tanto quanto rosa sem espinhos,
tanto quanto andorinhas em ninhos,
é o que quero, dor do iludir, que cutuca,
é doce dor que fica, bate, volta e retruca.
Que se dane o amor, o sexo e a paixão!
Que fique o olhar, a doce sensação!
Dos meus desejos você tem a senha
E simplesmente que eu lhe tenha,
Mesmo que seja só imaginação.


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