sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Babel

Para não se fazer compreender
O menino correu só, fugiu e voou
Escondeu o coração que o ameaçou,
Saiu pela cidade, estrelas a tecer
Até a lua fez seu caminho acender.
Parava em cada sucinta esquina
Tentando encontrar alguma menina
Que o pudesse levar ao alto céu
O que viu foi uma torre de babel
Engolida por velhas aves de rapina.

A delicadeza de seus olhos se esvaiu
Desvaneceu o sorriso puro inocente
Evaporaram-se tramas de adolescente.
Percebeu num lance que um dia previu
O dia em que a sua própria vida o traiu.
Se a vida com ele havia sido consoante
Viu que não existia amor sem amante
E se sofresse algo a mais, pouco importaria
Importa é que o guri que foi puro um dia
Viveu do futuro do passado e do instante.




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