quarta-feira, 18 de junho de 2014

Carta anônima

Eu estou engolindo palavras enquanto você não me dá nada, a não ser um doce vazio de visitar-me em sonhos dos quais, mesmo farto, eu não quero acordar.
Nós nem nos falamos mais e você, imaturo, considera que eu fui forte o suficiente para matar a vontade que eu ainda tenho de você dentro de mim. Não sei porque não se justifica e se se justificasse de nada ia adiantar, pois li em seus olhos que pra sempre iria me proteger. Nego a admitir que eu estava errado.
Ao menos tenho o sonho, lá, ele às vezes é real, você não me ama tampouco, mas ao menos às vezes posso te abraçar, estar na mesma sala que você não querendo te matar como pinto pros outros.
Como eu sinto falta de ter você no meu dia-a-dia e, se sou louco, não sei... Talvez a distância é a única resposta para nossa própria segurança e, se não sou eu quem pode trazer sorrisos pra você, paciência, é melhor que esteja com ele a estar comigo... Ah, eu escrevo como se por um mínimo acaso fosses ler aqui, esse blog em sua maioria é só pra isso, cada poema, conto, devaneio, até minha vida pessoal... Só escrevo para poder imaginar que você vai ler e se importar como eu estou me sentindo, vai querer saber da minha vida enquanto eu quero saber da sua... Não, não, não quero saber da sua... Já que o que me resta é viver da ilusão e do passado, onde o que eu fiz foi projetar em você o que faltava em mim, eu vou ficar com você na memória como se fosse 2010, porque não sofri, porque te amava e suponho (e o supor é que mata) que a recíproca era a mesma. Vive aí sua vida, eu to bem, e cada dia melhor longe de você, não quero e não vou ser fardo e nem fonte pra sentir dó, só invejo seu namorado, que não tem nada a ver com a história. Invejo sim, pois ele constrói com você cada história que eu pra ser eu e você, mas foda-se. Ainda te encontro na rua e te espanco, fingirei que te odeio, que quero você mal e te convenço a matar qualquer contato, qualquer esperança. 
Sobre nossa história, o pior não é matar, é deixar as feridas abertas.

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