"Então vá se fuder" por um lado eu pensei no café ao tirar a foto com seu nome no copo e te enviar. Fiquei pensando que ao falar seu nome em voz alta meus amigos iam fazer a cara que realmente fizeram... Falei sem querer, por motivos outros que me levaram pra você sem querer e minutos depois quando o celular vibrou já não queria te xingar pois pensava que era uma pronta resposta, quando na realidade era mais uma amiga mandando notícias... Sim, voltei a te xingar.
Mas xingar no meu caso é tratamento, é terapia. Dentro de mim, sem direito algum, eu te coloquei num estandarte, de maneira que, sim, sem querer, mas sinto, te pressiono sem o devido direito. Você aí no interior do interior vivendo sua vida que, diga-se de passagem, muito me interessa e pouco eu sei sobre porque seu sorriso calado não permite falar senão sobre (1) seu namorado ou (2) sobre nada.
Ao passo que uma ou outra mensagem me excitam a pensar em te encontrar de novo em qualquer cruzamento carioca e depois de lançar-te um olhar de cima a baixo, sem dar oi, beijar-te a boca e sentir-te perto, pergar-te e por minhas mãos ao redor de sua nuca, eu também vejo que por trás de uma obsessão (sim, porque isso foi você que sem querer provocou), não há nada mais do que desejos infundados ou fundados no mais profano amor de verão do sudeste.
Por trás dos seu mesmo no sotaque caracteristico e meus gerundios infindáveis quem sabe aconteceria algo surpreendente que te fizesse ver o que eu vejo em você. Mas me toma como espelho e como fonte primária para saciar algum desejo que outros não aceitariam, pois sim, fui alguém que lhe permitiu e permissão era o que precisava para se entregar ao mundo que nunca lhe negou uma porta.
Eu, cicatrizado de outro pormenores, vestido com colete à prova de ensejos possivelmente hostis e mais experiente que suas duas décadas, estava lá, quieto quando você apareceu tocando na ferida sem fazê-la doer, pintado como o quadro que eu coloquei na minha parede e venerei antes de personificar. Sem saber você encaixou a peça do quebra-cabeça de um libriano apaixonado mas não tão apaixonante, tornou-se o desafio impossível, o amor trovadoresco, a cantiga de amor que matou aos poucos o poeta e no fim... foda-se. Porque já não era tempo de tomar atitude de quem tem contrato assinado.
Pois bem, eu sei e decido por agora esquecer a praia, a festa, o passeio que tivemos, aquelas poucas horas que o encanto fez seu papel e a vontade ficou na boca apenas. Melhor esquecer, deixar de obsessão, e para não morrer, colocar no papel o "Eu quero ficar com você, esse é o último ano que ficamos separados [...]" ditos nas areias cariocas, refúgio de tantos amantes.
Enquanto isso eu faço meu papel de trovador e você de amada, que provavelmente ruge na cama com seu senhor e ilude poetas como se o mundo fosse uma cantiga de amor, que não é.
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