É simples o acordar e o beijo do toque, o som do afago e o barulho do sorriso, que ri e se perde em linhas que são estradas sem farol, apenas com uma luz que a escuridão envolve, porém não apaga.
O silêncio e o som se beijam, e da luz se faz um mundo onde não há firmamento, tampouco o caos. Onde se vê o que não se teve e tem o que não se vê.
Por dentro, por fora, o amor emana e transborda pelas bordas para se harmonizar. Pra que medo nessas horas onde se entregar é via de regra, é rua de cidade e mão única?
Onde se perde o gênero, onde se constrói o chão, onde o mistério é descoberto e se faz enredo.
Dorme então, o mal é lá fora e o barulho que fica é o do piano: teu corpo, meus dedos.
Envolve-se e se faz capitão, ao mesmo tempo em que como prisão o olhar te prende. Mandas e te vês mandado, sou escravo que optou por ficar, sou senhor que se curva ao amado.
O silêncio é o que mais agrada a ambos, troca de olhares, mergulhos infitos, e agora faço dos teus negros olhos, a mais bela escuridão que possa me prender, ali sei e sabes que é em união que o amor se parte e se reparte em arte.
Para Vinícius Alves
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