terça-feira, 16 de abril de 2013

Educando



Há uns dias eu virei para minha mãe, que sempre batalhou pela minha educação e a isso sou grato e disse “Mãe, eu não estou feliz com a educação que tive, mas você não é culpada nisso, deu o melhor que pode, o sistema educacional que não.”
É um fato que a educação no Brasil não é a pior do mundo, mas ainda está longe de se tornar a melhor. Assistindo e pesquisando sobre outros tipos de sistemas educacionais distribuídos no mundo, tentei ser crítico sobre o nosso, em comparação.

ENSINAR A PENSAR
A problemática gerada foi que o ensino desde a infância até o Ensino Médio brasileiro, por vezes, não ensina o aluno a pensar, mas sim a reter informação. O currículo brasileiro obrigatório prevê estudos por vezes demasiadamente aprofundados, mas com pouca aplicabilidade na vida prática, prova disso é quando se chega a um aluno de ensino médio e pergunta-se qual o objetivo e onde ele pode aplicar o assunto que está aprendendo em qualquer matéria. Poucos saberão responder.
O pior é que a retenção do que se aprende nada mais tem do que duas finalidades. A primeira é passar de ano e não reprovar, e não é tão importante assim, visto que há matérias que não reprovam e se você reprovar em uma ou duas matérias, passa de ano do mesmo modo. A segunda e mais especulativa é a de passar no Vestibular. Ora, realmente vestibulares de muitas universidades públicas e poucas particulares requerem alto conhecimento, e essas faculdades tem o crédito de alta qualidade de Ensino. Porém se olharmos efetivamente e analisarmos o número de faculdades sem qualidade alguma sendo abertas em cada esquina dizendo formar profissionais bem graduados, esse número será bem maior do que as boas instituições do país, que parece não ter um bom controle do Ensino Superior.
Na Finlândia as escolas são menores, aulas às vezes esparsas, quase não há lição de casa, os alunos entram na escola com 7 anos de idade, o ensino médio dura entre 2 e 4 anos, professores são bem pagos e o conteúdo programático é bem mais focado e menos exaustivo que em países como os Estados Unidos. E qual o resultado de uma descrição que não parece ser a melhor do mundo? A melhor educação do mundo, onde o que se valoriza é o pensar do aluno, seu cérebro e seus professores.

O PROFESSOR
Essa é a segunda que gostaria de tratar aqui, o professor. A profissão de professor é altamente desvalorizada no Brasil. Quem o faz é geralmente porque realmente ama lecionar ou porque foi o que deu pra fazer. Ganha-se pouco, o respeito em alguns casos é nulo, e as vantagens que existem são resultados de exaustivos trabalhos integrados da própria classe que ainda é considerada desunida e não tão forte como deveria ser. Ser professor é ser uma herói, ao menos na visão de minha humilde mãe, e com ela eu concordo.
O investimento na formação continuada e na cooperação entre os profissionais da área é prioridade em países com alto índice educacional. Conversas, debates, preparação de aulas, análises e feedbacks rotineiros, observação de aulas entre profissionais, todas essas atitudes são bem valorizadas e não temidas, como muitas vezes acontece no Brasil. Quantas vezes já não ouvi professores dizerem: “Meu coordenador assistirá minha aula, não sei o que fazer” ou “Não preparei a aula, vou passar um filme” e por aí vai.
Na Finlândia a concorrência universitária para a carreira em docência é de 1 para 10 vagas na universidade, aqui no Brasil muitos se inscrevem no vestibular público em licenciatura “porque é mais fácil e não estudou muito pro bacharelado ou cursos tradicionais concorridos”. Aqui no Brasil 1 em cada 4 professores de física desistem da carreira por causa das más condições de trabalho e salário, e aí acontece um déficit de profissionais e “qualquer um” serve para tapar o buraco. O Brasil é considerado o 78º país em educação e a Finlândia o 1º numa análise de 100 países pela Newsweek.

O ENSINO VOCACIONAL
Países com altos índices educacionais geralmente oferecem um programa voltado às habilidades dos alunos que têm, pensam mais no futuro de seus alunos, que serão a base de sua economia. Aulas vocacionais, não aquelas que apenas dão a base do que as profissões são, mas ensina as mesmas com aulas práticas e focadas em área técnicas voltadas para o mercado de trabalho ainda no ensino médio, fazem o aluno enxergar suas habilidades e a aprimorá-las. Assim um aluno que tem contato com o mundo jornalístico, por exemplo, ainda no ensino médio consegue enxergar se é isso o que quer pra vida. Consequência, menos desistências no ensino superior e pessoas melhores preparadas. No Brasil a resposta do aluno em relação ao currículo, com muita sorte, seria “Isso cai na Fuvest!” (Ou qualquer outro vestibular que o interesse).

CONCLUSÃO
Gosto do brasileiro, pois é o povo que mais insiste quando quer. Escola boa é a que trabalha unida. Infelizmente não é um artigo como o meu que mudará o enfoque da educação no Brasil, mas encerro aqui dizendo que a escola que conta sempre com a melhor formação continuada de seus profissionais em conjunto com o contato com a família e com o discente, mesmo que batalhe sozinha, sempre terá os melhores resultados.

ALGUMAS FONTES

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