Foi um dia desses nessa semana que me encontrei a andar sozinho em um shopping center e logo depois, em outro dia, andei com amigos após uma sessão de cinema em outro shopping, os maiores da cidade. Ao passo que observei minhas reclamações e as deles, ou mesmo o agito interno, recordei-me de uma exposição que eu não vi, onde um fotógrafo renomado tirava foto de africanos segurando placas com as constantes reclamações ocidentais em um cenário de miséria.
Minha primeira reação foi o lamento. Aquele pensamento do tipo "Esse mundo é um caos, injusto e etc". A segunda reação foi a de lembrar uma famosa frase de Tolstoi: "Todos querem mudar o mundo, mas ninguém quer mudar a si mesmo". E aí entrei em desespero e uma crise existencial com a qual estou brigando até agora.
O foco entretanto não é mudar a si mesmo, mas focar em mudanças de comportamentos, atitudes e inclusive algumas opiniões e preconceitos que foram implantados em minha mente desde logo cedo. Os quais eu não culpo outros senão a mim e aos estímulos.
O Kung fu implantou em mim essa ideia de filosofia moral na prática, o que antes eu só via na teoria, e aí eu encontro a briga com o ego, a maestria com o lidar com os outros, a não-reclamação, a máxima "Não faça para os outros o que não querem que façam pra ti" ou "Se falam mal de outros pra ti, falam de ti para os outros" e o não julgamento. Em primeiro lugar, o amor a si próprio, mas não o ego. Acho que essa é a base para uma vida moral prática muito interessante.
Interessante é o fato de tudo ser na base do dinheiro e aí entra um conceito budista que muito me intriga. A verdade do sofrimento, que ele existe. Ora, todo sofrimento é causado por um desejo prévio, por uma frustação. Como não desejar algo então para que não haja sofrimento.
Que me desculpem os budistas mais adeptos que eu, mas no meu mundo hoje esse é o maior desafio. O não desejo. Mas não ter desejos não deve signifcar abandonar-se, o que no meu ponto de vista é um grande erro. Cheguei ao ponto de me abandonar diversas vezes e ainda hoje o faço em alguma escala. A sensação quando se recobra a consciência é horrível.
Voltando aos desejos. Eu tenho muitos e é com eles que (meu) mundo gira. Abrir mão de querer aprender a tocar piano ou concluir uma faculdade parece muito difícil, viver uma vida como vivi em Londrina, de interior do interior, me parece pior.
Então é assim que termino essa postagem. Como diminuir os desejos e aumentar os focos para que eles possam andar juntos busca do Caminho?
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