Já não era a primeira vez que atravessava a rua sem olhar para os lados. Já não era a primeira vez que tomava duas doses do remédio para dormir. Andava de avião e lembrava de "Lost". Dava risadas. Já não era a primeira vez que ficava com alguém só por ficar.
Já pouco se importava, mas dava ênfase à boêmia, aos dias saudáveis e noites interminavelmente loucas e sem limites.
Já pouco dava atenção para quem lhe fazia drama, e muito menos para quem lhe queria como se quer um amor. Ele era mais esperto que isso, fugia do "gostar" de alguém.
Entrar em um metrô a espera de um ataque terrorista, ou de um ônibus a espera de um acidente, ou mesmo daqueles segundos a mais submerso na piscina, eram atitudes corriqueiras que o faziam personagem tão louco de enredo tão francês.
E dormia para não acordar, mas caso acordasse todos veriam como aquele dia foi bom e cheio de sorrisos e felicidade (sem base). Era um tristonho, vazio e incompleto. Até eu mesmo tinha (ou tenho) nojo dele quando não dó.
Mas fiquei sabendo que ele odeia quem tem piedade dele. Ele gosta mesmo é do drama e dos sonhos, sim, é isso que o mantém vivo. Fora isso, já morreu. Há tempos.
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