Foi nos pedido na aula da Mariza que lêssemos mais três capítulos do Livro "A preparação do Ator" Os capítulos 5, 6 e 7. Sendo que o primeiro e o terceiro serão também explicados através de dois seminários. Um na segunda e outro no dia 27/05. O segundo não será tão focado pois puxa mais para a parte do corpo, mesmo assim deveríamos ler.
Como sempre eu aprendo melhor quando explico e como minha irmã ama teatro (ironia) e ela é a única que costumava me ouvir eu escreverei aqui em suma do que os capítulos tratam.
Quinto Capítulo
Concentração da atenção
Atores no início se importam muito com a plateia, e qualquer coisa que acontece ali pode tirar a atenção dele em um segundo. Tiremos por exemplo os atores rindo no meio de uma cena. Para fugir do auditório, o ator tem te de estar interessado em alguma coisa no palco, deve ter um ponto de atenção e que este ponto de atenção não esteja no auditório, mas para isso é necessário esforço.
Quando crescemos e estamos expostos a diversas situações em cima do palco como atores, por exemplo, mesmo que inconscientes às vezes nos perguntamos "Por que é que o público me olha?". Mantendo nosso foco no palco essa sensação tende a melhorar.
Stanislavski cita atenção sobre algum objeto, esse estando longe ou perto, mas algo que prenda a atenção do próprio ator. Depois fala sobre pequenos e grandes círculos de atenção, que estão a volta do ator ou mesmo fora dele quando ele é um observador, mas sempre há ação nessa concentração. Essa atenção e concentração levam o ator ao que se chama de solidão em público, é como se ele estivesse ali só, mas na realidade há uma plateia observando. Esse circulo pode nos acompanhar no palco, para exemplificar o diretor pediu que o aluno andasse no palco, um spotlight o acompanhava onde quer que ele fosse.
Essa atenção é exterior, mas há aquela interior também, a que envolve os sentidos, seja sentindo, degustando, enfim... O treino de ambas as atenções envolve também a imaginação, visto que é necessário quase sempre dar uma finalidade para sua concentração e também circunstâncias para a mesma.
O ator nunca deixa de treinar, é um ótimo exercício, por exemplo, deitar à noite e pensar em cada coisa e detalhe que se passou no dia ou no passado. É um treino para diversas coisas já estudadas até então.
Sexto Capítulo
Descontração dos músculos
Kóstia sofre um acidente ao forçar os músculos numa cena tensa dada pelo diretor. Em suma esse capítulo mostra que mesmo uma cena sendo tensa e forte não há necessidade de contrair ao máximo os músculo, mas sim relaxá-los fazendo o que tem que ser feito sem deixar de dar realidade à cena.
Às vezes tensão em um só músculo pode atrapalhar todo o resto da criação e a espontaneidade. Como disse é complicado manter o relaxamento se a cena é tensa em si, mas caso venha a tensão deixemos que ela venha, mas com ela também que venha o controle sobre ela, levando-nos ao relaxamento mais uma vez.
Temos pontos de equilibro e apoio. Se algum músculo tem de estar rígido, talvez não seja necessário que todos os outros também estejam, não é verdade?
Quando temos um objetivo para nos movermos em cena, para mexer os músculos (não importa a cena), tudo fica mais tranquilo. Um objetivo vivo e uma ação real (pode ser real ou imaginária, desde que esteja adequadamente fundada em circunstâncias dadas em que o ator possa deveras crer) fazem, natural e inconscientemente funcionar a natureza. E só a natureza pode controlar plenamente os nossos músculos, distendê-los adequadamente e relaxá-los.
Sétimo Capítulo
Unidades e objetivos
Adorei a analogia usada pelo autor na primeira parte do capítulo. Imaginemos que um peru assado na mesa seja uma peça. Não podemos enguli-lo de vez e sim dividir em partes assim como uma peça pode ser divisa em atos, por exemplo. Mesmo assim esses atos são grandes e podem ser divididos em unidades menores, assim de pouco a pouco podemos engulir a tal da peça.
É só na preparação do papel que usamos unidades pequenas, durante a criação, propriamente, elas se fundem em unidades maiores.
Sendo sincero eu mesmo não compreendi muito o que isso quer dizer, mas a preparação deve envolver o ator estudando conscientemente a personagem ao passo que a a criação é sobre a personagem e também a sua relação com as outras personagens. Mesmo assim para que dividir a peça em mil unidades?
Não é preciso decompor uma peça mais do que o necessário, não se usa detalhes como guia. Temos que criar um canal, delineados por divisões amplas, que tenha sido minuciosamente elaboradas e preenchidas até o último detalhe.
Mesmo assim o erro cometido pela maioria dos atores é o de pensar no resultado em que apenas na ação que o deve preparar. Cada unidade tem um objetivo, seja ele qual for. Uma maneira interessante de achar um objetivo de uma cena é dar-lhe um nome, mas usando de um verbo não estático (um verbo de ação) para isso. assim, foca-se na ação sem esquecer o objetivo, gerando resultados e não focando nos resultados em si. Parece complicado, não é verdade? e é. Mas não é impossível. E que esse objetivo tenha o poder de emocionar e atrair o ator, fazendo isso ele emocionará e atrairá a qualquer um.
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