quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Amor demais, amor de menos

Ela não sabia se acendia outro cigarro ou não. Seus atos lhe preocupavam, mas não achava que estava ao todo errada. Tinha tido uma criação difícil e aprendeu que certas coisas não se faziam. Esperava a morte como quem espera um ônibus sem destino certo. Tinha medo. Era frágil e dependente por mais que os sorrisos conseguissem atuar tal segurança.
Amava aos filhos mais do que tudo, talvez seu maior erro e maior virtude. Amor incompreensível que só o bem deseja, mas dentro dos seus limites. Tinha medo de ver o filho partir, mas sabia que o momento chegaria e não queria estar ali pra sentir a dor da perda. Amava, amava muito quem criou e de seu ventre saiu, amava tanto que pra si não restou amor.

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