Anjos caídos sem motivo em chão de capela
Adormecidos a espera de um milagre em vão.
Anjos pintados à tinta e ao óleo em tela
Fingindo ser o que nunca mais serão.
Era de manhã quando um menino de olhos confiáveis acordou em sua pequena cidade no interior do Paraná. Pela janela ele percebia a claridade e ao mesmo tempo a preguiça preenchia o resto do espaço que sua cama deixava.
Mas não! Não era um quarto! Era um calabouço! Na Janela, Grades e o céu claro dizia aos marinheiros que era bom o vento pra se navegar. Naquela ilha somente a chave de chocolate presa numa máquina congelante poderia ser sua salvação. O castelo era pequeno e cada barulho poderia ser motivo de despertar os guardiões, que não perceberam que o menino de olhos confiáveis emagrecera o suficiente para passar pelas grades de seu portão e chegar à máquina congelante.
Os guardiões dormiam, sempre estavam dormindo. E foi nas pontas dos pés que o menino levantou e tomou a atitude de passar pelos portões. Logo na segunda porta ele viu, a máquina branca e retangular que guardava a chave de sua liberdade!
Sem barulho fazer, ele abriu e entre tantas coisas a chave de chocolate estava lá, esperando ser tocada. Só não imaginava que ao sentir-se tocando tal preciosidade...
- AI QUE SUSTO, Vinícius! Quer matar sua mãe do coração? Quer toddynho é só pegar, ou você imaginou que ele ia sair voando por aí? Nunca mais faça isso. Deus me livre!
O menino de olhos confiáveis sorriu pra mãe, travesso como era, voltou pra calmaria de seu quarto naquele domingo de manhã com seu toddynho chave de chocolate e sorriu pra si mesmo. Sua vida era mais interessante dentro de sua cabeça do que ali fora, e isso o fazia mais feliz que qualquer outro guri que só acordaria por um chocolate, ele não! Ele acordava por uma aventura a mais, ele acordava por uma chave de chocolate!
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