"Quem tem a arte como companheira não fica sozinho nunca. Absolutamente nunca" Mariza Porto
Vivemos num mundo frenético, onde não há tempo para nada. tanta tecnologia, tanto a fazer, isso até enche o saco por vezes (sempre). Temos que ser capazes de fazer tudo, não podemos depender muito uns dos outros e tentamos ser sempre os melhores sendo que a concorrência é em torno dos 7 bilhões!
Eu por exemplo, geralmente começo e não termino uma coisa, agora estou tentando concentrar-me em algo para assim poder dizer que terminei algumas coisa.
Sabe, em casa, e assim o digo porque tomei a liberdade de falar sobre esse problema, não sou dos mais bem aceitos como sou. Sim, minha família me ama, muito mais do que muitas por aí amam seus filhos e irmãos. Mas só o fato de ter escolhido a arte como companheira me faz passar por um preconceito imenso em volta das paredes que cercam-me nesse exato momento.
Não reclamo mais, não choro mais, nem mesmo converso mais sobre esses assuntos, mas não nego que me fere muito. Todo filho quer ser orgulho de sua mãe. No meu caso, da minha mãe e da minha irmã, mas parece que o orgulho aqui em casa é variável segundo o salário que recebo no inicio de cada mês e não de acordo com os sorrisos que levo na boca.
Sabia do preço que eu ia pagar quando decidi não entrar para aquelas carreiras tradicionais do mundo, até tentei trabalhar em um hotel. Falta de lá, até sinto, mas para que eu trabalharia em um local que estava me deixando num terceiro estado de ânimo*?
Sabe, às vezes eu saio de uma aula de teatro tão maduro, confiante de estar nessa vida para aprender, saio de lá até mesmo com conceitos religiosos claros, mas sem nenhum julgamento de valor em cabeça e querendo transmitir isso para quem está perto de mim. Mas fazem-se indiferentes a esses meus sentimentos, só porque sua origem é de estudo cênico.
Poxa, qual pai por aí não ficaria feliz em ver o filho de 18 anos falando bem ou mal quatro idiomas, trabalhando e estudando no que gosta e ter viajado pelo Brasil e exterior? Ser um cara bem aceito na sociedade e amigável? Qual não gostaria de ter um filho assim?
Posso parecer aparecido com essas afirmações, mas não fujo à verdade. Essa é minha realidade. tem momentos, aqueles que o coração dói de verdade, que sinto-me só. Mas ontem na aula de TEATRO [Isso mesmo, t-e-a-t-r-o] minha professora falou-me algo que me confortou. "Quem tem a arte como companheira não fica sozinho nunca. Absolutamente nunca". Estou descobrindo se isso é verdade ou não, mas meu refúgio , aquela válvula de escape que comentei em algum post antigo têm sido isso: a Arte!
* Costumo brincar que só tenho dois estados de ânimo, ou estou zen ou estou feliz. O terceiro aí citado, seria a raiva, o stress.
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